Fórmula 1 se despede de 2019 com boas histórias para contar

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019 às 12:04

GP do Brasil de 2019 de Formula 1

Por: Bruno Aleixo

Chegou ao fim a temporada 2019 da Fórmula 1. O resultado final, com Lewis Hamilton sagrando-se hexacampeão com facilidade, pode mascarar o fato de que a temporada teve excelentes provas. Mas, o que vale mais: um campeonato bom com corridas ruins, ou uma temporada repleta de GP’s de tirar o fôlego, mas sem disputa pela taça?

Bom, a minha resposta é: porque não os dois? É claro que quando nos colocamos diante da TV, queremos assistir sempre a uma corrida épica. Mas, pelo menos na minha visão, uma decisão eletrizante também deve fazer parte do script.

A questão é que, na história recente do automobilismo, essa combinação tem sido rara. Na minha memória, a última vez que tivemos um campeonato assim foi em 2012, quando Alonso e Vettel chegaram a Interlagos podendo ser campeões, depois de uma temporada que teve 7 vencedores diferentes nos 7 primeiros GP’s.

Mas, voltando a este ano, penso que 2019 entra para a história como um campeonato sem disputa, mas com uma boa parcela de provas eletrizantes. Como esquecer da atuação de Max Verstappen, na Áustria? Ou da brilhante corrida de Charles Leclerc, em Monza? E a corrida da Alemanha, com chuva, carros saindo da pista, várias ultrapassagens? Interlagos, melhor nem comentar, aquele final de prova é, desde já, um dos mais memoráveis da categoria. Isso tudo sem contar Silverstone e Budapeste, com provas movimentadas e que enriqueceram a temporada.

Mas teve mais: 2019 foi também o ano das grandes atuações. Além das já citadas corridas de Verstappen e Leclerc, na Áustria e na Itália, respectivamente, também vimos um Hamilton demolidor no Bahrain. Até mesmo Valtteri Bottas, que acabou fazendo um ano bem mais ou menos, teve seu brilho na abertura do campeonato, na Austrália. Nas intermediárias, destaque para a dupla da McLaren, Carlos Sainz e o incrível estreante Lando Norris. Sérgio Perez, na Racing Point, também brilhou quando pôde, em que pese o carro ruim que tinha nas mãos.

Por outro lado, a temporada também acendeu luzes de alerta e confirmou situações que já eram previsíveis. Sebastian Vettel não foi capaz de se impor como tetracampeão na Ferrari, ficou atrás de Leclerc no campeonato e, neste momento, é mais lento que o companheiro. Vai ter que trabalhar muito para superá-lo o que, na minha visão, parece improvável. Robert Kubica, por sua vez, mostrou que a exigência física de um carro de Fórmula 1 é brutal e nem mesmo alguém com seu talento inegável é capaz de pilotar com apenas um braço. A dupla da Haas sofreu com um carro rápido, porém agressivo com os pneus e, ainda por cima, Romain Grosjean se cansou de bater e rodar ao longo do ano. Foi premiado com um novo contrato. Na Red Bull, ficou claro que o programa de formação de pilotos chegou ao seu limite e, hoje, não há um piloto capaz de andar junto com Verstappen. Alex Albon ganha crédito por ser estreante, mas sua participação na equipe principal não encheu os olhos, embora não tenha comprometido.

Na parte regulamentar, a Fórmula 1 parecia ter dado passos atrás, depois da esdrúxula punição a Sebastian Vettel no Canadá. Os comissários entenderam o recado do público e da imprensa e deixaram a disputa rolar mais solta no resto do ano. Com algumas falhas aqui e ali, pode-se de dizer que houve avanços em relação aos anos anteriores. Que sigam evoluindo. Por fim, nos despedimos de Charlie Whiting e Niki Lauda, figuras que estão na história do esporte e que farão sempre muita falta.

Agora, fica aquela sensação de vazio que acomete todos os aficionados pelo automobilismo. A Fórmula 1 só volta em março do ano que vem e, até lá, o negócio é se virar para fazer o tempo passar mais rápido. Nas próximas colunas, vou trazer algumas dicas para ajudar os meus leitores. Aguardem!

Bruno Aleixo
São Paulo – SP

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