Get in there, Lewis!

Lewis Hamilton

Colaboração: Carlos Júnior

Os artigos publicados de colaboradores não traduzem a opinião do Autoracing. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate sobre automobilismo e abrir um espaço para os fãs de esportes a motor compartilharem seus textos com milhares de outros fãs.

Lewis Hamilton não terá muito tempo para lamentar a última temporada. Se em 2021 ele pilotou em altíssimo nível e chegou a estar muito perto do octacampeonato, 2022 foi um ano para esquecer. A Mercedes errou a mão no W13 e fez dele um mero coadjuvante na disputa pelo título. Hamilton não venceu uma única corrida sequer no ano – fato inédito em sua extraordinária carreira.

Perder um campeonato da maneira como foi o de 2021 e passar o ano comendo poeira de duas equipes é algo para esquecer. Mas, como disse, Hamilton não tem tempo a perder em lamentações infrutíferas. Vem aí uma nova temporada.

Tenho certeza absoluta de que Hamilton estará com sangue nos olhos na busca da sua oitava estrela. Basta a Mercedes entregar um carro competitivo e a briga nas cabeças volta a ser realidade. O W14 não será um foguete, pois será uma versão atualizada do tenebroso W13, mas a evolução das flechas prateadas ao longo da última temporada traz esperanças para 2023.

Além do mais, quem duvida da capacidade de uma equipe oito vezes campeã de construtores e sete de pilotos, aquela que dominou completamente a era híbrida? George Russell, companheiro de Hamilton, disse que a equipe não esqueceu como se faz um carro rápido – temos todos os motivos do mundo para acreditar nele.

É importante ressaltar o quanto as esperanças do oitavo título passam pela Mercedes em razão da última temporada ter sido sofrível. A equipe alemã falhou em entregar uma máquina decente, e se teve alguém que errou nessa história, esse alguém não foi Hamilton. Ele continua em ótima forma, é um dos maiores de todos os tempos e foi o responsável por colocar as flechas prateadas no topo. Sem ele, o caminho para o sucesso teria sido bem mais difícil.

Seus haters dizem que ele só ganha com carro bom. Mentira. Um piloto que até o ano passado tinha ao menos uma vitória em todas as temporadas disputadas não merece tal rótulo. Além disso, lembro da temporada de 2018 como a prova definitiva para refutar bobagem: a Ferrari tinha o melhor carro do grid, ao passo que a Mercedes entregou uma máquina arisca e complicada de guiar para Hamilton. O pentacampeonato veio pela sua genialidade e entendimento do carro guiado, fatores que fazem dele o piloto mais cerebral da história. Para efeito de comparação, seu companheiro Valtteri Bottas terminou em quinto naquele campeonato.

Além do talento indiscutível, Hamilton é um piloto experiente que já passou por várias situações. Entregou de bandeja um campeonato praticamente ganho em 2007, mas foi buscar outro na última volta no ano seguinte. Ganhou com o melhor carro e também contra outra máquina melhor que a sua. Bateu e foi batido por adversários de diversos estilos. Enfim, é um atleta que viu de tudo no seu esporte.

Para resumir: o octacampeonato de Sir Lewis Hamilton só depende da Mercedes. O piloto fora de série sempre esteve lá. Se a equipe alemã acertar a mão no W14, teremos briga com Max Verstappen e uma Red Bull imparável.

A minha torcida sincera é por uma disputa entre Hamilton e Verstappen. Não faz sentido amar um esporte como o automobilismo e rejeitar brigas acirradas na pista entre esses dois gênios. Sim, gênios, pois ninguém duvida que a temporada de 2021 foi uma loucura maravilhosa de presenciar. Pilotos geniais com carros igualmente competitivos protagonizando verdadeiros espetáculos a cada corrida fez renascer o nosso amor pela Fórmula 1.

Na minha humilde opinião, seria uma injustiça ver Hamilton cambaleando sem qualquer chance de brigar no topo no resto da sua carreira. Um piloto como ele merece muito mais. Quem o viu ganhando tudo, quebrando recordes, marcando o seu nome na eternidade e derrotando um a um os adversários é privilegiado, pois não é todo dia que se vê um grande esportista fazendo história.

Que em 2023 ele possa voltar para a briga pelo topo, por títulos e vitórias. Motivação não falta. Talento, idem. Não se ganha sete títulos mundiais e 103 vitórias por acaso. E se ele quer mais, sente e desfrute, pois é ótimo quando um esportista busca incessantemente a vitória ao superar todos os obstáculos possíveis. Get in there, Lewis!

Carlos Júnior
Teresina – PI

Quer ver todos os textos de colaboradores? Clique AQUI