Mercedes deve cortar número de equipes clientes após 2026
sexta-feira, 12 de dezembro de 2025 às 9:12
McLaren e Mercedes
A Mercedes caminha para encerrar uma era marcada por um fornecimento amplo de motores na Fórmula 1. Nos últimos anos, a marca alemã abasteceu quase metade do grid. No entanto, depois de ser superada pela McLaren em 2024 e 2025, a situação mudou.
Além disso, com a entrada da Alpine no grupo de clientes em 2026, o número de equipes fornecidas se manterá em quatro. Isso porque a Aston Martin migrará definitivamente para a Honda.
Mudança estratégica após anos de dominância
Toto Wolff explicou à Autosprint que a fabricante já não deseja manter um programa tão amplo. Segundo ele, a decisão foi discutida diretamente com Ola Kallenius, e ambos concordaram em reduzir o número de equipes após o novo ciclo de regulamentos.

“Nossa intenção atual é diminuir o número de equipes clientes”, afirmou Wolff. “O ideal fica entre duas e três”.
Porém, essa mudança depende do impacto das novas regras. Caso o regulamento de 2026 seja simples, a Mercedes poderá seguir um caminho. Caso seja complexo, ela poderá optar por outro. Mesmo assim, Wolff garantiu que o objetivo é claro: operar com uma estrutura menor.
Aprendizado com McLaren e o peso da produção
Wolff também admitiu que, se soubesse da força da McLaren nos últimos dois anos, a Mercedes não teria fornecido motores à equipe de Woking. Além disso, ele ressaltou o impacto industrial dessa decisão.
“Quando você fornece para muitas equipes, precisa produzir muito mais motores”, destacou. Isso, segundo Wolff, aumenta prazos, pressiona ciclos de produção e complica decisões técnicas que precisam ocorrer bem antes do previsto.
Por isso, ele foi direto: “No futuro, não veremos quatro equipes usando motores Mercedes”.
Benefícios técnicos ainda existem, mas vêm com custo
Apesar da posição de Wolff, Hywel Thomas – chefe da divisão Mercedes HPP – apresentou uma visão mais equilibrada à Auto Hebdo. De acordo com ele, fornecer motores para várias equipes gera uma enorme vantagem técnica.
“Você recebe mais dados, mais feedback e percorre mais quilômetros”, explicou Thomas. Como resultado, o desenvolvimento melhora, já que há mais engenheiros envolvidos e muito mais informações disponíveis.
Por outro lado, ele também reconheceu os desafios. “O ponto negativo é a quantidade de equipamentos que você precisa produzir”, afirmou.
Além disso, decisões precisam ser tomadas mais cedo. Embora ele veja benefícios em operar com várias equipes, Thomas admitiu que o número ideal ainda é incerto. Mesmo assim, ele acredita que esse ponto está mais próximo de quatro do que de apenas uma equipe.
Novo cenário com Audi, Red Bull-Ford e possíveis novos fabricantes
Enquanto isso, a F1 se prepara para uma reformulação profunda no setor de motores. Audi e Red Bull-Ford entrarão como fornecedores completos em 2026.
Além disso, crescem rumores sobre um possível retorno da Toyota. Com isso, o cenário de fornecimento mudará novamente, criando novas oportunidades – e novos desafios – para todos os fabricantes.
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