Malásia não quer mais a F1 nem de graça

Circuito de Sepang – Malásia

O presidente-executivo do Circuito Internacional de Sepang, que hospeda sua corrida final de Fórmula 1 na Malásia neste fim de semana, diz que não concordaria com um contrato prolongado, mesmo que as taxas fossem zeradas, acreditando que “não vale o investimento”.

Os chefes da F1 confirmaram em abril que a corrida do GP da Malásia em 2017 seria a última depois de concordar em encerrar o contrato um ano antes do cronograma, em meio a baixos números de comparecimento e crescente preocupação dos organizadores de corrida.

Neste final de semana em Sepang, uma série de pilotos e figuras do paddock expressarem sua esperança de que a F1 voltasse no futuro, mas o CEO da pista, Razlan Razali, disse que o custo de hospedagem e promoção da corrida torna isso improvável.

“Mesmo que tenhamos o maior dos negócios – gratuitamente, por exemplo – qual o produto?”, disse Razali em entrevista à Reuters. “Eu mesmo não sou capaz de me sentar na frente da televisão e assistir da volta 1 até o fim (por) duas horas”.

“É difícil vender esse tipo de evento e fazer barulhos nas arquibancadas. Não vale a pena o investimento no momento”, garantiu ele.

O contrato com a Malásia foi acordado com a gestão anterior da F1, liderada por Bernie Ecclestone, mas Razali salienta que os novos proprietários (Liberty Media) “não trabalharam o suficiente para que mudássemos de ideia” sobre o desmantelamento da corrida.

Razali enfatizou que ver mudanças no produto de pista da F1 seria o único caminho para a Malásia considerar reviver o GP, mas não viu mudanças importantes desde a aquisição da Liberty.

“Quais mudanças você viu que a torna mais excitante do que nos dias de Bernie? Em termos de esporte, em termos de corrida, o que eles fizeram? A parte mais fácil é voltar e negociar com a Liberty Media para a F1 voltar. A parte difícil ainda é se o esporte mudou para melhor”, concluiu o dirigente.