O ciclo de vida dos pneus da Fórmula 1

sábado, 19 de maio de 2012 às 13:48

F112-pirelli-pneus-china350A Pirelli leva cerca de 1800 pneus a cada grande prêmio, mas o destino deles é traçado muito antes de chegar ao circuito. Os compostos para cada corrida são produzidos em uma linha de produção especializada, antes dos GPs.

Eles são fabricados na moderna planta de pneus de automobilismo da Pirelli em Izmit, perto da capital turca Istambul. Durante o processo de produção, a cada pneu é atribuído um código de barras fornecido pela FIA (entidade que rege o esporte). Este código de barras é o ‘passaporte’ do pneu, que é inserido na estrutura durante o processo de vulcanização e não pode ser modificado. O código contém todos os detalhes de cada pneu, tornando-o rastreável durante todo o fim de semana da corrida, por meio do software RTS (Racing Tyre System) da Pirelli, que pode ler e atualizar todas as suas informações .

Para utilização nos grands prix europeus, os pneus são transportados para o centro de logística e distribuição da Pirelli em Didcot, no Reino Unido. Quando eles chegam lá, um funcionário FIA recebe uma lista de códigos de barras, que se relacionam com os pneus que serão destinados para o próximo grand prix. A FIA, em seguida, distribui os códigos de barras – e, portanto, os pneus – para cada uma das equipes de forma aleatória. A Pirelli não está envolvida neste processo, o que significa que a empresa italiana não pode interferir na alocação dos pneus para cada equipe – mas um processo de controle de qualidade rigoroso em Izmit assegura que todos os pneus que saem da fábrica são idênticos.

Uma vez no circuito, os pneus são distribuídos às equipes em estrita conformidade com a lista que foi previamente preparada pela FIA. Os códigos de barras permitem que tanto a FIA quanto a Pirelli tenham certeza de que cada equipe, de acordo com o regulamento, está usando os pneus corretos.

Para cada equipe é designado um engenheiro da Pirelli, que trabalha exclusivamente com a equipe por todo o ano, e o seu banco de dados permite que ele veja somente informações relativas especificamente à sua equipe durante todo o fim de semana, dessa forma as estratégias individuais não são comprometidas. O desenvolvimento de dados é supervisionado por engenheiros seniores da Pirelli, que monitoram toda a informação, a fim de auxiliar a equipe de pesquisa responsável por desenvolver a próxima geração de pneus.

Como ressalta o diretor de automobilismo da Pirelli Paul Hembery: “Mesmo se quiséssemos – o que certamente não fazemos – não há nenhuma maneira de interferirmos nos pneus que são alocados para que as equipes, já que este é um trabalho feito inteiramente pela FIA, depois que os pneus deixam a fábrica de Izmit. É apenas outra forma de garantir a imparcialidade entre todas as equipes, o que é uma grande prioridade para nós, como fornecedor exclusivo de pneus. Da mesma forma, nossos engenheiros respeitam a confidencialidade, o que é de suma importância.”

CONTAGEM REGRESSIVA PARA O GRAND PRIX

Antes do Grand Prix:

• A Pirelli, com a aprovação da FIA, seleciona os pneus para a corrida: sempre dois compostos, um mais macio e outro mais duro.

• A produção dos pneus começa na fábrica em Izmit, na Turquia. A Pirelli fornece aproximadamente 1800 pneus de Fórmula 1 para cada corrida, cerca de 700 mais se há uma etapa da GP2, assim como 600 para a GP3.

Duas semanas antes do grande prêmio:

• Para os eventos europeus, os pneus para a corrida são transportados por estrada de Izmit para Didcot: uma viagem de cerca de 3100 km que leva três dias.

• Os pneus chegam na instalação em Didcot e têm seus códigos de barras digitalizados no sistema da Pirelli. A FIA (entidade que rege o automobilismo no mundo) é então notificada sobre os códigos de barras.

• Aleatoriamente, a FIA destina os códigos de barras para cada equipe. Os pneus alocados são então separados por equipe em Didcot e carregados em sete caminhões para o transporte para o Grand Prix (quatro caminhões para a F1 e três para a GP2 e GP3).

Uma semana antes do Grande Prêmio:

• Os caminhões partem de Didcot para a corrida, normalmente chegando na segunda-feira anterior ao evento. Os 18 montadores configuram a área de montagem e os códigos de barras são confirmados novamente com a FIA.

Cinco dias antes do Grande Prémio:

• Os montadores começam a instalar os pneus nas rodas. Um técnico experiente precisa de 2,5 minutos para montar um pneu do início ao fim: para todos os pneus do fim de semana é preciso de dois dias. As rodas são das equipes: elas são entregues à Pirelli no circuito, para então os pneus serem instalados nelas.

Durante o fim de semana do Grande Prémio:

• O regulamento esportivo determina que um conjunto de pneus mais duros para pista seca deve ser devolvido após a primeira sessão de treinos, um conjunto do composto mais macio e um conjunto do mais duro devem ser devolvidos antes do início da terceira sessão de treinos. Um conjunto adicional do composto mais macio e um do mais duro devem ser devolvidos antes do início do treino classificatório. Isto significa que cada piloto tem seis conjuntos dos compostos secos (três de cada especificação) disponíveis para a qualificação e corrida.

• Pneus devolvidos são desmontados dos aros, pois não serão mais utilizados, por isso as rodas são devolvidas para as equipes.

Após o Grande Prêmio:

• Todos os pneus restantes, tanto os utilizados e os não utilizados, são desmontados das rodas e, em seguida, transportados de volta para Didcot. Quando chegam, os pneus são levados para uma planta especializada onde são triturados e depois queimados a uma temperatura muito elevada, a fim de produzir combustível para fábricas de cimento. O material produzido neste processo pode também ser utilizado em estradas e outras aplicações industriais.

EB – www.autoracing.com.br

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