Meus 10 melhores da F1 em 2010

terça-feira, 11 de janeiro de 2011 às 20:32

1. Sebastian Vettel. É muito difícil que o campeão não tenha sido o melhor piloto do ano. Na maioria das vezes o campeão é um pouco melhor que os outros, poucas vezes é muito melhor e raras vezes não é o melhor. Eu diria que Vettel se enquadrou na primeira opção desta vez, ou seja, foi um pouco melhor que Hamilton, Webber e Alonso. Na reta final do campeonato, quando a coisa parecia perdida para o alemão, ele se agigantou e cravou várias vitórias seguidas.

Ele teve também o mérito de aproveitar um carro mais rápido e cravar 10 poles na temporada, o que nunca é fácil em qualquer circunstancia.

2. Lewis Hamilton. Dos pilotos de ponta foi quem menos cometeu erros e mais arriscou. Hamilton tem o instinto assassino de alguns pilotos mais antigos, mas o pessoal da McLaren prefere a polidez e então diz que ele “guia com o coração”. Graças a esse tipo de tocada ele conquistou duas vitórias sensacionais este ano, Montreal e Spa, pistas onde o piloto faz mais diferença que o usual. Mas carro não ajudou deixando a desejar na segunda metade da temporada, o que é curioso, pois a McLaren costuma ser a equipe que mais evolui durante o ano. E, apesar de na pontuação final ele ter ficado apenas 26 pontos na frente de Button, em performance ele dominou completamente seu companheiro de equipe campeão de 2009.

3. Mark Webber. É muito fácil fazer a “defesa” desta escolha. Webber começou o ano semi-aposentado e disputou o título até a última corrida, mesmo aparentemente tendo que lutar contra a própria equipe, que até Silverstone não apostava um vintém que ele poderia ser campeão. Mas o australiano conquistou a confiança da equipe com performances fortes e principalmente consistentes, algo que ele ainda não havia mostrado na carreira. No final do ano ele teve uma queda impressionante e inexplicável até dias atrás, quando soube-se que ele quebrou o ombro depois do GP de Cingapura no final de setembro e correu “contundido” as ultimas quatro corridas finais. Ele escondeu isso de todo mundo, inclusive da equipe.

4. Fernando Alonso. Alguns ou muitos devem estar torcendo o nariz. Afinal, por que Alonso em quarto e não em segundo? Fácil, ele foi privilegiado descaradamente pela Ferrari e eu simplesmente não engulo esse tipo de coisa. Suas performances na primeira metade da temporada não haviam sido lá grande coisa, inclusive cometendo alguns erros bizarros. Mas ganhou uma vitória de presente na Alemanha, aliás a segunda, porque a primeira tinha sido em Cingapura 2008 e a partir dali pareceu ter adquirido mais confiança e melhorou muito. Chegou à última corrida do ano em Abu Dhabi como franco favorito, mas não conseguiu ultrapassar Vitaly Petrov durante toda a corrida e perdeu o título. Depois reclamou muito do russo, como se Petrov fosse obrigado a dar passagem para a prima donna espanhola vencer o campeonato.

Alonso sem dúvida nenhuma é um grande piloto. É um bicampeão mundial, muito técnico e rápido. O ponto onde ele poderia melhorar seria em relação às ultrapassagens, já que tem se mostrado um piloto que arrisca pouco. Por outro lado é um homem com atitudes extremamente desagradáveis que tornam o ambiente de trabalho pesado, tenso. Isto não parece estar ajudando muito nos últimos anos…

5. Robert Kubica. Definitivamente ele é um piloto que passou a tirar absolutamente tudo do carro. Muito técnico e agressivo, Kubica merecia um carro melhor em 2011, um que ele pudesse realmente disputar vitórias. Considero o polonês um piloto completo; muito rápido em classificação, muito consistente em corrida e um ótimo ultrapassador. É uma pessoa que trabalha muito bem em equipe, tanto que é muito querido na Renault por todos, desde o chefe de equipe até o cara que empacota os equipamentos. Suas performances em Melbourne e Monaco este ano foram sublimes. Tomara que a Renault tenha um carro melhor em 2011.

6. Kamui Kobayashi. Eu estava em dúvida entre ele e o Nico Rosberg, mas fiquei com o japa pela emoção de vê-lo guiar. Até aqui é o melhor japonês disparado que já apareceu na Formula 1. Teve apenas duas corridas para mostrar alguma coisa em 2009 e quando a Toyota desistiu, pensei que ele fosse ficar a pé. Mas então Peter Sauber ressurgiu das cinzas para resgatar sua equipe e contratar Kobayashi para toda a temporada deste ano. E o japa não decepcionou, pelo contrário, fez muitas boas corridas e algumas excelentes. Ele parece aqueles pilotos à moda antiga, pois vai pra cima mesmo e faz a alegria da galera. Aposentou de la Rosa antes do final da temporada e ainda bateu Heidfeld. Para um novato é um excelente começo. E dá-lhe Koba em 2011!

7. Nico Rosberg. A imprensa toda o deu como “morto” quando a Mercedes GP resgatou Schumacher da aposentadoria para ser seu companheiro de equipe em 2010. Nico disse que não tinha medo e que iria bater o conterrâneo famoso. Soou quase como uma piada. Como um bom piloto, mas que nunca sequer venceu uma corrida na Formula 1 bateria o grande Schumacher? Pois é, bateu e de longe. Humilhou. Eu não esperava isso. Achei que até a metade da temporada Nico fosse dar trabalho para Schumacher, mas depois seria devidamente massacrado. Eu ainda dou a Schumacher o benefício dos três anos sem guiar um F1 e um retorno num carro que absolutamente não combina com sua tocada. Acho que em 2011 a história pode ser totalmente diferente. Vamos aguardar para ver.

8. Rubens Barrichello. Só os 17 anos de Formula 1 já seria o bastante para incluí-lo nos top 10, mas além disso Rubens continua rápido e consistente. Marca muitos pontos, ajuda demais a equipe a desenvolver o carro e quase nunca comete erros a ponto de bater. Nesta temporada arrasou seu companheiro de equipe, Nico Hulkenberg, piloto que tive a oportunidade de conversar sobre com várias pessoas da Formula 1 e todas, sem exceção, estavam surpresas com a surra que ele tomou do Rubens.

9. Jenson Button. Talvez o piloto mais inteligente do grid, guia mais com o cérebro do que com os pés e mãos. Tem a tocada mais limpa do grid. O problema é que isso não é suficiente para se equiparar a Hamilton. Button começou muito bem o ano e conseguiu 2 vitórias relâmpago na base da estratégia certeira, mas depois foi sendo superado aos poucos e constantemente por Hamilton. É difícil imaginar como a McLaren vai conseguir fazer um carro que se adapte a tocadas tão diferentes entre seus pilotos. Button precisa ser mais agressivo na pista se pretender disputar alguma coisa com Hamilton.

10. Adrian Sutil. Muito bom piloto, mas não foi capaz, como quase ninguém seria, de levar um carro sem desenvolvimento nas costas o ano todo. A Force India penou ao perder seu principal técnico, James Key, para a Sauber e vários outros para a Lotus. Vijay Mallya não quis meter a mão no bolso durante a temporada e viu seu principal piloto marcar apenas 47 pontos quando tinha potencial para o dobro.

Um abraço e até a próxima!
Adauto Silva
adauto@autoracing.com.br


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