Há 35 anos…

sábado, 7 de junho de 2014 às 2:49
Gilles Villeneuve

Gilles Villeneuve

Por: Corredor X

Quem tem assistido a Fórmula 1 ao longo dos últimos vinte anos, tem uma visão muito definida sobre o que ela é. Carros que fazem curvas a velocidades inacreditáveis sobre trilhos, mapeamento de motor ajudando nas saídas, segurança além do que é possível imaginar e circuitos que são projetados com a paixão de códigos binários.

A chegada de Kimi Raikkonen com suas respostas surpreendentes e contundentes já lhe renderam um exército de fãs e muitos observadores acreditam que ele nasceu na época errada da F1. Ele deveria ter corrido com seu ‘herói’ James Hunt na década de 70, derrapando os pneus traseiros ‘a la Ronnie Peterson’ e provavelmente sorrindo porque a vida era sem dúvida mais simples.

Enquanto as equipes e os seguidores do circo da F1 chegam ao circuito de Montreal, muitos de nós se lembram daquela época da F1, que de alguma forma morreu em 1982.

O Circuito Gilles Villeneuve foi nomeado em homenagem ao filho do automobilismo mais famoso do Canadá. Em pouco mais de quatro temporadas, ele conquistou os corações dos fãs de corridas em todo o mundo, esculpindo seu caminho através de inúmeras Ferraris com condução espetacular e acidentes chocantes.

Muitos fãs, jornalistas e gente que participa de alguma forma da F1 desde aquela época considera Villeneuve como “o último dos moicanos”, correndo em uma era onde a tecnologia já estava mudando o esporte para longe das derrapagens, que tinha sido o núcleo do automobilismo desde a sua criação.

“Villeneuve era como um garoto levado, e como qualquer criança, se quiser vencer uma corrida não se incomode em pensar na próxima e trabalhar com visão de longo prazo. Apesar de todo mundo adorá-lo, seu estilo já estava fora de moda e a maioria vai dizer que ele nunca teria ganhado um título porque o seu modo de pensar era absolutamente imediatista,” lembrou alguém da velha guarda.

Talvez a crítica mais contundente de onde a Fórmula 1 está hoje seja um simples comentário sobre como as autoridades lidariam atualmente com um Gilles Villeneuve II. Sua condução era elogiada como combativa e quando ele saía no início das corridas todo mundo dizia: “Ahhh, isso é o Gilles.”

No entanto, em 2012 Grosjean foi suspenso por uma corrida depois de voar sobre Alonso na Bélgica. Jackie Stewart se ofereceu para ser seu mentor, mas Romain preferiu falar com um psicólogo esportivo em uma tentativa de acalmar seu comportamento “escandaloso” nas primeiras voltas das corridas.

Grosjean foi descrito como “um maluco” e um apoplético Johnnie Herbert exigiu que ele fosse expulso da F1.

De qualquer forma, tudo está bem quando acaba bem. Romain agora é um bom menino e ganhou muitos elogios por sua transformação – mesmo que há 35 anos o comportamento de Villeneuve tenha criado uma lenda…

AS - www.autoracing.com.br

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