Indy – Entrevista com Bia Figueiredo sobre a SP Indy 300, o DW12 e até namorados

quinta-feira, 12 de abril de 2012 às 20:27

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Envolvida com o automobilismo desde 1994, quando começou a correr de kart, Bia Figueiredo, ou Ana Beatriz, como é conhecida nos Estados Unidos, ostenta a marca de ser a única mulher a conquistar uma vitória na Indy Lights, torneio de acesso à Izod Indycar Series.

Na F-Indy desde 2010, Bia fará no dia 29 de abril sua terceira participação na Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé, prova que terá transmissão ao vivo pelos canais Band e Bandsports e pelas rádios Bandeirantes e Bandnews FM. A piloto paulista conduzirá o Dallara DW-12 com motor Chevrolet da equipe Andretti Motorsports. Bia também participará das 500 Milhas de Indianápolis, corrida que acontece um mês depois da Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé.

Poucos dias após o anúncio de sua participação na prova brasileira da Izod Indycar Series, a piloto de 27 anos concedeu a seguinte entrevista exclusiva, na qual conta o que espera do novo carro da categoria, da prova nas ruas de São Paulo e fala até da relação com pretendentes. Confira abaixo a íntegra da entrevista:

Você vai para a Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé com apenas um treino com o carro novo. Como será essa adaptação?
Bia Figueiredo: Um dia de treino é pouco para me adaptar a um carro novo, mas pelo menos tivemos um. Vou ter que utilizar o máximo dos treinos em São Paulo para fazer essa adaptação.

Quais as virtudes do Dallara DW-12?
BF: O carro ainda tem muita coisa para desenvolver, mas ele é divertido de guiar, especialmente pelos novos motores V6 turboalimentados e mais downforce (na comparação com o modelo anterior). Os freios de carbono são muito mais agressivos e fáceis de bloquear as rodas. Foi com esse detalhe que a maioria dos pilotos, inclusive eu, sofreu para se adaptar.

O que há no DW-12 que “casa” com o seu estilo de pilotar?
BF: Ainda é difícil dizer. Sinto que não cheguei nem perto do limite no meu único dia de treino.

A experiência que teve nas edições passadas da Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé pode ajudar?
BF: Ajuda por conhecer a pista. Só terei que me concentrar no desenvolvimento do carro.

São Paulo e Indianápolis são pistas difíceis? Como você classificaria cada uma?
BF: São pistas totalmente diferentes. São Paulo é um circuito travado, com a maioria das curvas em segunda e até primeira marchas, e uma longa reta que dá grande oportunidade de ultrapassagens. Indianápolis é um oval que não é bem um oval, é um retângulo. Tem quatro curvas em 90 graus que são muito desafiadoras, em especial a Curva 1, que é onde tudo acontece. Mas gosto muito das duas pistas. A Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé e a Indy 500 são, para mim, as provas mais especiais do ano.

A Indy é a categoria top que mais abriga pilotos mulheres. Este ano, contando você, serão três. Você acha que vocês estão liderando uma mudança no esporte em termos internacionais?
BF: Já faz algum tempo que a Indy tem mais mulheres que outras categorias internacionais. O automobilismo americano gosta de mulheres competindo de igual para igual com os homens. Mas isso não é mais nenhuma novidade e para estar na Indy não basta ser mulher, o resultado é essencial. A mesma coisa vale para as outras categorias.

A Andretti é uma boa equipe. Na Indy, mesmo com o carro padronizado, a equipe faz muita diferença? De zero a 100, qual seria o peso da equipe e do piloto nessa equação?
BF: A equipe faz diferença sim, mas posso dizer que é menos que na Fórmula 1. É importante ter um carro rápido, mas uma das coisas mais importantes na Indy é a estratégia de corrida.

O que os americanos falam da prova brasileira? Por exemplo, o que pessoal da sua equipe fala sobre a pista, o ambiente, o público?…
BF: Eles adoram a prova brasileira e já desejam, assim que chegarem a São Paulo, ir a uma churrascaria. Para os novatos há sempre uma certa insegurança, por ser a primeira vez em um país desconhecido que fala outra língua. Mas é só mostrar um pouco de fotos pela internet e eles já ficam mais tranquilos.

Dos 26 inscritos para 2012, 15 já venceram na Indy. Esse é um horizonte possível para você neste ano?
BF: Tenho duas provas para tentar, né?! Não é o que penso agora, pois é difícil prever o quão competitivos estaremos em duas corridas, mas meu objetivo na Indy é vencer.

Nas primeiras etapas da Indy, disputadas em circuitos mistos, os motores Chevrolet dominaram. Você acredita que este domínio se dará também nos ovais? Por quê?
BF: É isso que é o mais legal de ter vários motores. A Chevrolet começou melhor, mas tenho certeza que a Honda e a Lotus irão evoluir. Como correrei com Chevrolet espero que esse domínio continue… (risos). Tudo pode mudar até Indy.

Você tem namorado? No Brasil, normalmente o homem é que conduz o carro. Quando vocês saem, quem dirige? Rola uma negociação?
BF: Estou solteira atualmente, mas geralmente os homens gostam que eu dirija. Primeiro porque querem ver as minhas habilidades no volante e em segundo lugar porque se sentem inseguros diante do risco de eu começar a chamá-los de braço duro… (risos).

FH – www.autoracing.com.br

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