Gasly relembra promoção relâmpago e falta de apoio na Red Bull
segunda-feira, 22 de dezembro de 2025 às 9:28
Pierre Gasly na Red Bull
Pierre Gasly voltou no tempo para relembrar um dos momentos mais decisivos e traumáticos de sua trajetória na Fórmula 1. Tudo começou de forma inesperada, logo após Daniel Ricciardo anunciar sua saída da Red Bull, quando o francês já iniciava suas férias na Grécia.
Naquele instante, a realidade mudou rapidamente. Segundo Gasly, a equipe avaliava apenas duas opções para a vaga: Carlos Sainz e ele próprio.
Pouco depois, o telefone tocou. Do outro lado da linha, Helmut Marko foi direto. A mensagem era clara: Gasly seria piloto da Red Bull no início da temporada seguinte, apenas seis meses após disputar seu primeiro campeonato completo na F1.

Promoção relâmpago e cobrança imediata
Assim, com somente 26 grandes prêmios no currículo, Gasly deixou a Toro Rosso e deu um salto considerado precoce para a principal equipe do grupo. No entanto, desde o início o cenário se mostrou extremamente desafiador.
Ainda que tenha pontuado de forma consistente – ficando fora da zona de pontos apenas duas vezes, sem considerar seu abandono no GP do Azerbaijão de 2019 – os resultados raramente convenceram. Na prática, o francês costumava terminar nas posições mais baixas do top 10.
Mesmo assim, houve momentos pontuais de destaque. Em Silverstone, por exemplo, Gasly conquistou um quarto lugar, que acabou sendo seu melhor resultado com a Red Bull naquele período.
Apesar disso, a pressão seguiu aumentando. Como consequência, após apenas 12 corridas, a equipe decidiu promovê-lo novamente à Toro Rosso. Curiosamente, o próprio piloto admitiu que sentiu alívio quando Alex Albon assumiu sua vaga ao lado de Max Verstappen.
Ambiente hostil e falta de suporte técnico
Com o distanciamento do tempo, Gasly passou a analisar aquele período com mais clareza. Segundo ele, faltou apoio em praticamente todas as áreas. Para o francês, o contexto não oferecia condições reais de sucesso no assento hoje amplamente considerado o mais difícil da F1.
Ele não escondeu a decepção. Em suas palavras, 2019 foi um ano triste e frustrante. Embora reconheça os méritos de Verstappen, Gasly destacou que toda a estrutura da equipe girava em torno do holandês, o que tornava o desafio ainda maior.
Além disso, havia outro obstáculo relevante. Gasly iniciou a temporada com um engenheiro recém-chegado da Fórmula E e sem experiência prévia na F1. Dessa forma, a dinâmica interna se tornou estranha desde o início.
Consequentemente, faltaram ferramentas básicas para extrair performance. Mesmo tentando lutar por conta própria, o francês percebia que não conseguia mostrar seu verdadeiro potencial. Portanto, a insatisfação era mútua: a equipe não via evolução, enquanto Gasly sentia que suas mãos estavam atadas.
Reconstrução e afirmação longe da Red Bull
Depois do retorno à Toro Rosso, que mais tarde passaria a se chamar AlphaTauri, Gasly iniciou um processo de reconstrução. Gradualmente, ele recuperou confiança, ritmo e competitividade no pelotão intermediário da F1.
O ponto máximo dessa reação veio em 2020. No GP da Itália, em Monza, Gasly conquistou uma vitória histórica que não apenas surpreendeu o paddock, como também consolidou seu status como um dos pilotos mais sólidos do meio do grid.
Por fim, ao término de 2022, Gasly encerrou sua ligação com o grupo Red Bull. Desde então, defende a Alpine, carregando consigo as lições de uma passagem marcada por pressão extrema, decisões rápidas e bastidores implacáveis da F1.
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