Lewis e Ferrari

Lewis Hamilton e Charles Leclerc

Colaboração: Antonio Carlos Mello Cesar

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Frase de Jean Todt durante sua gestão na Ferrari: “Esta história de que favorecemos Schumacher é pura mentira, só que nós fazemos tudo que ele quer.” Terá Lewis à mesma condição na equipe vermelha?

A trajetória do piloto inglês não será fácil ao lado do jovem e rápido Leclerc em 2025. Quer queiram ou não Hamilton já deve estar fazendo planos para aposentadoria, segundo o jornal The Sunday Times os bens patrimoniais do piloto somam 350 milhões de euros, imóveis, carro etc., além disso, possui contratos milionários com a Bose, Tommy Hilfinger, Monster Energy e Puma.

Sócio de Leonardo DiCaprio na empresa vegana Neat Burguer, dono da marca Almave tequila sem álcool, produtor de filme em Hollywood ao lado do ator Brad Pitt e um dos proprietários do Denver Broncos time da NFL americana.

Em abril deste ano Hamilton esteve em turnê pelos Estados Unidos divulgando o calendário da NFL, atividade intensa, desgastante. Incorpore a vida do piloto viagens, fuso horário, compromisso com seus patrocinadores pessoais, presença nos eventos da Mercedes, administração de bens e negócios acoplados a exaustiva jornada da F1.

Enquanto isso, Charles Leclerc, piloto da casa, acorda, come e dorme com um único objetivo, triunfar na categoria.

Em 1984 Niki Lauda 35 anos veterano dividiu a equipe McLaren com o então super promissor Prost. Perguntado se conseguiria vencer o francês, respondeu: “Claro, não sou mais tão veloz quanto ele, porém existem inúmeras circunstâncias numa corrida e sei como usa-las a meu favor, portanto sim eu posso derrotar Prost”. O austríaco foi campeão mundial naquele ano. Outros tempos.

Hoje sensores monitoram o carro no decurso da competição, uma dúzia de engenheiros faz contínuo acompanhamento dos dados coletados. O piloto recebe informações em tempo real sobre pneus, ritmo, potência, ajuste de freios, diferencial, posição na pista, quem pode alcançá-lo, distância do carro à frente, compasso dos adversários, setores da pista onde pode ganhar preciosos décimos de segundo.

Tudo dentro de uma estratégia pré-concebida e mutável conforme andamento da prova, capaz de nivelar pilotos de 02 ou 10 temporadas. A experiência do inglês sem dúvida irá favorecê-lo na disputa interna da equipe, mas não de modo definitivo. Leclerc com certeza será o primeiro obstáculo de Lewis na Ferrari.

Nem um pouco me surpreendeu este ano o desempenho dos novatos na categoria. Talento natural, fácil adaptação à velocidade, aos pontos de freada, determinação e outras virtudes ficam por conta do menino, os boxes fazem o resto.

Franco Colapinto entrevistado após o GP de Singapura: “Não entendo muito dos procedimentos adotados com auxílio do volante, o carro estava lento, meu engenheiro mandou fazer algumas coisas, apertei um botão e ganhei meio segundo”.

Talvez o vínculo mais afortunado entre um piloto e a Ferrari foi Schumacher. Apesar dos primeiros 04 anos sem títulos, as poles e vitórias o credenciaram como ídolo da casa vermelha, mas a contar do ano 2000 nada menos que cinco campeonatos consecutivos. Hamilton perto dos 40 anos não tem o mesmo tempo de Schumacher na escuderia de Maranello.

A grande expectativa gerada pela contratação de Lewis guarda plausível semelhança com o ano de 1990 e Prost na Ferrari. Até então o grande recorde a ser batido era os cinco títulos de Fangio, o francês tricampeão perseguia a marca estabelecida 34 anos atrás. A sombra de Senna começava a empanar o brilho de Prost, mesmo jeito que Verstappen ascende degrau próximo do Inglês, faltam números, mas o quesito pilotagem chama atenção.

1990… Prost competente levou a Ferrari a brigar com a McLaren de Senna pelo campeonato, todavia não caiu na graça dos tifosi, um dia chamou o carro de carroça, foi hostilizado pelos torcedores e demitido antes do final da temporada de 1991.

O francês tirou um ano sabático em 1992, voltou à categoria na temporada 1993 conseguindo o quarto título de pilotos aos 38 anos na equipe Willians

Antonio Carlos Mello Cesar
São Paulo – SP

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