Mercedes está numa ‘sinuca de bico’

segunda-feira, 25 de abril de 2022 às 14:20

Mercedes

A Mercedes está tentando desesperadamente descobrir o que pode fazer para que o carro funcione na pista, uma vez que todas as simulações estão dando errado na realidade.

O carro está tendo que ser acertado com a traseira muito alta, onde perde-se muito downforce do efeito solo.

O assoalho está fazendo grande parte do trabalho do downforce com esta geração de carros e é obviamente de onde vem a questão do quique, que no caso dos Prateados começa logo acima dos 200 km/h. E há muitas curvas em quase todas as pistas que são contornadas nessa velocidade e algumas até acima disso.

Hamilton sugeriu que a Mercedes determinasse definitivamente que seu conceito é falho, porque então pelo menos eles seriam capazes de apresentar um plano de ação.

O pior é que não há a possibilidade de copiar um assoalho de algum outro carro, já que o conceito da Mercedes é único e portanto um assoalho que esteja dando certo como o dos Touros e até dos Vermelhos, simplesmente não funcionaria no carro Prateado.

Mas Wolff não está disposto a aceitar que todo o conceito W13 esteja errado, mesmo que haja algo dentro do carro que simplesmente não funcione com esse regulamento.

Mas ele disse pela primeira vez que a Mercedes pode precisar decidir mudar mais cedo ou mais tarde – o que significa decidir se começar de novo tem mais potencial.

Wolff disse: “Mudar o carro para cortar as perdas, significaria que você diria ‘OK, onde está a linha de base agora? Existe uma nova linha de base em que podemos começar, onde acreditamos que podemos desbloquear mais potencial?’

“Se tivéssemos pensado isso, teríamos feito isso há cinco meses.”

“Acreditamos que esta é a direção de desenvolvimento que precisamos tomar. Portanto, é um exercício bastante complicado de fazer.”

“Você pode dizer: ‘OK, chega de perdas, mude para o próximo ano’ se entender por que errou. E no momento nós simplesmente não entendemos.”

É por isso que a situação da Mercedes é tão complicada.

As regras serão as mesmas para o próximo ano, então a Mercedes não pode abandonar 2022 e colocar todos os seus recursos no desenvolvimento de um carro para 2023 completamente diferente.

E se a Mercedes continuar gastando tempo e dinheiro nesse conceito e puder resolver seus problemas, isso valerá a pena a longo prazo, porque o carro continuará muito parecido com esse.

A conclusão é que a Mercedes ainda precisa entender o que deu errado com esse desenho.

Só então será capaz de descobrir se uma grande mudança é necessária, ou se pode seguir o caminho de desenvolvimento que vem traçando há vários meses.

“Acreditamos muito que a ciência que estamos colocando no momento nos ajudará a andar com o carro mais baixo, onde acreditamos ter toda a qualidade aerodinâmica, mas não conseguimos desbloquear isso por causa do fundo do carro, o assoalho”, disse Wolff.

“Se conseguirmos superar isso, significa que podemos encontrar muito tempo de volta.”

“Se não, precisamos ter outra ideia.”

Os engenheiros dentro da Mercedes acreditam que o conceito central do W13 é válido e ainda pode se tornar um carro de sucesso.

A questão não é apenas se esse é o caso, mas se isso pode acontecer nesta temporada.

Caso contrário, a atenção da Mercedes precisará se voltar para 2023. E Hamilton diz que terá um ano “doloroso” nesse meio tempo.

AS - www.autoracing.com.br

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