Gazzetta: Ferrari tem que apostar na visão de Hamilton

quinta-feira, 10 de julho de 2025 às 19:14

Lewis Hamilton

O jornal La Gazzetta dello Sport publicou uma análise incisiva sobre a nova fase da Ferrari, destacando a necessidade de a equipe adotar de forma definitiva a filosofia de trabalho de Lewis Hamilton. A publicação defende que a Scuderia deve aproveitar a experiência do heptacampeão para se preparar adequadamente para o futuro, especialmente diante da crescente superioridade da McLaren no campeonato atual.

Red Bull em queda, McLaren dominante

Chegamos à metade da temporada, e o cenário parece cristalino. O GP da Inglaterra, décima segunda etapa de 24 no calendário, confirmou que a disputa pelo título está restrita a Oscar Piastri e Lando Norris. A Red Bull já não entrega o suficiente, mesmo com boas atuações de Max Verstappen, e a Ferrari segue longe da consistência desejada.

Enquanto isso, a McLaren dominou novamente em Silverstone. Verstappen até conquistou a pole, mas sua asa traseira de baixo downforce comprometeu a performance na corrida. A diferença entre ser veloz em uma volta e manter o ritmo por mais de 300 km ficou evidente.

Ferrari precisa pensar em 2026

A situação da Ferrari exige serenidade. Apesar dos esforços e atualizações no SF-25, o desempenho do carro segue inconsistente. Silverstone trouxe uma leve esperança com a briga pela pole, mas o ritmo de corrida decepcionou — muito por conta do clima e da oscilação do acerto.

Desde os testes no Bahrein, diversas configurações foram testadas, mas a equipe ainda não encontrou uma solução estrutural. Isso indica que o problema vai além de ajustes pontuais. Uma nova suspensão traseira será introduzida em Spa, mas esperar que isso coloque os Vermelhos no mesmo nível da McLaren seria otimismo exagerado.

O caminho mais sensato passa por usar a segunda metade da temporada como laboratório para 2025 e 2026, aprofundando a integração de Hamilton e resgatando a confiança de Charles Leclerc, que viveu um fim de semana difícil no Reino Unido.

A importância da visão de Hamilton

A chegada de Hamilton à Scuderia exige uma mudança de mentalidade. O britânico conquistou sete títulos mundiais desde 2008 — no mesmo período, a Ferrari não levou nenhum. Contratar Lewis não é só reforçar o elenco, mas aceitar e abraçar sua abordagem técnica.

Hamilton critica, com razão, o comportamento imprevisível do carro. Muitos enxergam isso como um sintoma de declínio, mas trata-se de uma leitura equivocada. O que ele propõe é uma base mais estável de carga aerodinâmica, que ofereça previsibilidade e confiança aos pilotos. Esse ajuste conceitual será essencial para o próximo carro.

Leclerc, por sua vez, chegou ao limite do desgaste emocional. No sábado da classificação, se autodepreciou. No domingo, arriscou uma estratégia ousada trocando pneus após a volta de formação. Essa tentativa de compensar as falhas do carro com arrojo expõe até talentos como o monegasco a erros. Ele precisa se reequilibrar mentalmente para o restante da temporada.

Consolação limitada e foco no futuro

A Ferrari ampliou sua vantagem sobre a Mercedes no mundial de construtores, indo de um para doze pontos — muito graças ao erro estratégico durante a corrida dos alemães. No entanto, isso é apenas um consolo. O verdadeiro foco precisa estar firme em 2026 e na construção de um projeto competitivo e sustentável.

McLaren trava duelo interno pelo título

A única dúvida restante no campeonato gira em torno de quem será campeão: Norris ou Piastri? A diferença entre eles é de apenas oito pontos. Andrea Stella, chefe da McLaren, terá a missão mais delicada do paddock ao gerenciar essa rivalidade crescente — já evidente no Canadá e na Áustria.

O trabalho conjunto entre Stella e Zak Brown, CEO da McLaren, é digno de elogios. Eles transformaram a equipe em candidata real ao título, desafiando o domínio recente da Red Bull.

Verstappen e o mercado de transferências

Max Verstappen ainda é muito competitivo, mas seu pacote atual não acompanha mais as McLarens. A pole em Silverstone foi um destaque individual, mas o ritmo de corrida deixou claro que a Red Bull perdeu terreno.

Nos bastidores, os rumores continuam. Os contatos entre Mercedes e Verstappen nunca foram negados com a ênfase necessária. Isso alimenta especulações sobre uma possível mudança que poderia abalar o equilíbrio de poder na Fórmula 1. A silly season promete ser intensa.

AS - www.autoracing.com.br

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