Jo Ramirez: Havia um abismo entre Hamilton e Alonso em 2007

sexta-feira, 15 de agosto de 2025 às 14:27

Hamilton e Alonso em 2007 na McLaren

A parceria de lendas: de Prost e Senna a Hamilton e Alonso

A McLaren já formou grandes duplas, como a de Prost e Lauda, Prost e Keke Rosberg, e a lendária Senna e Prost. De fato, esta última é considerada a maior de todos os tempos. Contudo, em 2007 a equipe formou outra das mais empolgantes parcerias da história da Fórmula 1: o estreante Lewis Hamilton e o bicampeão Fernando Alonso. Embora tenha durado apenas uma temporada, essa dupla jamais será esquecida.

Hamilton vinha de uma temporada espetacular na GP2 (hoje F2) em 2006. Ele conquistou 14 pódios em 21 corridas, portanto, logo se firmou como a próxima estrela do automobilismo. Por outro lado, Alonso já havia alcançado esse status após dois títulos mundiais consecutivos com a Renault em 2005 e 2006. O espanhol assinou contrato com a McLaren pouco antes de garantir seu segundo título.

Favoritismo na McLaren: Hamilton era o “filho favorito”?

Ron Dennis formou uma parceria totalmente nova. Kimi Raikkonen havia se juntado à rival Ferrari, e Juan Pablo Montoya tinha deixado a F1 para correr nos Estados Unidos. A McLaren ainda buscava seu primeiro título no século XXI, e a equipe de Woking apostou todas as suas fichas na nova dupla.

Entretanto, uma grande controvérsia surgiu. Segundo Jo Ramirez, ex-coordenador da McLaren, muitos na Espanha estavam convencidos de que a equipe de Ron Dennis preferia Hamilton. Ele era visto como o “filho favorito” de Dennis, afinal, progrediu nas categorias de base com o apoio do chefe de equipe. Alonso chegou a declarar publicamente que Hamilton, como piloto inglês em uma equipe inglesa, estava recebendo todo o apoio. No final da temporada, os dois terminaram empatados em pontos, e Raikkonen deu a maior virada de todos os tempos para conquistar o título.

O abismo salarial entre Hamilton e Alonso refuta as alegações

Ramirez, que saiu no final de 2001, afirma que o abismo salarial entre os dois pilotos refuta as alegações de favoritismo. Hamilton ganhava apenas 3% do salário de Alonso, ou seja, o salário de Fernando era 34 vezes maior que o de Lewis.

“Quando a equipe tinha Hamilton e Alonso, aqui na Espanha sempre se acreditou que davam preferência a Hamilton, por ser inglês e o filho favorito de Ron Dennis”, explicou Ramirez. “Ele o patrocinou até sua chegada à Fórmula 1. É claro que as pessoas acreditavam que favoreciam Hamilton. Mas como poderiam favorecer Hamilton se lhe pagavam £ 350 mil e Alonso recebia £ 12 milhões? Isso não funciona assim, simplesmente isso não existe.”

Alonso subestimou Hamilton na McLaren?

Ramirez avalia que Alonso viu Hamilton como o parceiro “perfeito” no início. Ele talvez esperasse assumir o controle da equipe, considerando a inexperiência do jovem. Contudo, Hamilton conquistou um pódio na estreia na Austrália e superou Alonso em sua terceira corrida no Bahrain. Ele estava começando a mostrar um talento “muito especial”.

“Alonso nunca pensou que Hamilton seria um fenômeno”, lembrou Ramirez. “Ele pensou: ‘Hamilton vai ser meu parceiro — um novato perfeito’. Ele o aceitou de braços abertos. Mas, assim que começaram a correr, ele percebeu que Hamilton era tremendamente especial.”

Ironicamente, Eric Boullier sugeriu em uma entrevista recente que Hamilton está na mesma posição que Alonso na Ferrari. Seu companheiro de equipe, Charles Leclerc, é um verdadeiro filho de Maranello, tendo passado pela academia da equipe. Há rumores de que Leclerc esteja chateado com o salário de Hamilton, que é substancialmente maior com os bônus.

AS - www.autoracing.com.br

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