FIA enfrenta resistência à proposta de duas paradas em 2026

sábado, 8 de novembro de 2025 às 9:30

Pit stop de Lando Norris

FIA busca mais emoção, mas encontra resistência

Enquanto a Fórmula 1 discute formas de aumentar o drama nas corridas de domingo, a proposta da FIA de impor duas paradas obrigatórias em 2026 recebeu reações frias. Chefes de equipe demonstraram ceticismo, e até dentro da Pirelli há opiniões divididas.

Após três corridas seguidas com apenas uma parada — em Baku, Singapura e Austin —, a ideia surgiu no briefing de pilotos no GP do México. Em seguida, entrou na pauta da Comissão de F1. No entanto, ao voltar à discussão na coletiva dos chefes de equipe em Interlagos, o entusiasmo foi mínimo.

Chefes de equipe alertam para riscos estratégicos

O representante da Racing Bulls, Alan Permane, foi o primeiro a levantar preocupações sobre as possíveis consequências.

“Todos gostam de duas paradas, mas é preciso cuidado”, alertou Permane. “Se os pneus não forem feitos para isso, pode acabar tudo igual. Quando se força duas paradas, todos seguem a mesma estratégia. Isso vai contra o que queremos.”

Ele lembrou que corridas emocionantes muitas vezes nascem da diferença de abordagens entre uma e duas paradas — algo que desapareceria com a nova regra.

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McLaren e Williams compartilham da preocupação

O chefe da McLaren, Andrea Stella, concordou. Segundo ele, o que realmente cria imprevisibilidade é o desgaste natural dos pneus.

“As variações vêm do comportamento dos pneus. Quando há degradação, surgem as ultrapassagens e as diferentes estratégias”, afirmou Stella.

Já o chefe da Williams, James Vowles, foi ainda mais direto. “Meu maior medo é que todos façam a mesma estratégia, dentro de uma volta de diferença”, disse. “Precisamos focar primeiro na degradação e nas diferenças entre os compostos. Caso contrário, as corridas ficarão menos variadas.”

Pirelli também está dividida sobre a ideia

Até dentro da Pirelli a proposta gera debate. O diretor de automobilismo, Mario Isola, acredita que duas paradas podem melhorar o espetáculo. Já o engenheiro-chefe Simone Berra discorda.

“Não sou a favor de impor duas paradas”, declarou Berra. “O risco é criar estratégias idênticas. As melhores corridas vieram quando uma e duas paradas coexistiram naturalmente.”

Ele defende, portanto, que a Fórmula 1 espere para ver como os regulamentos de 2026 afetarão as disputas antes de mudar as regras.

EB - www.autoracing.com.br

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