Levando os filhos para passear… em Nurburgring

segunda-feira, 3 de agosto de 2020 às 19:48

Nurburgring Nordschleife

Colaboração: Donato Campelo

Em 2012 eu visitei Nurburgring pela primeira vez. Mas apenas visitar não fazia muito minha cabeça… Cá entre nós que atravessar o Atlântico para bater perna em uma pista de corrida é, no mínimo, rasgar dinheiro. Então a solução foi procurar um carro bacana nas dezenas de empresas nos arredores de Nurburgring… mas essa não é a história de hoje.

De lá pra cá eu casei, tivemos gêmeos e vim morar bem próximo a pista. Ah. Claro! E hoje eu também tenho uma BMW, velhinha, mas como dizem “tá paga!”. Uma 325ti para quem não conhece. Segue a foto.

Quando eu era criança o meu sonho era poder andar de carona com meu pai em um autódromo como ele havia feito com meu tio no finado (ou assassinado) autódromo de Jacarepaguá. Então decidi levar meus filhos e antes que você pergunte eu respondo: Sim! É possível.

O circuito de Nordschleife é aberto ao público como se fosse uma estrada comum pedagiada e segue as regras de uma via comum.

Comentei com meus filhos a possibilidade e eles gostaram da ideia. Agora era só achar um dia que o clima cooperasse… monitorei a previsão do tempo dia a dia para ter certeza de não dar viagem perdida. E tinha que ser preferencialmente segunda-feira, talvez uma terça, porque a pista é bem menos movimentada.

Já que apresentei meu carro vou apresentá-los brevemente meus filhos. Giulia é minha filha e herdou o mais lindo nome para um carro (Alfa Romeu). Meu filho não fica atrás e se chama Tazio em uma humilde homenagem ao mais incrível piloto de todos os tempos.

Chegou o dia, clima ótimo, créditos comprados, pit stop rápido para almoço depois da escola, pit stop para encher o tanque, Autobahn e 144km até o Inferno Verde.

A principal missão era retornarmos inteiros e com o carro inteiro também. Nurburgring é como o mar, quando você menos espera você se depara com um problema e por mais experiente que você seja o risco e severidade são altos… Eu mesmo dou risada com os vídeos de acidentes por lá, mas a verdade é que é realmente difícil andar no limite e não por acaso o local é conhecido como Green Hell.

Mesmo que você tenha muita grana e saia inteiro de uma batida por lá, a coisa é no mínimo cara. Você tem que pagar o prejuízo da pista com guardrails, resgate, talvez outros veículos (é uma estrada, lembra?), seu veículo… Se você pensa em fazer o mesmo como turista recomendo um seguro viagem que cubra esportes de risco também porque as despesas médicas são estratosféricas.

Primeira volta

Somando isso ao fato que eu estava com duas crianças no carro a responsabilidade era enorme e pedi a eles para evitar de falar, jamais gritar… e acho que eles se sairam relativamente bem… ou não porque volta e meia eu tinha que pedir para eles baixarem a adrenalina.

Segunda volta

Terceira volta

Infelizmente não consegui gravar a primeira volta na visão externa, porém a reação da Giulia já pagou a brincadeira. Já na terceira volta já não estavam mais se divertindo. Começaram a reclamar de dor de ouvido (quase 300m de variação de altitude), enjoo… Ok. Hora de voltar para casa. Na Autobahn eles capotam… capotam de sono.

Donato Campelo
Heerlen – Holanda

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