Kovalainen: “Algo mais” por trás da separação Hamilton-Wolff

Toto Wolff e Lewis Hamilton

Outro nome conhecido da Fórmula 1 questionou por que Lewis Hamilton acionou uma cláusula de saída em seu contrato com a Mercedes.

Recentemente, Fernando Alonso zombou da afirmação de Hamilton de que correr pela Ferrari sempre foi um “sonho de infância”, e agora outro ex-companheiro de equipe expressou uma visão semelhante.

“Poderia ser um comentário sincero de Hamilton, mas não creio que foi a única razão”, disse Heikki Kovalainen à agência de notícias finlandesa STT. “Deve ter havido algo mais nos bastidores”.

Uma suspeita é que Hamilton simplesmente se desentendeu com o chefe da Mercedes, Toto Wolff – que supostamente recusou o pedido do heptacampeão mundial de um novo contrato de mais de dois anos e um cargo vitalício de embaixador.

Há rumores de que Wolff precisava deixar a porta aberta na Mercedes para o jovem talento Kimi Antonelli, que o chefe da equipe compara a Max Verstappen.

Wolff tentou contratar o então adolescente Verstappen antes da Red Bull, mas não conseguiu lhe oferecer um lugar imediato no grid da F1 porque Hamilton e Nico Rosberg tinha contratos longos na época.

“Nós perdemos o jovem piloto porque simplesmente não tínhamos um cockpit”, declarou ele à ORF. “A Red Bull naturalmente aproveitou a oportunidade e lhe deu um contrato com a Toro Rosso, com a possibilidade de correr pela equipe principal no ano seguinte”.

“E precisamente porque temos um júnior no horizonte que está pilotando em um nível muito alto, eu simplesmente queria manter essa opção aberta agora”, acrescenta Wolff.

Ele admite que 2025 pode ser “um pouco cedo” para Antonelli, mas Wolff permitiu que ele pulasse a F3 em 2024 com um salto imediato para a F2 – em meio a especulações de que o italiano poderia ser emprestado a uma cliente da Mercedes como a Williams.

Kovalainen, que fez dupla com Hamilton na McLaren em 2008 e 2009, suspeita que certamente há mais na mudança do britânico para a Ferrari do que um mero “sonho de infância”.

“Se houvesse um pequeno indício de que o carro deste ano não é super competitivo e quando a Mercedes não deu a Hamilton um contrato longo, talvez ele tenha percebido que a equipe poderia substituí-lo no final da temporada”, comentou o finlandês.

Kovalainen também suspeita que Hamilton pode entrar em conflito não apenas com Wolff este ano, mas também com seu companheiro George Russell, que vai querer se afirmar como o novo primeiro piloto.

Russell revelou no Bahrain na quarta-feira que o novo Mercedes foi “personalizado para atender aos desejos (de Hamilton)” após informações consistentes no ano passado.

“Há muitos relacionamentos dentro da equipe que agora estão sendo colocados à prova”, concluiu Kovalainen.