James Allison critica geração atual de carros

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024 às 9:57

James Allison

James Allison, diretor técnico da Mercedes, sente que as demandas super rígidas de baixa altura dos atuais carros de efeito solo “não são boas” para a Fórmula 1.

Como parte de um esforço dos dirigentes para melhorar as ultrapassagens, a F1 mudou para um conceito de regras de efeito solo no início da temporada 2022.

Mas a natureza dos carros significa que eles produzem o seu pico de downforce próximo ao solo – o que obriga as equipes a adotarem a menor altura possível e configurações de suspensão super rígidas.

Isso as deixou encurraladas com acertos difíceis de gerenciar e significa que os pilotos precisam correr com carros não muito divertidos.

Comentando a diferença entre as regras antigas e as atuais, Allison disse: “Vocês (mídia) costumavam falar incessantemente sobre carros com rake alto e baixo, como se isso fosse o começo, o fim e o meio de tudo”.

“Um carro com rake alto tinha cerca de 140 mm (de altura traseira). Um carro com rake baixo teria cerca de 120 mm ou algo assim. Bem, ambos são faixas estratosféricas em comparação com esses carros”.

“Todos esses carros estão começando com 60 mm. Pode haver alguns milímetros de diferença entre eles, mas estão todos no chão”.

Allison sugere que a estreita janela operacional dos carros atuais deixa as equipes e os engenheiros um pouco limitados em termos do que podem fazer.

“Bem, você poderia ter um carro um pouco mais unidimensional em pistas um pouco mais unidimensionais. Então, se não houver uma grande variação de velocidade, talvez seja possível acertar seu carro de forma que as curvas coincidam com seus pontos fortes e você não sofra terrivelmente por ele perder em qualquer um dos lados”.

“Mas quando você vai para um lugar que é um teste um pouco mais amplo para o carro, como Austin, por exemplo, onde há curvas muito velozes, algumas curvas lentas, coisas intermediárias, retas decentes e ondulações, isso vai testar a parte que está perdendo performance”.

“Vai testar a falta de velocidade nas retas, precisará se manter forte nas curvas de alta. E é difícil persuadir o carro a fazer tudo isso com um conjunto de regras que basicamente não querem fazer nada, exceto ficar perto do solo”.

Allison disse que é uma situação que ele não aprecia particularmente e considera que até mesmo alguém que está tendo sucesso na era atual, como o campeão mundial Max Verstappen, não está totalmente feliz.

“Eu tenho certeza que insisto nisso porque tem sido um problema meu, mas pessoalmente creio que não é ideal. Não acho bom ter os carros andando a poucos milímetros do chão quando saem da garagem”, acrescentou ele.

“Você pega a pessoa que está vencendo o campeonato por uma das maiores margens de todos os tempos e tem todos os motivos para amar demais seu carro, e duvido que ele lhe diga que é algo adorável. Não é como era há alguns anos”.

 

LS - www.autoracing.com.br

Tags
, , , , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.