Fim da linha para a Renault na F1?

segunda-feira, 30 de junho de 2014 às 16:04
Fábrica da Renault F1 em Viry-Chatillon

Fábrica da Renault F1 em Viry-Chatillon

Por: Corredor X

Em meio a rumores de que a Red Bull e a Lotus estão considerando abandonar a Renault, isto poderia ser o fim da linha para o fabricante francês na F1.

A Renault está envolvida na Formula 1 desde 1977, quando foi a primeira fabricante de motores a “sair da casinha” e introduzir o motor turbo no esporte. Desde então, tem sido uma grande protagonista, seja como fornecedora de motores ou construtora, com sua própria equipe conquistando o título mundial de pilotos em 2005 e 2006.

Desde então, eles se tornaram mais sinônimo de vitórias ao fornecer os motores com os quais a Red Bull conquistou os últimos quatro títulos seguidos.

Quando foi anunciado que a Formula 1 estaria retornando para motores sobrealimentados esperava-se que a Renault não tivesse problemas fornecendo uma unidade de potência competitiva, dado que eram os inovadores originais.

No entanto, a mudança para os sofisticados motores V6 1.6 turbo com dupla recuperação de energia acabou por ser um desastre para as equipes fornecidas pela Renault. Não só eles atrasaram a entrega para as equipes antes do início da temporada, como também não conseguiram desenvolver seu produto de maneira satisfatória para seu maior cliente.

E a Formula 1 não perdoa, ninguém vive do passado, mesmo que ele seja recente. A hora de “entregar” é sempre agora. Você é tão bom quanto seu último campeonato, às vezes quanto a sua última corrida.

O chefe da equipe Red Bull, Christian Horner, bateu forte na Renault depois de um decepcionante GP da Áustria, onde Vettel não conseguiu terminar pela terceira vez em oito corridas.

A vitória de Daniel Ricciardo no Canadá apareceu para encobrir as rachaduras e o abismo entre os que têm uma unidade de potência Renault e aqueles com um motor Mercedes, mas como tudo indica, foi apenas uma vitória circunstancial.

A Red Bull, e por associação a Toro Rosso, já disseram que vão ficar com Renault até o final da temporada de 2015, mas para além disso é um mistério. Com a silly season começando na F1 todos os tipos de rumores estão circulando, o mais recente sendo que a Red Bull poderia comprar fábrica de motores de F1 da Renault em Viry-Chatillon, que supostamente estaria à venda.

Outro rumor tinha sido que a Red Bull iria construir seus próprios motores, mas essa possibilidade foi descartada por Dietrich Mateschitz, dono da equipe e da bebida energética.

Então a Red Bull vai procurar outro fornecedor de motores? Provavelmente, mas eles não são os únicos, já que a Lotus também está considerando deixar a Renault em favor da Mercedes, cujos preços são muito mais atraentes.

Na França tudo é mais caro, já que assim como no Brasil, os impostos e encargos sociais franceses são muito altos, mas a diferença para Ferrari e Mercedes é ridícula. A Renault cobra 28,5 milhões de euros para fornecer a unidade de potência sem o cambio, que tem que ser comprado da Red Bull por mais 9 milhões e ainda mais um chequinho de mais 2 milhões para a Total pelos lubrificantes. São 40 milhões de euros para ter o que atualmente é o pior motor da F1…

Na Ferrari o pacote completo sai por 30 milhões e na Mercedes por módicos 26 milhões.

Caso a Lotus resolva abandonar esse barco, isso poderia ser o último prego no caixão da Renault na F1. Lotus e Renault tiveram uma relação de trabalho que remonta a décadas, mas as coisas parecem ter azedado entre os dois.

A Renault já está farta da Lotus não pagar em dia, enquanto na Lotus cresce cada vez mais a frustração com os problemas de desempenho que estão tendo. Uma mudança para a Mercedes poderia se provar rentável tanto na pista quanto no caixa.

A nova era V6 supostamente deveria atrair novos fornecedores de volta à Formula 1 por acabar com o cada vez mais irrelevante e beberrão V8 aspirado. Até agora, apenas a Honda se comprometeu a um retorno à F1 e, ao invés de adicionar mais um fornecedor, pode ser que os japoneses simplesmente substituam os franceses.

Dada a sua trajetória nesta temporada é improvável que a Renault atraia qualquer novo negócio para 2015. Sua única esperança de manter-se envolvida está em produzir um motor – no próximo ano – que seja infinitamente melhor que a unidade de potência que está atualmente na Red Bull e Lotus. A preparação para a temporada de 2015 será crucial para decidir o destino da Renault na Formula 1. Talvez ainda não seja tarde demais.

AS - www.autoracing.com.br

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