O jovem Bernard

Bernie Ecclestone

Colaboração: Antonio Carlos Mello Cesar

Bernard Charles Ecclestone nasceu na pequena ST Peper (1930) ao sul de Sulffock, Inglaterra, família muito pobre, seu pai pescador, mãe encarregada dos afazeres domésticos. No vilarejo as casas eram distantes uma das outras, estradinhas de terra interligavam os imóveis e praticamente não existia convívio social entre moradores. Hospital, escola a quilômetros do lugar, Bernie pegava carona na carroça do leiteiro até o colégio.

Mais tarde (1938) a família foi morar em Bexleyheath, Kent, região de Londres. Bem cedinho, antes das aulas, o menino Ecclestone saia de bicicleta entregando jornais, a caminho da escola com dinheiro recebido pelo trabalho, comprava doces e biscoito para vender aos colegas durante intervalo. Meio as férias colhia legumes nas fazendas de Kent, tinha apenas 12 anos.

Quatro anos depois abandonou os estudos indo trabalhar na companhia de gás local, escondido dos superiores, usufruindo escritório e telefone da empresa, vasculhava classificados de motos usadas aproximando vendedores e comerciantes, ou seja, uma ponte que lhe rendia comissões. Não demorou muito e comprava suas próprias motocicletas.

Fred Campton proprietário da Campton & Fuller, loja grande de automóveis, mostrou-se bastante desconfiado com oferta daquele rapaz por demais jovem: Alugar parte da calçada na fachada do showroom para vender motos. Contudo, Bernie conseguiu convencê-lo oferecendo participação no negócio e ainda barganhou uma salinha dentro do estabelecimento como escritório.

Manhã seguinte, quando Fred chegou, a calçada nunca estivera tão limpa, as motocicletas brilhando, milimetricamente alinhadas, nenhuma mancha de graxa ou grão de poeira, Bernie vestido num terno impecável, cabelos penteados com fixador e muito cuidado. O corte capilar cobrindo as orelhas, caído na testa que caracterizou Ecclestone ao longo da vida, apareceu somente nos anos sessenta fruto da Beatlemania.

Começava a trajetória do negociador insuperável, bem depressa o pedaço virou calçada inteira, num piscar de olhos as motos encontravam-se dentro do salão, em curto espaço de tempo uma placa nova substituiu o velho luminoso, agora, “Campton & Ecclestone Carros e Motos”. Bernie havia adquirido a parte de Fuller.

Quando entrou para F1 comprando o time Brabham 1971, Bernie Ecclestone era um dos maiores vendedores de carros na Inglaterra, dono de imóveis, concessionária, diversas lojas, empresa de leilão veicular. Principiava, então, um novo ciclo, onde passaria de milionário a bilionário.

Antonio Carlos Mello Cesar
São Paulo – SP

Quer ver todos os textos de colaboradores? Clique AQUI

Os artigos publicados de colaboradores não traduzem a opinião do Autoracing. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate sobre automobilismo e abrir um espaço para os fãs de esportes a motor compartilharem seus textos com milhares de outros fãs.