Moto GP – Confira uma entrevista com Casey Stoner

domingo, 7 de agosto de 2011 às 11:55

c_stoner.3Líder do Campeonato da Moto GP com cinco vitórias em dez corridas, Casey Stoner começou a primeira temporada na Repsol Honda Team tomando a iniciativa na dura luta com Dani Pedrosa e Jorge Lorenzo. A vitória no primeiro GP com as cores da petrolífera espanhola foi o melhor sinal que o australiano podia dar quanto à sua vontade de ganhar, e vai chegar à República Tcheca com uma margem de 20 pontos na frente da classificação.

Cinco vitórias e mais quatro pódios em dez corridas. Não parece nada mau para a primeira metade da temporada, não é?
“Sim. Creio que sem o problema da segunda corrida teríamos estado no pódio em todas as provas, o que acredito que é algo muito especial. Estou muito contente este ano na Repsol Honda Team. A moto tem funcionado de forma brilhante e mesmo nos piores dias não funcionou mal. Isto é algo muito positivo. Quando temos a oportunidade de ganhar estamos sempre lá, muito próximos, e isso nos dá a possibilidade de vencer mais vezes.”

Das corridas que já disputou com a Repsol Honda, qual foi a sua preferida?

“Diria que a minha corrida preferida foi, sem dúvidas, Laguna Seca. Tivemos um fim de semana muito difícil. Desde Assen, onde tive uma grande queda, sofri com as minhas lesões porque tinha caído também em Sachsenring e as coisas não nos correram da melhor forma. Quando chegamos a Laguna Seca estava confiante, mas infelizmente durante o fim de semana não conseguimos pôr a moto como queríamos. Só na corrida é que conseguimos dar o passo em frente que precisávamos e isso nos deu a confiança para fazermos uma grande corrida.”

O Lorenzo, o Pedrosa e você estão tendo disputas muito próximas e estão com um nível bem acima dos outros. Isso leva a liderança e as vitórias a um nível mais elevado?
“Competi contra esses pilotos durante toda a minha carreira, por isso penso que o valor das vitórias é sempre muito alto. Nós três, o Jorge [Lorenzo], o Dani [Pedrosa] e eu tivemos o azar de coincidirmos numa época muito difícil, uma das mais duras da história, em que é mais difícil atingir a vitória, e é claro que é uma sensação muito boa, uma emoção muito forte quando se vence. Mas depois de competir com eles durante a maior parte da minha vida a sensação é mais ou menos a mesma. Quando se faz uma corrida como em Laguna Seca, então a sensação é especial, mas também foi assim na primeira vitória na primeira corrida com a Honda. Foi algo de especial.”

Que detalhes é que acha que vão decidir quem é o campeão desde agora até o final do ano?
“Diria a consistência, mas como é difícil não penso que a consistência ganha campeonatos. Temos de estar lá e vencer corridas, correr riscos. Creio que é isso que pode decidir o campeonato. Vamos dar o nosso melhor sempre que estivermos na pista, mas se não formos capazes de ganhar num dos dias teremos de nos contentar com o segundo lugar, um terceiro, ou até pior, mas vamos tentar ganhar sempre.”

O que pode dizer da sua moto e o que tem de ser melhorado? Isto porque nas últimas corridas sofreu mais que o esperado…
“Tivemos alguns fins de semana estranhos. Em Mugello sofremos um pouco devido ao aquecimento excessivo dos pneus, o que se deveu ao excesso de aderência na traseira. Em Sachsenring tentamos reduzir a aderência para diminuir a temperatura dos pneus e isso não é a direção certa. Em Laguna Seca seguimos o mesmo caminho, tentando evitar que a temperatura fosse demasiado elevada, mas não foi a direção certa. Temos andado às voltas tentando dar um passo a frente para voltarmos a encontrar aderência outra vez, para encontrarmos tração que ajude a moto a funcionar bem porque penso que é a melhor característica da Honda: a tração. Quando não seguimos esse caminho não temos uma característica forte e foi por isso que sofremos nessas corridas.”

E onde pensa que tem de melhorar? Como se sente com os problemas físicos?
Agora temos umas semanas de parada e estou certo que me vou sentir muito melhor depois, porque semana após semana não melhorei muito. É algo que nos afetou, mas temos de competir e não fizemos muito em relação ao assunto. Há muitas coisas que tenho de melhorar na minha pilotagem, bem como na moto. Tenho estado aprendendo nas últimas corridas, mas a falta de experiência com a Honda não ajuda. Vai ser muito bom ter mais experiência para saber que certos acertos funcionam de certa forma e isso é bom para seguirmos o caminho quando temos falta de aderência ou dificuldades em curva. Com um pouco mais de experiência talvez tenhamos menos maus momentos, então penso que com um pouco mais de experiência vão melhorar esses pontos porque têm sido fraquezas nas últimas corridas.”

O que pede para a segunda parte da temporada?
“Honestamente, o melhor que pode acontecer é ser igual à primeira metade! Chegar ao final da com mais do que os outros é o nosso objetivo. Quero somar ainda mais vitórias, quero dar o melhor até o final do ano. A moto é boa, rápida, estou rodando bem, mas o problema é que tenho rivais muito fortes que fazem o mesmo. Vamos ter de esperar para ver o que podemos fazer na segunda metade do ano, mas estou certo que vai ser um campeonato duro.”

Que planos tem para estes dias antes da República Tcheca?
“Não tenho muitos planos, quero apenas tentar me recuperar das minhas lesões e se conseguir recuperar o bastante então começarei a treinar outra vez antes do início da segunda parte da temporada. Este ano, desde Le Mans que tenho estado doente, ou lesionado, e tem sido muito complicado arranjar tempo para treinar, então seria bom voltar à pista em plena forma.”


EB – www.autoracing.com.br

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