Julgamento do processo de Felipe Massa começa em Londres

quarta-feira, 29 de outubro de 2025 às 9:17

Felipe Massa e Lewis Hamilton em 2008

Felipe Massa deu início nesta quarta-feira (29) à sua aguardada batalha judicial com a Fórmula 1. O brasileiro tenta ser reconhecido como o verdadeiro campeão mundial de 2008.

Além disso, busca uma indenização de aproximadamente £64 milhões em perdas financeiras, com juros. Esse seria o valor que, segundo ele, deixou de receber em patrocínios e contratos por não ter sido declarado campeão.

Ao mesmo tempo, Massa exige que a FIA admita ter violado seus próprios regulamentos, já que não abriu investigação imediata sobre as denúncias de manipulação do GP de Singapura de 2008 – o polêmico “crashgate”.

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Massa não pretende tirar o título de Hamilton

Apesar do pedido, Massa não quer que Lewis Hamilton perca o título de 2008. De acordo com especialistas, o Tribunal Superior de Londres dificilmente teria autoridade para modificar um resultado oficial da F1.

Assim, o brasileiro busca apenas o reconhecimento formal e a reparação pelos danos sofridos.

Como tudo começou

O caso ganhou força após uma entrevista surpreendente de Bernie Ecclestone ao f1-insider.com em 2023.

Nela, o ex-chefe da categoria revelou que ele e o então presidente da FIA, Max Mosley, souberam ainda durante a temporada que Nelsinho Piquet havia batido de propósito em Singapura.

Mesmo assim, decidiram esconder o episódio para evitar um escândalo que poderia prejudicar a imagem da F1. Dessa forma, a declaração de Ecclestone fez Massa reagir imediatamente.

Pouco tempo depois, ele entrou com uma ação contra Ecclestone, a FIA e a Formula One Management (FOM). O processo foi protocolado oficialmente em 12 de março de 2024 na Royal Courts of Justice em Londres.

Quem defende Massa

Para conduzir o caso, Massa contratou o renomado advogado Nick De Marco KC, referência no direito esportivo internacional.

Recentemente, ele ficou em evidência por interrogar Zak Brown, CEO da McLaren, no processo entre McLaren Indy LLC e Alex Palou por quebra de contrato.

Além disso, De Marco tem histórico de sucesso em casos envolvendo grandes nomes do esporte, como Cristiano Ronaldo, Lucas Paquetá e Benjamin Mendy. Ele também atuou em disputas no futebol, ginástica, boxe e críquete.

O julgamento será conduzido pelo Sr. Justice Jay, juiz da Alta Corte britânica desde 2013. Ele também integrou a Leveson Inquiry, investigação sobre ética e padrões da imprensa britânica em 2011.

Os advogados de cada parte

Felipe Massa será representado pela Debevoise & Plimpton LLP, enquanto a FOM contará com o escritório K&L Gates.

Por outro lado, Ecclestone, que completou 95 anos nesta semana, será defendido pelo Herbert Smith Freehills Kramer LLP. Já a FIA optou pelos serviços da Horwich Farrelly Limited.

É importante lembrar que Ecclestone deixou o comando da F1 em 2017, quando a Liberty Media assumiu o controle da categoria. Desde então, ele não tem qualquer influência nas decisões que envolvem o esporte.

Contexto histórico e expectativas

Vale ressaltar que muitos dos personagens centrais do escândalo de 2008 já não estão mais vivos. Mosley e o diretor de prova Charlie Whiting, que havia trabalhado como mecânico de Nelson Piquet na Brabham nos anos 1980, já faleceram.

Por outro lado, Herbie Blash, antigo assistente de Whiting, ainda está ativo e é o único sobrevivente da equipe sênior envolvida naquele período.

As primeiras audiências devem ocorrer ao longo desta semana.

 

LS - www.autoracing.com.br

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