GP São Paulo impulsiona interesse de fãs e movimenta economia

domingo, 14 de novembro de 2021 às 10:58

Interlagos

A retomada dos grandes eventos em quase todo o mundo e o avanço da vacinação permitiram que a presença do público no GP São Paulo de F1 atingisse a presença de 100% da capacidade do Autódromo de Interlagos nos três dias de evento. Com todos os ingressos colocados à venda já esgotados, são aguardadas cerca de 170 mil pessoas, gerando a expectativa da quebra do recorde de público. A marca pertence à corrida de 2001, quando 174 mil pessoas estiveram presentes em Interlagos. Em 2019, 158.213 torcedores passaram pelo circuito.

De acordo com o Governo de São Paulo, o Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1 deve movimentar e inserir cerca de de R$ 810 milhões à economia da cidade – em 2019, último ano em que o GP foi realizado, o impacto financeiro total da competição para a cidade foi de R$ 670,1 milhões, com acréscimo de R$ 111 milhões de receita com os tributos gerados pela movimentação econômica. Outro dado revelado foi que a Fórmula 1 deve gerar R$ 1,6 bilhão em imagem à cidade com os setores de serviços e comércio.

“A Formula-1 volta ao Brasil em um momento muito importante, com a queda das taxas da Covid-19 e um início de retomada. O setor de eventos é uma mola da nossa economia, e ter algo desta dimensão é importante para os profissionais e também para a cidade. Mais ainda, coincide com um nova Era em que a competição se reinventa, troca de geração de audiências, conquistando novos fãs que aprenderam a gostar do esporte mais pelas histórias que assistem em streaming e redes sociais do que pela memória dos feitos de Ayrton Senna e outros brasileiros. Estamos falando de algo que ainda deve colher frutos por muitos anos”, aponta Bruno Maia, CEO da Feel The Match e especialista em inovação e novos negócios na indústria do esporte.

Estudo recente da Fundação Getúlio Vargas mostra que o GP de São Paulo tem efeito positivo em vários setores. O principal deles está na geração de empregos. Em 2019, antes da pandemia, foram proporcionadas 8 mil vagas diretas. Para este ano, esses números devem crescer ainda mais e atingir 20 mil empregos – já são 12 mil profissionais credenciados para trabalhar em diversos setores do evento, além da criação de 8.500 postos de trabalhados ligados ao GP. O estudo da FGV de 2019 também apontou que, para cada R$ 1 investido na realização do GP São Paulo, houve retorno de R$ 5,20 para a economia do país.

Everton Cruz, CEO da Mooh!Tech, empresa responsável por implementar a tecnologia Chronus i-Passport para ser o passaporte oficial da vacinação do evento, entende que a movimentação em torno do GP este ano pode gerar novas esperanças para o futuro.

“Estamos falando de um período de crise mundial por causa da pandemia, em especial o Brasil, com clara demonstração de retração econômica, inflação alta e benefícios sociais da população chegando ao fim do ciclo. Mesmo com tudo isso, a Fórmula 1 no país é mais do que simplesmente um avanço significativo dos números nesta retomada, mas também é um alento para quem precisa desses recursos para sobreviver. E se a F1 atinge esse patamar mesmo em um período tão curto, movimentando a maior cidade da América Latina desta forma, podemos usa-lo como referência para outros eventos deste porte e ter esperança de novas conquistas”, explica.

Além de tudo isso, essa é a primeira vez que a Liberty Media, detentora dos direitos comerciais da Fórmula 1, vai promover ativações nos três dias e testar o que chama de sprint race, com o treino classificatório acontecendo na sexta-feira, dia 12. Já no sábado, dia 13, os pilotos disputam a corrida curta, com 24 voltas, que vai valer pontos para os três primeiros colocados. Vale lembrar que a ordem de chegada nesta corrida serve de grid para a prova oficial de domingo, 14.

“É um evento mundial, que movimenta quase 200 mil fãs nos dias do evento, além de girar a economia da cidade com emprego formal e informal, a divulgação e publicidade direta e indireta de parceiros envolvidos com a prova, ações de patrocinadores e a movimentação de torcedores e imprensa nas redes sociais. Sabidamente o futebol é a grande paixão do brasileiro, mas sempre fomos um país afixiado por carros e automobilismo, muito pelo DNA sempre presente em nossa história nesta modalidade ao longo das décadas. A soma de tudo isso faz com que esse evento seja sempre considerado um dos maiores do planeta”, afirma Felipe Soalheiro, diretor da agência SportBiz Consulting, especializada em marketing esportivo.

_Transmissão muda de dono depois de quatro décadas_

Depois de 40 anos, pela primeira vez a transmissão do GP São Paulo deixa de ser transmitido pela TV Globo e passa a ser televisionado pela Bandeirantes. Com a Fórmula 1 e grandes nomes globais, como o comentarista Reginaldo Leme, a repórter Mariana Becker e o narrador Sérgio Maurício, a Band vem obtendo uma média de 3,5 pontos em São Paulo. Apesar de os números estarem abaixo de quando estavam com a Globo – média de 9 pontos, a emissora tem disputado ferrenhamente a briga pela segunda colocação na audiência com SBT e Record.

“Existem pesquisas que mostram que o automobilismo está entre os esportes preferidos do brasileiro, e talvez por isso a própria Band tenha acreditado no projeto, com a contratação de nomes de peso e anunciantes que trazem credibilidade – casos de Banco do Brasil, Claro, Philco e Heineken – e um poder de investimento que pode faze-la brigar mais forte pela audiência. A Fórmula 1 sempre teve um olhar diferente do público que o assiste, e o mesmo sem um piloto titular ou de renome como tivemos por muitos anos, passando de geração para geração, esse DNA está fortemente inserido em nosso país, e por isso a movimentação milionário em diversos setores da nossa economia é tão expressiva”, indica Renê Salviano, executivo de marketing que lançou neste ano a HeatMap, agência de marketing esportivo focada em captação de patrocínios.

EB - www.autoracing.com.br

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