Tim Mayer abandona disputa pela presidência da FIA
sexta-feira, 17 de outubro de 2025 às 16:00Mayer critica falta de democracia na eleição da FIA
O candidato à presidência da FIA, Tim Mayer, anunciou oficialmente a retirada de sua candidatura da eleição de 2025. O dirigente de 59 anos revelou a decisão em entrevista, confirmando que não participará mais da votação marcada para 12 de dezembro em Tashkent, Uzbequistão.
Em julho, Mayer havia declarado que concorreria ao cargo ao lado de Laura Villars e Virginie Philpott. No entanto, ele afirmou que decidiu encerrar sua participação por entender que o processo perdeu credibilidade.
“Direi algo que pode soar contraditório. A eleição para presidente da FIA acabou, mas nossa campanha e nossa missão de proteger a integridade e a reputação da entidade continuam”, disse.
Logo em seguida, Mayer destacou a falta de igualdade na disputa.
“Como pode uma eleição acabar se a votação ainda está a mais de dois meses? Desta vez, não haverá eleição. Não haverá debate, nem comparação de ideias, nem exame de liderança”, completou.
“Haverá apenas um candidato, o atual presidente. Isso não é democracia — é uma ilusão de democracia.”

Regras eleitorais e críticas ao processo
Durante a campanha FIA Forward, Mayer e sua equipe defenderam mais transparência, justiça e participação dos membros. Contudo, segundo ele, o atual processo “mostra o quanto a FIA se afastou desse ideal”.
Além disso, Mayer explicou que as regras internas da FIA dificultam a formação de chapas independentes. Nenhuma lista presidencial pode existir sem incluir um vice-presidente para Esporte de cada região global. E mais: esses vice-presidentes precisam estar entre os nomes que se candidataram ao Conselho Mundial de Automobilismo e possuírem um evento internacional no calendário da FIA.
Recentemente, surgiu uma nova reviravolta. A FIA divulgou uma lista oficial de nomes elegíveis para compor as chapas presidenciais. Essa relação inclui dez pessoas, distribuídas entre o Presidente do Senado, os Vice-presidentes de Mobilidade e Turismo, o Vice-presidente para Esporte, e sete vice-presidentes adicionais, cada um representando uma região do planeta.
Desse modo, a escolha dos vice-presidentes se tornou um ponto central na disputa.
Ben Sulayem deve concorrer sem oposição
Os sete vice-presidentes esportivos representam América do Norte, América do Sul, Europa, África, Oriente Médio, Norte da África e Ásia-Pacífico. Entretanto, Fabiana Ecclestone, representante da América do Sul, declarou apoio público a Mohamed Ben Sulayem, atual presidente da FIA.
Por causa dessa aliança, os demais candidatos ficaram impossibilitados de apresentar uma chapa completa até o prazo final de 24 de outubro. Como consequência, tudo indica que Ben Sulayem será candidato único nas eleições de dezembro.
Essa situação reforça as críticas de Mayer sobre a falta de debate e transparência dentro da entidade. Além disso, amplia a percepção de que o atual sistema eleitoral da FIA impede qualquer renovação real de liderança.
Portanto, se o cenário permanecer inalterado, Mohamed Ben Sulayem seguirá no comando da FIA sem enfrentar oposição, um resultado que reacende o debate sobre a governança do automobilismo mundial.
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