Moto GP – Diretor da Honda analisa temporada 2013 e seus pilotos

sábado, 21 de dezembro de 2013 às 9:20

Dani Pedrosa x Marc Marquez

Na sua primeira temporada como diretor de equipe na Repsol Honda Team, o resultado final não podia ter sido melhor para Livio Suppo, com a conquista dos títulos de pilotos e construtores. O italiano relembra o memorável ano de 2013 em entrevista ao site motogp.com.

Apesar da Honda não poder pedir muito mais em termos de sucesso geral, Suppo – sem deixar de elogiar o “incrível” novo campeão Marc Márquez pela sua inacreditável agilidade – admite também que ficou aborrecido por ver Dani Pedrosa perder o título por mais uma temporada.

Livio, 2013 foi um ano de grande sucesso para a sua equipe na categoria máxima. Desempenhou novo papel – era o que esperava?
Por um lado sim, mas há sempre positivos e negativos. Se queremos ser otimistas, é claro que a temporada do Marc foi mesmo incrível e temos orgulho por termos batido quase todos os recordes neste esporte, podemos estar muito contentes com isso.

Por outro lado, tenho muita pena porque acredito que o Dani – mais uma vez por uma coisa que não foi culpa dele – perdeu a possibilidade de lutar pelo campeonato no final. Como disse antes, ele terminou o campeonato a 34 pontos do Marc, mas na verdade – não fosse Sachsenring e Aragón – provavelmente ele estaria lá; aliás, provavelmente não, com certeza.

Tirando isso, a equipe fez uma boa temporada e os técnicos construíram uma moto brilhante. Agora estamos ansiosos pelo ano que vem. Os pilotos vão continuar na mesma, mas o Jorge (Lorenzo, Yamaha) também vai continuar muito, muito forte, porque ele também fez uma temporada muito boa, então vai ser complicado.

Olhando para os seus dois pilotos. Começando pelo Dani Pedrosa, como viu a sua evolução enquanto homem e piloto? Ele teve muitos altos e baixos…
Sabem, mais uma vez o Dani mostrou que é muito forte; não apenas na moto, mas também mentalmente – recuperar do que aconteceu em Sachsenring e Aragón não é fácil. Ele conseguiu fazer uma boa corrida em Valência e venceu em Sepang, estou mesmo muito orgulhoso do Dani.

E o novo campeão do mundo, Marc Márquez?
Ele é algo de novo e fresco, sempre sorrindo e tem um caráter magnífico que acredito – em conjunto com o seu talento – é o maior aspecto positivo e vai ajudá-lo a ter uma longa carreira. Estamos super contentes.

Para 2014, o Márquez vai selecionar parte da sua antiga equipe de Moto 2. Pode explicar algumas das alterações de pessoal do lado dele da garagem?
Não há grandes alterações. No final das contas os técnicos estão ligados aos pilotos e quase todos os que trabalham com o Marc esta temporada vieram para a HRC por causa do Casey (Stoner). Por isso, pilotos e mecânicos estão acostumados a este tipo de coisas. De todas as formas, encontramos bons trabalhos para todos eles na HRC – não na equipe de fábrica, mas, de todas as maneiras, estamos contentes, eles estão contentes e o Marc está contente por ter estas novas pessoas à volta dele.

Há muitos anos que estou neste mundo, mas nunca vi um piloto que precisasse de estar tão perto da sua equipe. Janta sempre com os seus mecânicos nas noites de domingo; ele precisa mesmo ter a família à volta dele, e isso ajuda muito nos momentos difíceis. Como disse muitas vezes, em Phillip Island teria sido fácil para ele ficar nervoso ou desapontado com a equipe por causa do erro, mas na realidade foi ele quem manteve a equipe forte e motivada antes de vencer o campeonato.

Como já tentamos explicar, acreditamos que os seus (atuais) técnicos são muito bons e estão fazendo um bom trabalho, mas quando se vê um piloto tão convicto – e é claro que acreditamos que o nível dos técnicos que ele quer trazer é suficientemente bom – então não há motivos para não os ter.

Algumas outras pessoas, como Christian Gabbarini, vão agora trabalhar mais com a nova RCV1000R (antes conhecida como “Production Racer”)…
O Christian chegou a ser chefe de equipe… agora, para o próximo ano, há o novo projeto RSV1000R que é muito importante para a HRC. Assim, em conjunto com o Bruno Leoni, que foi o chefe de equipa do Marc, serão responsáveis pelo projeto.

Também há mais desafios novos, como as motos de fábrica forçadas a correr com um máximo de 20 litros de combustível. Isso vai ser uma grande diferença, não?
É claro, mas, graças a Deus, a tecnologia da Honda é muito boa e também não nos podemos esquecer que trabalhamos em conjunto com a Repsol há 20 anos. Isso é claro que ajuda porque os nossos técnicos trabalham com eles há muito tempo e seguramente isso vai ajudar a encontrar o melhor combustível para ajudar o motor a terminar a corrida.

EB - www.autoracing.com.br

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