“O problema da Ferrari não são os pilotos”

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022 às 18:23

Leclerc, Sainz e Alonso

Já se vão 15 anos desde que a Ferrari ganhou pela última vez um campeonato mundial de Fórmula 1. E 7 desde que os Vermelhos chegaram perto de sentir o gosto de tal glória. É muito tempo para a equipe mais famosa do mundo.

Um carro da Ferrari nem sequer viu uma bandeira quadriculada em P1 nos últimos 45 GPs, desde Sebastian Vettel em Cingapura, que fez os gigantes italianos adormecidos acreditarem que 2019 seria o ano em que tudo mudaria.

Duas temporadas completas depois da vitória de Vettel, que veio após vitórias consecutivas de Charles Leclerc em Spa e Monza, e a Ferrari não conseguiu ganhar peso pela superioridade na F1.

Onde a Red Bull subiu para igualar a qualidade suprema da Mercedes e nos proporcionou uma nova rivalidade entre dois dos pilotos mais enigmáticos do esporte, a Ferrari teve que se contentar em lutar com sua velha rival McLaren pelo P3.

E o ex-piloto da Ferrari Felipe Massa não espera algo muito diferente da equipe em 2022, apesar das mudanças de regras que chegam à F1.

“O problema da Ferrari não é um problema de piloto, é um problema de carro, um problema de equipe. Carlos Sainz e Leclerc formam uma dupla de pilotos muito importante”, disse o brasileiro em entrevista à revista alemã Motorsport Magazin no início desta semana.

“Havendo grandes mudanças nas regras, pode haver surpresas, embora seja difícil.”

“Acho que as grandes equipes ainda estarão no topo, como Mercedes e Red Bull. Mas talvez também Ferrari ou McLaren. Normalmente, as grandes equipes são mais propensas a começar o ano no topo.”

“Espero que com as mudanças a Ferrari possa vencer novamente em 2022. Sou fã da Ferrari. Mas não é fácil. É preciso muito trabalho duro e cabeça fria para obter bons resultados.”

A F1 entra numa nova alvorada este ano graças a uma série de mudanças nas regulamentações destinadas a manter os custos baixos e reequilibrar a competição. A batalha pelo título do ano passado entre Max Verstappen e Lewis Hamilton proporcionou drama suficiente para cobrir questões sérias relacionadas à competição no esporte que os proprietários da Liberty Media desejam abordar.

Entre as mudanças estão o congelamento do desenvolvimento de performance da UP, o endurecimento das restrições de testes aerodinâmicos, um limite de orçamento bastante reduzido e novos pneus de 18 polegadas que darão à Fórmula 1 uma aparência muito diferente.

Também é certo que haja mudanças na forma como as corridas são gerenciadas pela FIA após o caos que se seguiu no GP de Abu Dhabi.

Espera-se que essas edições no livro de regras ajudem Ferrari e McLaren, bem como Williams, Alpine e outros, a montar um desafio de título e fornecer aos espectadores 23 corridas genuinamente competitivas e imprevisíveis.

O diretor técnico da Mercedes, James Allison, explicou recentemente como as mudanças nas regras produzirão incerteza no início da temporada, com algumas equipes provavelmente errando a mão.

“Eu imagino, dado que os carros são tão novos e tão diferentes, que um ou dois carros no grid vão errar feio e terão um ano terrivelmente doloroso”, disse Allison.

“Há oportunidade. E, claro, há perigo. Tentamos abrir caminho pelo campo minado, pegar todas as pequenas caixas de tesouros entre as minas terrestres, para acabar com um carro que esperamos que nos veja disputando na parte da frente do grid.”

Mas na Ferrari, Massa não está convencido. Segundo ele, o talento de Sainz em particular pode ser desperdiçado em uma equipe que não conseguiu entregar por anos.

“Os melhores anos da Ferrari foram com Michael Schumacher, depois 2006, 2007, 2008. Depois de 2009, a Ferrari não era mais a equipe do momento. Houve muitas mudanças e é importante manter a cabeça fria. Isso é difícil na Ferrari”, disse o piloto brasileiro de 40 anos, que conquistou 11 vitórias com os Vermelhos em seu tempo lá.

“Sainz trabalha duro, ele é consistente e rápido. Ele é um piloto muito forte.”

“Sainz ganhar um campeonato depende do carro. Ele tem a consistência necessária, mas não é fácil ter um companheiro de equipe como Charles Leclerc logo no início. Ele tem que fazer um trabalho perfeito para isso.”

AS - www.autoracing.com.br

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