Indy de volta!

segunda-feira, 8 de junho de 2020 às 13:07

Indy estreia 2020 no Texas Motor Speedway

Por: Bruno Aleixo

Finalmente, depois de 6 meses, voltamos a ver uma corrida ao vivo, inédita e real. A primazia coube à Indy, que realizou no oval do Texas, a primeira corrida do campeonato de 2020. Sim, eu sei que a Nascar voltou antes. É que a Nascar, bom… deixa pra lá.

O importante é que a Indy está de volta. Gostei do que vi em termos de cuidado e prevenção em relação ao coronavírus. Dentro do possível, o distanciamento social foi mantido. Lembrando sempre que, ao decidir voltar, o esporte também assume riscos. É impensável, por exemplo, que a equipe de resgate não pudesse se aproximar dos novatos R. Van Kalmthout e Alex Palou, que se acidentaram logo após o primeiro pit-stop. Há que se entender algumas coisas para que o esporte funcione, senão não vai ter como.

Confesso não ser um fã incondicional do circuito do Texas, mas até que gostei da corrida. Ou pode ser a abstinência, sei lá. O fato é que os dois carros principais da Ganassi tiveram um desempenho impressionante e fariam a dobradinha se não fosse a batida de Félix Rosenqvist, no finalzinho. Depois do último pit, o sueco partiu para cima do companheiro Scott Dixon, mas se embananou no tráfego, perdeu pressão aerodinâmica e acabou batendo no muro. Uma pena, mas acho que Dixon o tinha sob controle. Seria um final apertado, mas o neozelandês, melhor piloto da Indy disparado, levaria.

Na primeira prova de sua temporada de despedida, Tony Kanaan teve um desempenho pra lá de satisfatório. Correndo com a clássica pintura da 7-Eleven, que o acompanhou na fase mais vitoriosa de sua carreira, o brasileiro terminou em décimo, após sofrer uma punição por excesso de velocidade nos boxes, chegando a ficar uma volta atrás do líder. Mas uma bandeira amarela no momento em que entrava para fazer o último pit-stop ajudou bastante.

Outro destaque foi Zack Veach, na quarta posição em uma corrida bastante consistente. Conor Daily levou o único monoposto da Carlin ao sexto lugar. Tomara que o resultado anime os proprietários do time a colocar um segundo carro no restante da temporada, com Felipe Nasr ao volante.

Sobre o aeroscreen, não estou com vontade de entrar em polêmicas. Depois que entrevistamos Felipe Drugovich no Loucos por Automobilismo (nos especiais de início de ano), entendi que os pilotos vêm esses equipamentos como prioridade pela segurança. É feio, muito feio. Impede de ver o capacete, tira do automobilismo de monopostos uma característica importante. Mas funciona e veio para ficar. Então, que seja assim.

Por fim, uma palavrinha sobre a transmissão brasileira: conforme noticiado aqui Autoracing, a Band confirmou e passou a corrida ao vivo, no Bandsports. Será assim nas demais etapas do campeonato, com a TV aberta transmitindo as 500 milhas de Indianápolis. Ótimo. Porém, faz-se necessário um raciocínio lógico: o canal Bandsports não está disponível nos pacotes mais básicos de TV a Cabo, o que quer dizer que para acessá-lo, é preciso fazer um up-grade que vai aumentar consideravelmente a conta final. Além disso, a transmissão feita pela Band não é de boa qualidade, narradores e comentaristas não entendem muito bem a dinâmica da corrida e a pobreza de informações é de dar dó. Fora que a emissora, tradicionalmente, não respeita os horários das corridas. Já chegou ao ponto de começar uma transmissão quando a prova já estava no meio, porque um jogo de tênis que estava sendo transmitido havia começado duas horas antes e ainda não havia acabado (ora, um jogo de tênis pode durar até quatro horas né…).

Do outro lado, tem-se o DAZN. A assinatura do Streaming custa R$ 19,90 e, além da Indy, há outros campeonatos lá. Acompanhei a transmissão da prova da Indy, com narração de André Duek e comentários de Matheus Leist e Hélio Castroneves. Tirando alguns problemas de áudio no começo, a transmissão foi muito boa. Claro, esqueçam o padrão que o SBT estabeleceu nos anos 1990, porque esse não existirá nunca mais. Mas assistir à corrida tendo a possibilidade de ouvir o bate bola entre dois pilotos que até ontem pilotavam carros da categoria foi um enorme diferencial. Além disso, Castroneves sempre demonstrou intimidade com os microfones e foi o grande destaque da transmissão, fazendo uma ótima dobradinha com Leist. Comentários técnicos sem subestimar a inteligência de quem assiste e sem complicar demais para quem não entende. Bom, não é propaganda. É impressão. Se você já tem o Bandsports no seu pacote, vai fundo. Caso não tenha, como eu, sugiro experimentar o DAZN. O primeiro mês é gratuito, então vale a pena.

A Indy volta a se reunir no dia 04 de julho, para a segunda etapa do campeonato, no misto de Indianapolis. Seja bem vinda!

Bruno Aleixo
São Paulo – SP

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