F1 – Wilson Fittipaldi Júnior e a Fórmula Vee prestam homenagem a Ricardo Divila

domingo, 26 de abril de 2020 às 9:30

Ricardo Divila e Wilsinho Fittipaldi no box da Fórmula Vee, em Interlagos, prova do Campeonato Paulista da categoria, em 2017. Crédito: Fernando Santos/Divulgação FVee

Wilson Fittipaldi Júnior e a Fórmula Vee prestam homenagem ao engenheiro e projetista Ricardo Divila, que morreu neste sábado, na França, aos 74 anos.

Wilson Fittipaldi Júnior, que conheceu Divila na década de 1960. Eles trabalharam juntos desde então, em diversos projetos, como na equipe Copersucar-Fittipaldi de Fórmula 1 e até recentemente com a Fórmula Vee:

Companheiro de uma vida toda! Obrigado meu amigo Ricardo Divila por termos concretizado nosso sonho, um Fórmula 1 brasileiro.

Dias atrás, quando ainda se recuperava no hospital, eu falei com ele: “E aí, quando você vem ao Brasil? Temos muitas coisas para fazer”. Ele respondeu dizendo que já estava pronto para ir para casa, mas que ainda não conseguia escrever e desenhar com a mão direita, mas já estava aprendendo a usar a esquerda.

Estávamos trabalhando em vários projetos, como trazer a Fórmula 4 para o Brasil e também na construção de um novo carro, inspirado num Porsche, para correr nas 24 horas de Le Mans, e que também teria uma versão de rua. Também estávamos preparando um novo Fórmula Vee, além do atual que ele ajudou a modernizar.

O Divila ainda me disse que estava preocupado com os 20 computadores que tinha em casa e todo o material arquivado. Tomara que possamos um dia usar o que ele nos deixouque fará parte de seu enorme legado no automobilismo.

Flávio Menezes, diretor da Fórmula Vee Brasil:

O Ricardo Divila  tinha uma enorme paixão pelo automobilismo. Na Fórmula Vee, ele também teve um grande carinho. O Divila contribuiu decisivamente no desenvolvimento do novo chassi Naja FD-01D, que leva inclusive sua inicial, ao lado também da do Wilsinho Fittipaldi e do mecânico Darcy de Medeiros. Com este chassi que ele ajudou a projetar, os nossos carros passaram a ter uma nova suspensão traseira independente e foi possível atualizar o câmbio para cinco marchas, gerando maior desempenho e resistência. Além disso, ele estava empenhado em novas atualizações e também na fabricação de um novo Super Vee, mais moderno e potente.

O Divila também ajudou a F/Promo Racing, empresa que gerencia a FVee, no projeto de trazer a Fórmula 4 ao Brasil, que infelizmente foi paralisado pela pandemia do coronavírus. Ele estava em contato com fabricantes de carros na Europa e na implantação da categoria no Brasil. Espero agora que possamos colocar em prática os projetos que o Divila nos deixou.”

Roberto Zullino, responsável pela reativação da Fórmula Vee no Brasil, em 2011:

Eu o conheci há 50 anos, mas nos últimos anos ficamos mais próximos porque ele ajudou na Fórmula Vee a pedido do Wilson. Facilmente desenhou uma suspensão traseira multilink para uso de câmbio de 5 marchas. Coisa simples e bem feita.

Quem pensa que o Divila era um “petrolhead” se engana, era uma pessoa culta, adorava música clássica, filosofia e tinha um humor excelente, jamais o vi nervoso, mesmo quando as coisas não davam certo.

Ele acabou de desenhar um Super Vee muito simples usando tudo o que sabia e sabia muito. Ele parecia um mágico, sentava no computador e em horas já tinha o projeto pronto e desenhado. Nada de fibra de carbono. Ele deixou claro em artigos na mais respeitada revista de automobilismo, a Racecar Engineering, onde era colunista, que iria fazer um carro tubular, mas com coisas inéditas de segurança para velocidades maiores. Projetou uma estrutura tubular leve com chapas duplas de aço soldadas e poliuretano no meio. Chegou em um peso de projeto de 380 kg.

O que vou fazer agora é organizar o projeto do Super Vee que foi sua última obra e construir o carro. É o mínimo.

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