Nova coluna de Rafael Ligeiro: Como na Fórmula 1 30/08/05

segunda-feira, 22 de novembro de 2010 às 23:02
Antes da largada

Como na Fórmula 1

Em 2005, Fórmula 1 e Indy Racing League mostram dentro da pista um fenômeno no mínimo interessante. Apesar de provas bastante movimentadas e que andam agradando com disputas interessantes, ambas categorias possuem líderes “disparados” na tabela de classificação. Na F-1, há cinco etapas da temporada, Fernando Alonso tem 24 pontos de vantagem sobre Kimi Raikkonen. Mesmo com um equipamento inferior ao do finlandês a essa altura do campeonato, o asturiano Alonso caminha a passos firmes para se tornar o mais jovem da categoria, com 24 anos – deixando para trás a marca de Emerson Fittipaldi. Já na IRL, o primeiro colocado é o inglês Dan Wheldon, 79 pontos à frente do vice-líder, Tony Kanaan.

De fato, os resultados do Grande Prêmio de Sonoma, disputado no último domingo, colocaram tempero nessa disputa caseira da equipe Andretti-Green. Faltando quatro provas para o término da temporada, ainda estão em jogo 212 pontos. Vale ressaltar, porém, que o piloto que se classifica para a corrida já assegura dez pontos. Com isso, a diferença entre o vencedor e o último colocado de todas as etapas cai para 172. Entretanto, mais que essa matemática, Wheldon está com uma mão na taça graças a duas virtudes também presentes em Alonso na F-1. Primeira: capacidade de aproveitar o abandono de seu principal adversário para conquistar boa pontuação.

Assim como o espanhol se aproveitou dos shows pirotécnicos da McLaren no início da temporada para abrir uma vantagem confortável a Raikkonen na classificação, Wheldon fez bem o dever de casa nas três etapas em que o rival Tony Kanaan não recebeu a quadriculada. Com exceção da etapa de Nashville, Dan levou a melhor nos outros dois abandonos de Tony. Em Richmond, o inglês ficou em quinto. Já no Kentucky, ficou em terceiro.

Segunda: a constância entre os primeiros colocados. Além de cinco vitórias, o inglês terminou 10 provas entre os cinco primeiros e 12 entre os dez melhores – além de mais de US$ 2,5 milhões em prêmios. E vale lembrar que a fase de bons resultados começou ainda na segunda metade da temporada passada, quando o piloto natural de Emberton cumpriu campanha semelhante a do campeão Kanaan.

Tony Kanaan

Com estas virtudes, a única coisa que de fato pode tirar o campeonato de Wheldon são corridas horrorosas como a de Sonoma. Em sua primeira parada de pit, a mangueira injetora de combustível apresentou problemas e não liberou metanol, obrigando o piloto a fazer outra parada. Com isso, Dan caiu para o final do pelotão. De maneira surpreendente e com mudança na estratégia de pit, chegou a andar em segundo lugar, porém uma pane nos computadores da Andretti-Green resultou em problemas hidráulicos, além de impossibilitar os mecânicos da equipe de calcularem a quantidade de combustível no carro. Resultado: ficou na pista sem metanol.

Enfim, um GP para se esquecer, porém que provou que sua vantagem na classificação é confortável.

Papo Ligeiro

Deu asas: A Red Bull-Cheever teve em Infineon o melhor fim de semana na temporada 2005 da IRL. Apesar de um rendimento discreto nos treinos, a equipe conseguiu encontrar excelente setup para os seus carros durante a prova. Méritos também para Alex Barron e Patrick Carpentier, dois experientes e competentes pilotos em circuitos mistos. Lembrando os tempos de Champ Car, onde fazia seus milagres na pouco competitiva Dale Coyne, Barron “andou” boa parte da prova entre os cinco primeiros. Terminou em terceiro. Já Carpentier acompanhou o ritmo do companheiro todo tempo e recebeu a quadriculada em quarto lugar.

Dan Wheldon

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