MotoGP – A tênue esperança de Andrea Ianonne

sábado, 20 de fevereiro de 2021 às 18:30

Andrea Ianonne

Colaboração: Carlos Alberto Goldani

Alex Schwazer é um praticante de marcha atlética que nasceu no norte da Itália. Com um início de carreira brilhante, conquistou a medalha de bronze nos 50 km do Campeonato Mundial de 2005 marcando o tempo recorde de 3 horas, 41 minutos e 54 segundos.4 horas. No Campeonato Mundial de 2007, terminou em 10º lugar a prova de 20 km e conquistou o bronze na prova de 50 km (com o melhor resultado já obtido nesta prova, de 3:37:04.08). Foi vice-campeão da Copa do Mundo de Caminhada da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) de 2008 e conquistou o ouro nos 50 km de caminhada nos Jogos Olímpicos de 2008, estabelecendo um novo recorde olímpico com o tempo de 3:37:09.

Começou sua campanha de 2010 com duas vitórias no circuito mundial de corrida da IAAF, venceu os 20 km no Gran Premio Città di Lugano quebrando um recorde que resistiu por 18 anos com o tempo de 1:18:23.20. Antes da Copa do Mundo de Caminhada da IAAF venceu no Coppa Città di Sesto San Giovanni, no Campeonato Europeu de Atletismo de 2010 não conseguiu terminar a caminhada de 50 km e conquistou a medalha de prata nos 20 km. Competiu na prova de 20 km no Campeonato Mundial de Atletismo de 2011, mas conseguiu apenas o nono lugar.

Alex Schwazer, campeão olímpico dos 50 km em 2008

Alex começou 2012 em plena forma, quebrou o recorde italiano de 1:17:30 ao vencer no Memorial Mario Albisetti 20 km de caminhada e obteve o 4º melhor tempo de 50 km em sua carreira uma semana depois para vencer no Dudinska Patdesiatka, uma competição realizada nas ruas de Dudince, na Eslováquia.

Foi excluído dos Jogos Olímpicos de 2012 em Londres após testar positivo em um exame antidoping. Na ocasião o atleta reconheceu: “Minha carreira acabou… Eu queria ser mais forte para esta Olimpíada, cometi um erro”. Recebeu uma proibição de três anos e meio de competição pelo Comitê Olímpico Nacional Italiano em abril de 2013. Carolina Kostner, a namorada de Schwazer na época – nunca se deve subestimar uma mulher desprezada – admitiu aos promotores em Bolzano que havia mentido para inspetores da Agência Mundial Antidoping que o atleta não estava em casa pouco antes dos Jogos de 2012. Também reconheceu que Schwazer costumava dormir em uma câmara barométrica, procedimento que não é proibido pela World Anti-Doping Agency (WADA), porém é ilegal na Itália.

Em maio de 2016, uma amostra negativa de controle de doping realizado em janeiro foi reanalisada e testou positivo para uma substância proibida. Schwazer foi informado algumas semanas antes dos Jogos Olímpicos e recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). Em agosto o tribunal negou provimento ao recurso e impôs um banimento de 8 anos das competições, até julho de 2024. Em 2019, a Federação Italiana de Atletismo (FIDAL) cancelou todos os resultados alcançados pelo atleta a partir de 18 de março de 2012.

O jornal italiano La Repubblica decidiu investigar o caso e produziu um documentário com evidências, incluindo escutas telefônicas da polícia, que lançam sérias dúvidas sobre o tratamento de Schwazer e sugerem que a amostra de controle de doping de 2016 foi adulterada. Segundo o documentário, o verdadeiro alvo era o treinador do atleta de 2015 a 2016, Sandro Donati, ex-técnico da equipe italiana de sprint, denunciante e crítico contumaz do doping e da corrupção no esporte, que havia descoberto uma trapaça patrocinada pela federação italiana na década de 1980.

Em 17 de março de 2020 sentença e banimento foi confirmada pelo tribunal federal de Lausanne Suiça) após um recurso de Schwazer ser rejeitado, nova petição estava em andamento no Tribunal de Bolzano (Itália).

Alex Schwazer foi inocentado das acusações de doping em fevereiro de 2021.

O mundo esportivo ficou abalado com a notícia do resultado do julgamento, Alex Schwazer foi inocentado das acusações de doping que o assombravam desde 2016. O Gestor de Interesse Público (GIP) da Corte de Bolzano não se limitou a esta decisão, também criticou a WADA e a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), acusando-os de agir sem critérios claros, de forma auto-referencial e de práticas de alterar as amostras de urina, como aconteceu no caso de Schwazer. A concentração de Ácido Desoxirribonucleico (ADN) na urina analisada não é compatível com a fisiologia humana, portanto os dados confirmam que a amostra foi substituída por uma que confirmasse a acusação.

Todo este introito remete ao caso de Andrea Ianonne, que foi afastado por 2 anos e no recurso o TAS, por recomendação da WADA, ampliou a penalização para 4 anos de banimento da MotoGP. Em declarações em suas redes sociais (Instagram) o piloto desabafou: “Essas situações vêm acontecendo há muito tempo, esse sistema deve ser interrompido para o bem dos atletas, que abdicam da vida normal para dedicarem-se a esforços físicos e mentais para o esporte. Certamente há atletas que se drogam – continua o piloto – e outros não. Os primeiros têm razão em serem punidos, porém não é certo que outros sejam prejudicados porque a máfia presente no esporte é agora maior do que o esporte em si. Esse sistema é uma droga.”

Castelo de Béthusy, sede do Tribunal Arbitral do Esporte em Lausanne, Suíça

As palavras de Ianonne tem forte motivação emocional ao contrário de Schwazer, que reorientou a sua vida. Para o Maniac #29 o futuro ainda parece nebuloso, tem propostas do segmento de entretenimento e algum envolvimento com moda para o mundo dos motociclistas. Com resultados de julgamentos com o de Alex Scgwartz, ainda mantém uma tênue esperança de voltar às pistas.

Carlos Alberto Goldani
Porto Alegre – RS

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