Jos Verstappen agora ameaça tirar Max da Red Bull

Jos Verstappen e Toto Wolff

A divisão explosiva dentro da Red Bull fica mais clara a cada dia que passa.

Agora, além de Jos Verstappen – que não estará presente no GP da Arábia Saudita neste final de semana – ter praticamente exigido a demissão do chefe da Fórmula 1 da Red Bull, Christian Horner, ele está espalhando rumores dentro do paddock sobre o futuro de seu filho Max, enquanto a equipe e seu tricampeão mundial comemoravam a vitória fácil no Bahrain.

A corrida de abertura da temporada de sábado, no circuito de Sakhir, no reino do Golfo Pérsico, ofereceu menos reviravoltas e consideravelmente menos emoção do que o aparente jogo de poder que está acontecendo no paddock.

O que começou com alegações de má conduta contra Horner por parte de uma funcionária, que ele negou e uma investigação independente a rejeitou, expôs claríssimas divisões dentro da equipe mais dominante do esporte.

O proprietário majoritário da marca de bebidas energéticas, o bilionário tailandês Chalerm Yoovidhya, tornou público seu apoio a Horner no Bahrain, mas relatos sugerem que o lado austríaco da empresa não está nem um pouco entusiasmado.

Os comentários de Jos Verstappen ao Daily Mail, dizendo que a Red Bull iria “explodir” se Horner ficasse, deixaram dúvidas no ar enquanto o circo se dirige à Arábia Saudita para a corrida de sábado em Jeddah.

Revista BusinessF1

A revista BusinessF1 disse ter todas as provas contra Christian Horner praticamente condenando-o. A revista diz que “com a ajuda de uma extensa equipe de especialistas do esporte, contamos pela primeira vez a história do que realmente aconteceu durante as três semanas de sábado, 3 de fevereiro, a quarta-feira, 27 de fevereiro, quando a história começou a circular na mídia até quando Christian Horner foi inocentado de irregularidades pela Red Bull.”

Além disso, a revista remonta às nove semanas anteriores aos eventos que o trouxeram até aqui. A revista também disse que você não lerá essa história interna em nenhum outro lugar e que a demissão de Horner era certa até a intervenção de Chalerm Yoovidhya.

O Daily Telegraph disse que o pai de Verstappen teria dito a amigos que seu filho vai sair da Red Bull se for necessário e que inclusive já conversou sobre isso com outros chefes de equipe, principalmente Toto Wolff da Mercedes.

Horner insistiu no Bahrain que a equipe estava mais unida do que antes. Essa frase foi repetida no domingo, embora Jos Verstappen não seja oficialmente membro da equipe, apesar de muito chegado a Helmut Marko, que é aliado totalmente da parte austríaca da Red Bull.

A explosão noturna, após uma discussão ferrenha divulgada entre Jos e Horner logo após a classificação de sexta-feira, escancarou as coisas para todo mundo.

“Há tensão aqui enquanto ele permanece na posição. A equipe corre o risco de ser dilacerada. Não pode continuar do jeito que está. Vai explodir”, disse o holandês ao Daily Mail. “Ele está bancando a vítima, quando é ele quem está causando os problemas.”

Anônimo

A BBC disse que Jos confirmou que falou isso depois da briga com Horner. Seu filho estava ciente dos comentários e não disse nada. O presidente da FIA pediu duas vezes a Max para declarar apoio a Horner, mas o tricampeão se recusou a fazer isso.

O confronto ocorreu um dia depois de um e-mail, supostamente contendo evidências submetidas à investigação de má conduta de Horner, ter sido enviado anonimamente a jornalistas e figuras chave do esporte.

Jos Verstappen negou estar por trás disso. Horner, falando aos repórteres após a corrida, não quis comentar os motivos do e-mail.

A questão é se as tensões, que supostamente estão fervendo sob a superfície há algum tempo, levaram a equipe ao limite e como Max reagirá.

Horner é o chefe de equipe mais antigo do esporte, tendo trazido a Red Bull para a Fórmula 1 em 2005, e desfruta de um estilo de vida de celebridade e de um papel de protagonista na série documental da Netflix, Drive to Survive.

Casado com a cantora das Spice Girls, Geri Halliwell, ele liderou a equipe de Milton Keynes ao sexto título de construtores no ano passado, com 21 vitórias em 22 corridas.

Max venceu um recorde de 19 corridas no ano passado e sua 55ª vitória no sábado foi um “grand slam” de pole position, volta mais rápida e todas as voltas lideradas.

Muitíssimo talentoso, ele marcou muito mais pontos sozinho na temporada passada do que o segundo colocado, a equipe Mercedes, conseguiu com dois pilotos, incluindo o heptacampeão mundial Lewis Hamilton.

Todo o seu sucesso veio com a Red Bull, com quem ele tem contrato até 2028. Verstappen poderia escolher suas equipes se saísse e a outrora dominante Mercedes precisa de um substituto para Hamilton, que se juntará à Ferrari em 2025, antes de uma grande mudança nas regras em 2026.

O chefe da equipe Mercedes, Toto Wolff, foi visto com Jos algumas vezes no Bahrain, algo que normalmente não chamaria a atenção, já que eles são velhos conhecidos, mas desta vez Jos fez questão de divulgar isso amplamente.

No sábado, Wolff elogiou o desempenho de Verstappen como estando em uma “galáxia diferente”, mas se recusou a questionar se ele poderia ser candidato para 2025. “Um piloto sempre escolherá o carro mais rápido”, disse ele. “É fundamentalmente disso que se trata.”