Nova era da Formula 1 “ofusca totalmente” os pilotos, diz Alesi

sexta-feira, 7 de março de 2014 às 9:34

Testes da Fórmula 1 no Bahrain

Uma semana antes de a nova era da Fórmula 1 começar, nem todos estão animados. No salão do automóvel de Genebra, o ex-piloto Jean Alesi admitiu que não é fã da era “ecológica” dos carros impulsionados pela recuperação de energia.

“O piloto está sendo completamente ofuscado pela nova tecnologia”, declarou o francês. “É um desafio para o engenheiro, mas não para o piloto. Entramos em uma era na qual apenas as ferramentas contam. Agora, um piloto não pode confiar em seu instinto para atacar seu oponente porque ele é só um pequeno elemento da máquina”.

Alesi disse que o fato de a Mercedes parecer destinada a dominar no início de 2014 não é uma surpresa. “Isso não aconteceu por acaso”, afirmou o francês. “Como Stefano Domenicali (chefe da Ferrari) disse, a Mercedes é uma gigante que fez uma preparação extrema para este campeonato”.

Quem também não está entusiasmado com a nova era da Fórmula 1 é Fernando Alonso, que disse que as alterações para 2014 foram “muito caras para as equipes, mas mudam pouco para os espectadores”.

No entanto, Jean Todt, presidente da FIA, insiste que a categoria precisava mudar. “Se você visita o salão de automóvel de Genebra, vê que os carros estão diferentes agora”, declarou ele ao La Stampa da Itália. “Há motores híbridos e menores, com menos cilindros. O mundo automotivo mudou, e a Fórmula 1 precisa ser um laboratório de tecnologias, não uma exibição de aerodinâmica”.

Ele nem sequer lamenta o fato de a Fórmula 1 ter perdido seu tradicional “berro” dos motores. “O som do turbo tem seu próprio charme, mas, além disso, temos carros potentes que consomem muito menos combustível – era uma revolução inevitável. E se a Honda decidiu retornar, significa que a revolução está funcionando”.

Ao mesmo tempo, segundo Todt, a Fórmula 1 precisa reduzir seus custos. “É absurdo que metade dos pilotos da categoria máxima do automobilismo estejam pagando para correr. Não conheço nenhum outro esporte do mundo onde isso acontece”.

A solução aparente é um teto orçamentário obrigatório, e os detalhes estão sendo discutidos agora. Ron Dennis, da McLaren, é totalmente contra o conceito. “Se você não pode bancar os custos de estar na Fórmula 1, não entre na Fórmula 1”, disse ele na quinta-feira.

Dennis também acusou a FIA de ser hipócrita em relação aos custos, tendo introduzido o “motor mais caro da história do automobilismo”. Ele questionou: “As mesmas pessoas que nos colocaram neste caminho agora estão seguindo outro caminho, dizendo que precisamos reduzir os custos. Como isso não contraria a lógica?”

 

LS - www.autoracing.com.br

Tags
, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.