Horner revela “discussão acalorada” com Wolff

Toto Wolff e Christian Horner

Christian Horner revelou que teve uma “discussão acalorada” com Toto Wolff no GP da Inglaterra de 2021.

Na curva Copse na primeira volta, Lewis Hamilton tentou ultrapassar Max Verstappen por dentro e colidiu com o rival – jogando a Red Bull nas barreiras com um impacto superior a 50 G.

Hamilton recebeu uma penalização de tempo, mas ainda venceu a corrida, enquanto Verstappen foi levado ao hospital para exames preventivos.

Foi o primeiro incidente na pista entre os dois rivais, e Horner revelou que as coisas também esquentaram entre os dois chefes de equipe.

“Tudo realmente permeou em Silverstone, onde de repente houve bastante diálogo entre Toto e Michael (Masi, ex-diretor de prova)”, disse Horner a Tom Clarkson no podcast Beyond the Grid.

“Então, ele (Wolff) enviou um e-mail e foi conversar pessoalmente. Eu pensei ‘tudo bem, não aceitarei isso, também vou para lá'”.

“Eu senti que era incrivelmente parcial um chefe de equipe poder pressionar e influenciar o diretor de prova, e em retrospecto, Toto e eu tivemos uma discussão bem acalorada na direção de prova”.

“Naquele evento, onde Toto estava defendendo seus interesses e argumentando que seu piloto não deveria ser punido, enquanto eu tenho um piloto no hospital e o carro eliminado da corrida, obviamente eu estava me sentindo muito lesado”.

Horner também admitiu que foi um dos que mais pressionou pela introdução do rádio entre a FIA e o pitwall das equipes a partir do GP da Espanha de 2021.

Contudo, tanto Wolff quanto Horner o usaram ao longo da temporada para pressionar Masi – o que ficou evidente na decisão em Abu Dhabi.

Porém, apesar de se arrepender de ter pedido sua introdução, Horner não acredita que isso teve um impacto nas decisões de Masi durante o safety car na final de 2021.

“Eu provavelmente fui culpado porque estava pressionando por aquilo nas reuniões estratégicas e da comissão, dizendo ‘há muita comunicação ocorrendo, creio que os espectadores deveriam ficar cientes disso'”.

“Isso principalmente entre os diretores de equipe e o árbitro, e o resultado é que ele poderia ter menos, mas acho que seria uma troca fascinante porque o diretor de equipe só vai falar com o diretor de prova se sentir que tem um argumento realmente forte, não vai reclamar de algo trivial”.

“Naquele domingo em Barcelona, eu fiquei sabendo que eles transmitiram uma conversa de Toto com Michael e pensei ‘isso é um pouco estranho, eu nunca tive um canal direto, tudo sempre foi enviado pelo nosso diretor de equipe'”.

“Depois daquela corrida, creio que nós deveríamos ter dito: ‘Tudo bem, sabe de uma coisa, só deveria haver uma comunicação entre o diretor de prova e os diretores de equipe'”.

“Naquele ponto, você se torna tão impelido pela competitividade que é natural fazer o melhor possível por sua equipe”.

“Eu acredito que estourou em Abu Dhabi, onde em vários pontos da prova Toto estava tentando evitar um safety car, eles não queriam que nós tentássemos desviar o curso da corrida”.

“Assim que escutei aquilo porque tinha a transmissão, minha reação imediata foi a defesa, quero garantir que minha melhor forma de defesa seja o ataque porque a pior coisa é que a última pessoa no ouvido de alguém tem a maior influência”.

“Eu acho que o fator chave foi a batida de (Nicholas) Latifi e um safety car relativamente simples a algumas voltas do final, com a prioridade sendo reiniciar a corrida”.

“O único erro cometido foi não deixar os dois últimos carros tirarem uma volta – isso não teria feito a menor diferença, o resultado teria sido idêntico ao que aconteceu”.