Hamilton e Ferrari qual será o prazo de validade?
terça-feira, 2 de dezembro de 2025 às 16:37
Lewis Hamilton – Ferrari
Colaboração: Antonio Carlos Mello Cesar
Quando Lewis Hamilton, impecavelmente trajado, se apresentou no quartel-general da Ferrari em Maranello, uma inegável onda de otimismo e fervor percorreu o micro universo da paixão italiana. Jornalistas, a Tifosi, entusiastas do piloto e da Fórmula 1 celebravam o inédito pacto entre duas lendas do esporte.
Contudo, a visão de um aficionado como eu já sinalizava o provável cenário: Hamilton na Ferrari apanharia de Charles Leclerc. Esta era uma premonição fundamentada em vestígios claros do decaimento de performance de Lewis nas temporadas de 2022 e 2023. Tais indícios se tornaram ainda mais cristalinos no início do campeonato de 2024. A própria Mercedes reconheceu publicamente a dificuldade que o heptacampeão tem enfrentado nas tomadas de tempo para o grid de largada. Analisando as trinta sessões classificatórias (corrida principal e sprint) realizadas, o placar é esmagador: George Russell lidera com 24 a 06.
A frieza dos dados Paceteq
Para contextualizar o declínio técnico, os dados divulgados pela Paceteq, uma respeitada empresa de alta tecnologia ligada ao automobilismo, são implacáveis. Em média, ao longo do ano, Russell foi 0,23 segundos mais rápido que Lewis nas sessões de qualificação. No pace de corrida, a diferença é de 0,09 segundos por volta a favor de Russell. Além disso, George ainda ganhava mais 0,04 segundos por giro devido a um melhor gerenciamento da borracha, ou seja, menor desgaste de pneus. A equipe de Maranello, obviamente, possuía um panorama exato do que estava adquirindo. Portanto, o propósito de integrar Hamilton na folha de pagamento da Ferrari nunca foi meramente pautado por aspectos desportivos.

Vender veículos de produção em série demonstra ser uma operação onerosíssima. Os fabricantes investem milhões em publicidade e patrocínios, além de toda a logística, estrutura e custos de mão de obra. Bernie Ecclestone foi enfático ao declarar que a contratação de Lewis Hamilton pela Ferrari consistiu primariamente em uma jogada de marketing de altíssimo nível, conforme reportado pelo Autoracing. Seguramente, este componente mercadológico compõe uma parte significativa do projeto Hamilton-Ferrari.
Neste ponto, o mérito do heptacampeão é total. Desde sua apresentação na morada do cavalinho rampante, o nome Ferrari e Lewis Hamilton vem gerando manchetes e fotos quase que diariamente em todos os principais sites esportivos, jornais e emissoras de televisão. Essa é uma publicidade impagável, que beneficia não somente a equipe da Fórmula 1, mas também projeta a imagem dos carros de rua da marca globalmente.
Visão técnica e o impacto em 2026
Um quinhão menor, mas vital, do objetivo ferrarista está ancorado na parte técnica. Toda a vasta experiência e conhecimento que um multi-campeão como Hamilton carrega beneficiarão enormemente o desenvolvimento do carro. Sua sensibilidade apurada para detectar problemas no setup e auxiliar na correção será um ativo valiosíssimo. Consequentemente, isso será crucial quando o novo regulamento técnico entrar em vigor a partir de 2026. A Scuderia Ferrari é patrocinada por quarenta e uma empresas de grande porte mundialmente conhecidas. Isso a posiciona como a equipe mais rica da F1. É sensato presumir que essas corporações estão plenamente satisfeitas com a contratação de Hamilton e toda a visibilidade colossal advinda deste fato.
Pouquíssimos pilotos encerram a carreira antes de iniciarem a curva de declínio. Os gênios, mesmo aquém de seus tempos áureos, ainda conseguem se destacar, superando pilotos apenas bons. Todavia, apesar de lampejos da aptidão pretérita, terminam inevitavelmente derrotados por um piloto ótimo ou por um novo gênio. Hoje, alguém da maior comunidade de F1 realmente acredita que Hamilton teria capacidade de superar Max Verstappen em um duelo direto por um GP? Esse é o cerne da questão para quem gosta de comentar Fórmula 1.
Antonio Carlos Mello Cesar
São Paulo – SP
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