Horner: Equipes sempre gastarão 10% a mais que o teto orçamentário

terça-feira, 11 de outubro de 2022 às 14:06

Christian Horner

A FIA considerou a Red Bull foi culpada de quebrar o teto orçamentário no campeonato mundial de Fórmula 1 de 2021 e agora os comentários de Christian Horner sobre gastos excessivos a partir de 2020 começam a surgir.

A violação foi considerada menor, pois não ultrapassou 5%, que neste caso seria USD 7.250 milhões. Eles agora estão aguardando qual será a punição, que pode ser até uma desclassificação do campeonato do ano passado – mesmo que ela seja ‘menor’, apesar de ser improvável que isso aconteça.

Na tarde de ontem, foi revelado pela FIA que eles encontraram a Red Bull violando o orçamento de gastos para a temporada de 2021, com a equipe sendo a única que gastou mais que os USD 145 milhões regulamentares.

Horner estava bastante confiante de que sua equipe ficaria bem quando chegou o anúncio, e a declaração da Red Bull na segunda-feira fez parecer que eles não esperam que as coisas terminem assim.

“Observamos as descobertas da FIA de ‘pequenas violações de gastos excessivos dos regulamentos financeiros’ com surpresa e decepção”, disse a equipe de Milton Keynes.

“Nosso relatório de 2021 ficou abaixo do limite de custo, então precisamos revisar cuidadosamente as descobertas da FIA, pois continuamos acreditando que os custos relevantes estão abaixo do limite de custo de 2021”.

Tribunal

A Red Bull poderia rejeitar as descobertas e apelar contra elas, o que certamente é uma opção, mas se isso chegar no tribunal da FIA, todas as contas da equipe se tornariam públicas, o que certamente é algo que nenhuma equipe quer. E isso coloca a Red Bull numa “sinuca”, caso a FIA lhe aplique uma punição exemplar para que isso não aconteça mais com nenhuma equipe da Fórmula 1.

Considerando a declaração e as alegações anteriores de Horner de que ele iniciaria um processo legal contra Toto Wolff por alegar que a Red Bull estava acima do limite, será que ele ainda vai processar Wolff?

Apesar de aceitar e assinar o comprometimento mandatório das equipes da Red Bull, Horner nunca foi a favor do teto de gastos. Ele preferia outras medidas.

E isso pode ser facilmente descoberto pelas palavras do diretor da Red Bull de dois anos atrás, de uma postagem no blog do site da equipe, que sugeria que ele e outras equipes sempre ultrapassariam o orçamento.

“O dinheiro é um tema quente entre as equipes de F1 no momento”, escreveu o chefe dos Touros de 48 anos ao falar sobre o potencial de orçamentos iguais sendo impostos às equipes.

“O problema é que se fala tanto sobre o valor do teto de custo que acredito que está se perdendo o ponto.”

Equipes gastarão mais

“As equipes de F1 sempre gastarão o orçamento que tiverem disponível. Mais 10% a mais,” continuou ele.

“É impossível comparar os gastos da Ferrari com a Haas, da Mercedes com a Racing Point ou mesmo da Red Bull com a AlphaTauri. São todas estruturas e modelos de negócios completamente diferentes.”

“Acredito que a solução devia ser para o que impulsiona esses custos em primeiro lugar e esse é o custo de P&D de construção e desenvolvimento de carros na esperança de serem competitivos”.

O problema no esporte há muito é a competitividade entre as equipes, com quem está na frente do grid gastando mais para vencer, ganhar mais dinheiro e o ciclo continuando dessa forma.

Red Bull, Ferrari e Mercedes foram as equipes com os maiores orçamentos e as que estão na frente do grid nos últimos 13 anos.

Horner foi contra o teto de orçamento

As pessoas têm pedido que o orçamento seja o mesmo para cada equipe, o que foi trazido pela primeira vez na temporada passada, mas Horner foi claramente contra em 2020.

“Apoio totalmente a necessidade de reduzir custos e garantir que todas as 10 equipes permaneçam no esporte, mas há muitas maneiras de atingir esse objetivo e não se trata apenas de reduzir o limite de custos”, escreveu ele em seu blog.

“Se o principal objetivo de um limite de custos é ser competitivo e ajudar as equipes menores, especialmente quando passamos pela atual crise, então eu estaria totalmente aberto a vender nossos carros para outras equipes menores na última corrida da temporada em Abu Dhabi.”

“Algumas pessoas dizem que vender carros para clientes é contra o DNA da F1, que é projetar e construir seu próprio carro, mas os tempos mudaram e precisamos encontrar a melhor maneira de tornar as equipes menores competitivas e sobreviver à crise atual. Poderia até atrair mais equipes para o grid, o que todos gostaríamos de ter.”

“As equipes gastam fortunas no inverno copiando outras, por que não dar a elas a oportunidade de comprar o carro do ano passado?

“Faria muito mais sentido para uma equipe ser competitiva, em vez de gastar dinheiro desenvolvendo algo se os fundos não existem para isso. À medida que o modelo de negócios das equipes menores evolui e elas se tornam mais competitivas com os carros dos clientes, elas podem trazer um aumento de receita e, em seguida, tentar construir seus próprios carros novamente.”

AS - www.autoracing.com.br

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