Leclerc e Ferrari: Um Amor Amargo em Crise?

Charles Leclerc

Charles Leclerc, frustrado na Ferrari em 2025, questiona futuro. Entenda o dilema do piloto e a pressão na Scuderia.

Leclerc: Amor e Frustração na Ferrari – Um Dilema Crescente?

Charles Leclerc vive uma relação de amor e ódio com a Ferrari. Em sua sétima temporada pela Scuderia, o monegasco demonstra cada vez mais frustração com a falta de performance, tanto sua quanto da equipe. Um verdadeiro “amante genuíno” da Ferrari, como descreve o jornalista Roberto Boccafogli, Leclerc se vê em um paradoxo doloroso: o talento inegável para ser campeão mundial, mas a ausência de um carro à altura para concretizar esse sonho.

O Peso da História e a Pressão do Presente

Leclerc já figura entre os pilotos com mais largadas pela Ferrari na F1, atrás apenas de lendas como Michael Schumacher, Kimi Raikkonen e Felipe Massa. Até o final de 2025, ele ultrapassará Massa e estará a um GP de igualar Raikkonen. No entanto, a comparação com esses nomes é implacável: Schumacher conquistou cinco títulos, Raikkonen foi o último campeão da Ferrari, e Massa esteve a uma curva de ser campeão em 2008 – um título que Lewis Hamilton, futuro companheiro de equipe de Leclerc, lhe “tirou” na última volta em Interlagos em 2008.

A temporada atual apenas intensifica a pressão. Leclerc ainda não celebrou uma vitória ou pole position em 2025, subindo ao pódio em apenas três ocasiões. Enquanto isso, Lewis Hamilton já experimentou o sabor da vitória e da pole na corrida Sprint da China. A situação é tão delicada que o cargo do chefe de equipe, Fred Vasseur, está sob escrutínio, e dúvidas sobre os motores Ferrari para 2026 começam a surgir, adicionando mais uma camada de incerteza ao futuro.

Sinais de Inquietação: O Futuro em Xeque?

Essa instabilidade tem levantado questionamentos sobre a permanência de Leclerc na equipe após sete anos. Roberto Boccafogli, ex-assessor de comunicação da Ferrari, reforça o amor de Leclerc pela Scuderia, mas reconhece o peso do tempo: “Charles é um verdadeiro amante da Ferrari. Ele sente a Ferrari como se fosse sua própria família e sabe que esse amor é recíproco. Claro, agora ele não tem mais 23 anos. Ele está começando a perceber que suas possibilidades estão se esvaindo sem a chance real de vencer e com a grande incógnita no ano que vem.”

A frustração de Leclerc também se manifesta no rádio da equipe, com questionamentos frequentes sobre as estratégias. Embora David Coulthard tenha elogiado a postura assertiva da Ferrari em responder a Leclerc no Canadá, nem todos no paddock compartilham dessa visão. Davide Valsecchi, comentarista da F1TV, chegou a aconselhar Leclerc a “calar a boca e pilotar” após suas comunicações no rádio.

A Ferrari se vê em uma encruzilhada: focar em melhorar o carro deste ano ou direcionar todos os esforços para 2026? Leclerc, um talento indiscutível no grid, precisa de respostas claras sobre o plano da equipe para voltar a ser competitiva antes que os novos regulamentos da Fórmula 1 entrem em vigor. A paciência do monegasco, embora enraizada em seu amor pela Ferrari, parece ter um limite.