F1 – Um verdadeiro quebra-cabeças de alta precisão

quinta-feira, 18 de novembro de 2010 às 13:17
Montagem de um carro Renault

Para construir um Fórmula 1, são necessárias mais de 5.000 peças. E não é só isso: estes elementos precisam ser perfeitos do ponto de vista da engenharia, verdadeiras obras de arte em termos de acabamento, de construção e de qualidade de material. Juntas, estas peças formam um quebra-cabeças de alta precisão onde qualquer disparidade, mesmo que mínima, pode resultar em grandes prejuízos. Afinal, os Fórmula 1 funcionam o tempo todo no limite da resistência dos materiais, explorando ao máximo a capacidade de cada sistema que o compõe. Por isso, a categoria é cercada de sigilo e emprega os melhores engenheiros e técnicos disponíveis, sempre pagos com altos salários. A responsabilidade é grande. Mas a vitória é a grande recompensa. Veja a seguir alguns detalhes da composição técnica destas jóias do automobilismo mundial.

Os elementos-chave: partes vitais dos F-1

Monocoque: – Todos os componentes do carro são instalados nele. A definição do projeto é finalizada nos últimos dias da primavera brasileira. Isso significa que o conceito geral do veículo deve também ter sido alinhavado até esta época. O desenho deve levar em conta a posição e a altura do piloto, a aerodinâmica do carro, os pontos de acoplamento do motor e do sistema de suspensão, a localização das unidades eletrônicas e da fiação, as exigências do sistema de refrigeração do motor, e assim por diante. O “casamento” do monocoque com o sistema de tração deve ser perfeito.

Eletrônica: – Seus sistemas estão em toda parte no carro, da telemetria ao controle de tração e o dispositivo de largada automática.

Motor: – É um V10 de 3.0 litros que desenvolve mais de 800 cv de potência, utilizando componentes especiais que permitem um regime superior a 17.000 rpm.

Transmissão: – Hidráulica e controlada eletronicamente, possibilita trocas de marcha em menos de um décimo de segundo.

Tanque de combustível: – Seu tamanho determina qual a estratégia será usada nas corridas.

Suspensão: – Sua geometria é finalizada no início do projeto de acordo com as especificações dos pneus, apesar de que sempre é possível mudar alguns detalhes na última hora. Os braços triangulares são feitos de fibra de carbono e barras de torção substituem os amortecedores tradicionais.

Aerodinâmica: – É uma parte vital no processo de design e também o item que possibilita o maior ganho de velocidade. Modelos na escala de 50% passam 20 horas por dia no túnel de vento, permitindo aos engenheiros reprojetar peças da carenagem até o momento em que o carro sai para as corridas. A 250 km/h, as asas fornecem mais de uma tonelada de downforce, força aerodinâmica que empurra o carro contra o solo.

Um duro processo:
Os primeiros desafios de um novo projeto de carro de F-1 acontecem longe dos olhos do público e até mesmo distantes da atenção dos pilotos. Mas quando estão finalmente aprovados, são alvo da curiosidade da imprensa e dos fãs do mundo inteiro. Confira:

Crash tests: – Cada monocoque é submetido a estes testes, que simulam acidentes com realismo. Pesos de várias centenas de quilos são arremessados em pontos específicos da estrutura de fibra de carbono: sidepods (as caixas laterais onde estão abrigados os radiadores), arcos anti-capotagem (santantonios), bicos, entre outros. Caso resista, o carro recebe a aprovação oficial da FIA para participar dos GPs. Se falhar, seu destino é a aposentadoria precoce.

Apresentação: – É quando o carro faz sua primeira aparição pública. Geralmente finalizado na noite anterior, ele ainda possui neste dia alguns segredos a serem mostrados – na maior parte das vezes, são detalhes de aerodinâmica, como difusores e asas. O veículo é apresentado para cerca de 1.000 jornalistas e parceiros em uma grande cerimônia, usualmente realizada no início de fevereiro.

Testes: – Poucos dias depois da apresentação – algumas vezes, já no dia seguinte –, o carro vai para a pista. O objetivo é checar se todos os sistemas embarcados estão funcionando corretamente e se as temperaturas estão dentro do aceitável – é o chamado shake-down. Depois, é hora dos ajustes finais nos pneus e no equilíbrio do veículo, um processo que leva várias semanas.

Primeira corrida: – O carro deixa a sede da equipe com destino à pista onde acontecerá a etapa de abertura do Campeonato Mundial. Durante a última semana de fevereiro, cada equipe envia três carros e peças sobressalentes para a pista que sediará esta corrida – totalizando,em média, 24 toneladas de bagagem.

Montagem: perfeição nos encaixes:

O câmbio do carro da equipe Renault F1 é fabricado na sede do time, em Enstone, Inglaterra. Extremamente compacto como o motor, ele é um dos componentes estratégicos de um carro de F1. Motor, câmbio e chassi são reunidos e montados em um laboratório especial de Enstone.

Túnel de vento

19/09/03)

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