Ferrari já teria conseguido mais potência com novo combustível obrigatório para 2022

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021 às 18:43

Ferrari 2022 mocape por Chris Paul design

Relatos da Itália sugerem que a Ferrari já superou o défice de potência causado pela mudança na composição do combustível para 2022.

Como parte do esforço da Fórmula 1 para a sustentabilidade, 2022 verá a introdução dos combustíveis E10. Isso significa uma nova mistura de 90% de combustíveis fósseis, com 10% de etanol, com a mudança também chegando no início de um congelamento de motor que se aproxima.

Dessa forma, a introdução do etanol na mistura de combustível resultou em um enorme desafio de engenharia para os fabricantes otimizarem a potência e consumo de seus motores. As estimativas de uma queda de 20 hp estão previstas para o início de 2022, mas, de acordo com os últimos relatos da Itália, a Ferrari já superou essa queda.

De acordo com a Motorsport Itália, o motor 2022 da Ferrari já ultrapassou os valores de potência do motor 065/6 que a Ferrari usou com sucesso no final da temporada de 2021.

Shell forçando bastante

A Shell, como grande parceira da Ferrari, vem realizando a análise e o estudo dos combustíveis para o novo regulamento da Fórmula 1, com os primeiros resultados desse esforço colaborativo resultando na rápida superação do défice de potência causado pela troca de combustível.

O relato sugere que o trabalho no novo motor também está tentando preencher a lacuna de potência para a Mercedes e Honda, com os resultados iniciais dos bancos de teste da Ferrari ainda mais altos do que inicialmente previsto.

No entanto, como sempre, o salto no desempenho precisa ser comprovado na pista, assim como a confiabilidade, e a maior dúvida de todas é o quanto a Honda e a Mercedes conseguiram melhorar.

Falando para a mídia, o chefe da equipe Mattia Binotto explicou que muito trabalho está sendo feito em Maranello.

“Se eu considerar o ano passado, nossa UP foi uma grande desvantagem em termos de potência, que ficava muito óbvia nas retas”, disse ele.

“Eu acho que, se olharmos hoje em comparação com o ano passado, muito progresso foi feito. Há uma diferença para o melhor, mas essa diferença está diminuindo e eu acho que, se olharmos o que fizemos, durante toda esta temporada com vistas a 2022, tenho certeza que faremos mais melhorias.”

“Então, novamente, sabemos que a partir de 2022 a UP estará congelada. É por isso que acho que forçamos tanto, porque é fundamental em termos de desempenho geral para o futuro ter uma UP na qual possamos contar e ter bases sólidas sobre ela.”

“Forçar significa, dentro do departamento de unidades de potência, um grande esforço em termos de recursos, em termos de design, mas também, em termos de inovações.”

Etanol e o motor de combustão interna

No Brasil, um país que já usa etanol como combustível de motores de combustão interna em boa parte de sua frota há décadas, já sabemos que o etanol polui menos e gera até mais potência com uma taxa de compressão mais alta e ajustes finos na ignição e injeção.

Além disso, no Brasil o nível de etanol misturado na gasolina são de obrigatórios 25%. O problema é o consumo um pouco mais alto e a durabilidade de alguns componentes do motor, que na Fórmula 1 é levado ao extremo.

AS - www.autoracing.com.br

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