Newey: Sustentabilidade está seguindo direção “ilógica”

terça-feira, 20 de dezembro de 2022 às 9:28

Fórmula 1 – Net Zero 2030

Adrian Newey questionou a narrativa cercando o futuro da Fórmula 1 e dos esportes a motor em geral.

Provavelmente o projetista mais famoso na história da categoria, ele admite que o ambiente e a sustentabilidade são “grandes problemas” que merecem atenção.

“A F1 pode e deve ter um papel nisso”, declarou o chefe técnico da Red Bull ao motorsport-magazin.com.

“Mas há toda esta discussão sobre qual deveria ser a fonte de energia – eletricidade, biocombustível, combustível sintético, hidrogênio. Existem muitas informações erradas circulando sobre o assunto, principalmente o lado elétrico”.

“As pessoas estão começando a perceber que a pegada de carbono para produzir um veículo elétrico é muito maior do que a de um veículo a petróleo. Assumir que a eletricidade da energia eólica ou solar é livre de emissões simplesmente não está correto”.

Segundo Newey, as turbinas de vento exigem “uma quantidade enorme de concreto” para serem construídas, o que é “uma das maiores causas de emissões de CO2”.

“Essas estruturas também contém bastante alumínio e cobre, que são muito poluentes na fase de produção. Portanto, não é emissão zero”.

Quanto aos carros de F1, a tecnologia híbrida das unidades de potência é incrivelmente eficiente, mas Newey afirma que o peso dos carros anula grande parte disso.

“Ninguém parece estar falando sobre a quantidade de energia usada para manter o carro em movimento”, disse ele.

Na indústria dos carros de rua, Newey considera “ilógico” que as montadoras ganhem crédito por carros maiores e mais pesados que poluem menos.

“É gerido pelo governo, que é influenciado pelas fabricantes automotivas, o que é bem similar ao automobilismo hoje em dia”, insistiu ele. “Algumas mudanças na F1 também são resultado de pressão. Eu creio que precisamos de carros menores, mais leves e eficientes em termos de energia”.

“Nossos carros se tornaram maiores, mais pesados e não particularmente eficientes na aerodinâmica porque possuem muito arrasto. Infelizmente, a F1 agora alcançou exatamente o oposto com estas novas regras”.

“Para a F1 e a indústria automotiva em geral, está claro que carros maiores e mais pesados e a obsessão das pessoas se eles são movidos a baterias ou petróleo é a direção exatamente errada”.

“O maior problema é a quantidade de energia necessária para movimentar a maldita coisa, não importa de onde vem essa energia. Parece que as regras técnicas da F1 não reconhecem isso porque, é claro, as grandes montadoras não querem. Pelo menos é o que eu penso”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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