Leclerc no GP da Hungria: o que causou o colapso?

segunda-feira, 4 de agosto de 2025 às 14:05

Russell ultrapassa Leclerc na Hungria

O colapso de Leclerc na Hungria e o mistério da Ferrari

A esperança de vitória de Charles Leclerc no GP da Hungria terminou abruptamente, gerando muita intriga. O último stint foi um “desastre” para a Ferrari, e a performance do piloto despencou. Leclerc, que largou da pole, parecia ter tudo sob controle, mantendo Oscar Piastri atrás e impedindo o undercut da McLaren. Então, de forma surpreendente, ele terminou a corrida em um decepcionante P4.

Seu colapso dramático e as mensagens de rádio angustiadas do monegasco levantaram muitas perguntas. Após a corrida, Leclerc retirou suas queixas e não deu detalhes sobre o problema no “chassi” que lhe foi informado. Contudo, o problema não era visível nos dados da equipe e, por isso, não pôde ser explicado a ele durante a corrida.

O que tornou a busca por uma resposta ainda mais difícil foi a constante mudança nos sintomas do problema. “Não estávamos consistentes,” disse Leclerc. “Basicamente a cada curva, a situação era diferente.”

O que se sabe sobre a análise inicial da equipe

Logo após a corrida, Fred Vasseur, chefe da equipe, afirmou que a Ferrari não tinha uma explicação definitiva. “A situação foi bastante estranha,” explicou ele. “Estávamos sob controle nas primeiras 40 voltas da corrida. O primeiro trecho foi controlado, o segundo um pouco mais difícil, mas ainda era administrável. No entanto, o último trecho foi um desastre, muito difícil de pilotar.”

“O equilíbrio sumiu,” Vasseur continuou. “Sinceramente, até agora não sabemos exatamente o que aconteceu. Temos que investigar se há algo quebrado no chassi ou algo assim.” Ele ainda completou: “Em determinado momento, pensei que não terminaríamos a corrida.”

Algumas teorias, levantadas por conversas de rádio, foram rapidamente descartadas pela equipe. Por exemplo, Vasseur esclareceu que as observações de Leclerc, como “perdemos toda a competitividade,” não tinham nada a ver com os problemas no final da corrida. Elas se referiam à gestão de energia para conter Piastri. “Foi uma história completamente diferente em relação à gestão de energia,” garantiu Vasseur.

A Ferrari também negou qualquer impacto da mudança na asa dianteira de Leclerc. O próprio piloto suspeitou disso inicialmente, mas a telemetria não apontou nenhuma razão óbvia para a perda instantânea de aderência. “Acho que na primeira volta do último stint ele perdeu algo como um segundo,” acrescentou Vasseur. “Ele nos perguntou se não havíamos cometido um erro, mas não. Perdemos completamente o ritmo.”

A teoria da prancha, segundo George Russell

A Ferrari enfrentou problemas para gerenciar a altura da suspensão ao longo da temporada. Um desgaste excessivo da prancha pode gerar a desclassificação do piloto, o que já aconteceu com Lewis Hamilton no GP da China. Por isso, a equipe adotou uma abordagem mais conservadora, o que impactou na performance. Para manter o desgaste da prancha sob controle, a equipe também precisa aumentar a pressão dos pneus a cada parada no box.

George Russell, piloto da Mercedes, que ultrapassou Leclerc no stint final, sugeriu que isso pode ter sido um fator na Hungria. Russell disse: “A única coisa que podemos pensar é que eles estavam com o carro muito perto do solo e tiveram que aumentar a pressão dos pneus no último trecho.” Ele também mencionou o uso de um modo de motor que torna o carro mais lento no final da reta, onde há maior desgaste da prancha.

Vasseur, por outro lado, admitiu que a perda de performance por esse motivo é bem menor. “Antes, quando perdíamos o ritmo, perdíamos dois ou três décimos,” ele disse. “Hoje, perdemos dois segundos. É um pouco diferente.”

Foco no chassi, não no motor

Embora uma explicação detalhada ainda não tenha sido divulgada, o foco principal é em um problema no carro. Por isso, Leclerc usou a palavra “chassi” em seus comentários pós-corrida. Vasseur esclareceu: “Quando ele diz chassi, é porque não tem nada a ver com a unidade de potência. Agora não sabemos exatamente o que aconteceu.”

A explicação mais provável continua sendo que algo quebrou no carro. Isso desencadeou uma grande perda de aderência que se manifestou em derrapagens e superaquecimento dos pneus, causando um desequilíbrio. Agora, a Ferrari precisará de uma análise profunda em Maranello para entender o que realmente aconteceu.

AS - www.autoracing.com.br

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