F1 – Villeneuve: Pilotos atuais não respeitam uns aos outros

domingo, 15 de janeiro de 2017 às 11:00
Jacques Villeneuve

Jacques Villeneuve

Os pilotos modernos de Fórmula 1 não têm respeito pelos rivais, acredita o campeão mundial de 1997, Jacques Villeneuve. Falando no Autosport International, o canadense comparou as corridas de F1 a um videogame e disse que a segurança aprimorada tinha impactado negativamente na maneira como os pilotos competiam.

Ao comparar a F1 atual com a época em que seu pai Gilles correu, Villeneuve disse: “Os carros eram perigosos e era difícil ultrapassar, havia muito mais respeito entre os pilotos. Você nunca via eles acenarem nas retas. Você nunca via alguém frear por dentro na pista, o piloto iria manter a linha, travar por fora e tentar frear mais tarde”.

“Era limpo e respeitoso. Eles batiam um no outro, mas eram erros. Agora, você vê um videogame, os pilotos pensam que estão dentro de um videogame. Não há respeito. Tudo está bem – você não pode se machucar”, criticou o ex-piloto, que acredita que a F1 começou a descer quando os chefes do campeonato começaram a ouvir o que os fãs queriam.

Uma das reações foi a introdução do auxílio de ultrapassagem (a asa DRS) em 2011, que aumentou significativamente o número de passagens, mas reduziu a qualidade. “Os adeptos ficaram reclamando e dizendo ‘não há o suficiente para ultrapassar, não há o suficiente”, lembrou ele.

“Ouvindo isso, o que a F1 fez? ‘OK, vamos ter DRS, teremos cem ultrapassagens em uma corrida’. Mas me lembrem de uma ultrapassagem memorável desde então? Não há. Com DRS, é um caso de ‘OK, não vamos correr o risco, vamos apenas apertar um botão'”, afirmou o ex-piloto da Williams.

“Agora você vê carros ultrapassando como em uma rodovia, você não vê corrida apropriada por causa disso. Nós adquirimos toneladas de ultrapassagens, mas são chatas, fora de propósito. Em corrida de moto, às vezes um piloto leva 10 voltas para ultrapassar, mas nestas voltas, você vê o trabalho dele”, comparou.

Villeneuve acrescentou que há uma ênfase muito grande colocada na tecnologia na F1. “Pegue o motor, é tecnologia bonita, mas é para engenheiros – não deveria estar na F1. Não traz nada. Levem embora, não deveria estar lá, é engenharia louca. Eu não iria querer isso no meu carro de rua”, finalizou o canadense.

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