Marko e a polêmica declaração sobre a Covid-19: “Eu estava falando sério”

Helmut Marko

Helmut Marko, conselheiro da Red Bull Racing, é conhecido por muitos por seus métodos sarcásticos e declarações controversas. Claro, até que ponto uma declaração pode ser caracterizada como controversa pode ser debatido, pois a opinião de todos é diferente. Mas que o homem ocasionalmente abalou a mídia não é segredo.

Em entrevista à Road & Track, o austríaco fala, entre outras coisas, sobre sua famosa declaração sobre a Covid-19 durante os primeiros dias da pandemia. Ele estava ansioso para enviar pilotos e equipes para um acampamento onde contraíssem Covid intencionalmente e aumentassem a imunidade ao vírus.

Como a Covid também é conhecida por ser inesperadamente mortal até para pessoas saudáveis, essa afirmação não foi apreciada por todos. “(Eu) estava falando sério. Os médicos acreditavam que uma vez que você tivesse, estava acabado. Que você podia pegar uma segunda e terceira vez não era conhecido na época”, disse ele.

“E nós temos pessoas jovens e fortes. É como uma gripe. Imagine se (Max) Verstappen tivesse pego no ano passado no momento errado. O campeonato teria acabado se ele tivesse que perder uma ou duas corridas”, comentou o conselheiro de 79 anos.

Na entrevista, Marko também tem uma palavra a dizer sobre Max. O austríaco sempre foi um defensor do sucesso do jovem holandês, e também não poupa palavras a esse respeito. “Ter Max como companheiro de equipe não é uma parte boa de sua carreira. Max é muito especial”, afirmou.

“Ele foi treinado de uma forma muito dura por seu pai, mas com muito sucesso. Por exemplo, quando ele tinha menos de 10 anos, eles foram na Itália, e assim que começava a chover, todos os outros pilotos iam para o refeitório tomar um café ou um bolo. Max tinha que ficar fora, às vezes com os dedos congelados. Por isso ele é tão bom na chuva. Ele pode se adaptar imediatamente”, prosseguiu.

Questionado se outros companheiros de equipe também reconhecem que Max é especial, Marko respondeu que sim e que simplesmente não podem vencê-lo. “Eles ficam tentando mudar o acerto do carro ou adaptar seu estilo de pilotagem. É claro que você não pode aceitar que simplesmente não é tão bom quanto (Max)”, explicou.

“Em algum momento, você precisa reconhecer que há alguém que é especial e simplesmente não é possível vencê-lo. É meu trabalho fazê-los entender isso. Isso é cruel? Acho que não”, concluiu o dirigente da Red Bull.