MotoGP 2018 – Malásia

terça-feira, 6 de novembro de 2018 às 19:27

Valentino Rossi – Malásia 2018

Colaboração: Carlos Alberto Goldani

Durante a conferência de imprensa que precedeu o GP da Malásia Marc Márquez comentou que a temporada ainda não tinha terminado, havia campeonatos importantes ainda em aberto, como os de equipes e construtores. Sabendo da importância destes títulos, principalmente para efeitos comerciais, Márquez conseguiu o melhor tempo no Q2 com mais de meio segundo sobre Johann Zarco, seu mais próximo perseguidor. Por ter atrapalhado uma volta rápida de Andrea Iannone o espanhol foi penalizado em seis posições no grid, três pela infração e mais três por ser reincidente, houve um precedente nesta temporada ocorrido no GP das Américas. A posição de largada na MotoGP não é tão importante quanto em outras competições, sair na frente é bom, porém estar na terceira fila não caracteriza nenhum dano irreparável. Fato significativo foi que a sétima posição de Márquez era a Honda melhor colocada no grid.

Com o céu nublado e a corrida antecipada em duas horas em função da previsão de chuva intensa, a largada foi autorizada com o piso seco e muito calor. Zarco, que havia herdado a pole, largou mal e cedeu a liderança para Valentino Rossi. Logo atrás em disputa por posições, Márquez e Pedrosa chegaram a se tocar. A agressividade inicial do campeão lembrou o estilo de um outro piloto, Marco Simoncelli, que em 2011 sofreu um acidente fatal neste mesmo circuito e sempre foi muito criticado pela imprensa espanhola por ter um comportamento considerado temerário nas pistas. A primeira grande emoção aconteceu já na segunda volta, Márquez depois de ultrapassar Iannone em disputa pela terceira posição perdeu a frente no final da grande reta e protagonizou mais um de seus já lendários “saves”, o piloto da Suzuki que estava muito próximo assustou-se, perdeu a referência e acabou caindo.

Faltando 16 voltas Márquez ultrapassou a Yamaha de Zarco e iniciou a perseguição ao líder Valentino Rossi. Foi impossível no momento não lembrar o incidente em 2015 que envolveu os dois pilotos nesta mesma pista e precipitou a perda do título para o italiano. Na sequência Michele Pirro caiu pilotando a moto que costuma ser de Jorge Lorenzo, complicando a vida da Ducati no mundial de construtores.

Com sete voltas para o final Márquez abriu a temporada de caça buscando reduzir a diferença entre os líderes. Três giros depois, no esforço para manter a ponta, Rossi exagerou e caiu na curva 1. A telemetria indica que ele estava com um ângulo de inclinação entre 65 e 66 graus quando perdeu a traseira, o normal naquela curva com o pneu em bom estado seria não mais de 62 graus. Mostrando esportividade e respeito pelo público o italiano ainda recuperou a moto e voltou para a corrida, porém ficou fora da zona de pontuação. Com a saída da Yamaha o caminho ficou livre para Marc Márquez obter a sua nona vitória na temporada.

Sepang também testemunhou a recuperação de Maverick Vinales, que saiu da 11ª posição com sua Yamaha para o 4º lugar, a eficiência da Suzuki que conseguiu o segundo degrau do pódio com Alex Rins e a consistência de Johann Zarco que mais uma vez colocou uma Yamaha 2016 na frente das motos de fábrica. O público local foi recompensado pela excelente performance do primeiro piloto malaio na história da MotoGP, Hafizh Syahrin, que saiu da última posição do grid para conquistar a 10ª colocação.

Os “top ten” nesta prova não incluíram máquinas Aprilia e KTM. A posições foram ocupadas pelas Honda de Márquez (1º) e Pedrosa (5º), pela Suzuki de Rins (2º), as Yamaha de Zarco (3º), Vinales (4º) e Syahrin (10º) e pelas Ducati de Dovizioso (6º), Bautista (7º), Miller (8º) e Petrucci (9º).

Em termos de temporada de 2018 o mundial tem quase tudo definido. O campeonato de Márquez já havia sido ratificado no GP do Japão, em Sepang a Honda confirmou o mundial de construtores e Andrea Dovizioso garantiu a segunda colocação na disputa entre pilotos. No campeonato entre equipes a Repsol Honda tem uma vantagem de 39 pontos sobre a Movistar Yamaha, entre as independentes a Alma Pramac (Ducati) venceu a Tech3 (Yamaha). Está em disputa ainda qual o melhor piloto independente, Johann Zarco (Tech3) lidera com um ponto a mais que Cal Crutchlow (LCR) e cinco de Danilo Petrucci (Alma Pramac). Franco Morbidelli disputa com Hafizh Syahrin quem leva o troféu de melhor estreante do ano. Embora sem o glamour do mundial de pilotos, os demais títulos são argumentos explorados pelas áreas comerciais na negociação de patrocínios.

Nas categorias de acesso o italiano Francesco Bagnaia, da equipe SKY Racing Team VR46 garantiu o título da Moto2 e o espanhol Jorge Martin da Del Conca Gresini conquistou a Moto3.

Carlos Alberto Goldani
Porto Alegre – RS

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