Hamilton usou acerto mais parecido com o de Leclerc

Lewis Hamilton

O fim de semana de Lewis Hamilton na Áustria trouxe uma mistura de otimismo e frustração. Por um lado, a Ferrari enfim deu sinais claros de progresso, principalmente com o pódio conquistado por Charles Leclerc.

Por outro, Hamilton cruzou a linha em quarto lugar, igualando seu melhor resultado na temporada até aqui. No entanto, a corrida no Red Bull Ring evidenciou que os problemas do britânico não se limitam apenas à velocidade pura.

Problemas nos freios voltam a comprometer ritmo de corrida

Logo após a prova, Hamilton não poupou palavras para descrever uma dificuldade que já vem se arrastando há várias etapas: os freios inconsistentes.

“Tivemos problemas com os freios, então precisei gerenciar isso desde cedo. Com certeza me fez perder tempo. É algo que estou tentando resolver com urgência porque simplesmente não está bom”.

Anteriormente, ele já havia classificado o sistema como uma verdadeira loteria. E voltou a repetir a metáfora, deixando claro o tamanho da frustração.

“Jogamos os dados. Você instala um conjunto e ele funciona; instala outro e não funciona. Simples assim”.

Portanto, enquanto a Ferrari parece ter evoluído com as atualizações aerodinâmicas, o pacote completo ainda tem gargalos – especialmente para o estilo de pilotagem de Hamilton.

Acerto de Leclerc ajuda, mas exige adaptação difícil

Além dos freios, outro fator que vem desafiando Hamilton é a aproximação de seu acerto com o de Leclerc.

Apesar de ele reconhecer que isso tem ajudado a melhorar a performance geral, o ajuste traz um comportamento de carro com o qual ainda não se sente totalmente confortável.

“O acerto agora está mais próximo do de Charles, sim. Ele pilota com a traseira muito solta. A traseira do carro desliza, mas ele não perde performance. Quando isso ocorre comigo, a degradação dos pneus é enorme”.

Em seguida, Hamilton revelou um detalhe importante sobre esse estilo.

“Disseram que Carlos (Sainz) levou anos para se adaptar. Sinceramente, eu não quero passar por isso”.

Ou seja, embora os ajustes tragam ganho imediato de desempenho, eles cobram um preço alto em termos de adaptação – o que, para um piloto experiente como Hamilton, pode se tornar um dilema técnico e estratégico.

Desvantagem para Leclerc ainda é expressiva

Apesar das melhoras pontuais, o heptacampeão mundial foi direto ao reconhecer que ainda existe uma diferença real para o ritmo de corrida de Leclerc.

“Estamos perdendo bastante. Algo como oito ou nove segundos, se compararmos com Charles”.

Mesmo assim, o britânico preferiu destacar os sinais positivos deixados pela atualização do carro, principalmente o novo assoalho introduzido na Áustria.

“Acho que demos um passo à frente. A melhoria foi pequena, então ninguém sabe ao certo. Mas talvez o efeito do novo assoalho tenha sido maior. Sem dúvida, isso é um ponto positivo”.

Portanto, embora o resultado ainda não seja o ideal, Hamilton vê sinais de que o caminho traçado pela Ferrari está começando a render frutos.

Silverstone no horizonte: otimismo contido para corrida em casa

Pensando nas próximas etapas, Hamilton já volta o foco para Silverstone. A prova em casa, que acontece no próximo fim de semana, pode oferecer um cenário mais favorável – desde que os problemas atuais sejam resolvidos.

“A classificação foi melhor aqui. Na última volta, houve um problema que me custou um décimo. Se eu tivesse largado em segundo, teria perdido posições de qualquer forma. Ainda preciso encontrar ritmo de corrida. Esse é o ponto crucial”.

Além disso, o britânico destacou que, apesar dos obstáculos, o ritmo geral da equipe foi competitivo em Spielberg.

“Fomos os segundos mais rápidos do fim de semana. Terminar em terceiro e quarto é algo bem positivo. Há bastante coisas boas para extrair daqui, mas também muitas áreas para evoluir”.