F1 – Truque ilegal na suspensão da Red Bull?

quinta-feira, 9 de novembro de 2017 às 2:17

Max Verstappen

A Red Bull parece ter encontrado alguma(!) velocidade ultimamente. Mas essas conquistas extras foram alcançadas de forma legal?

Há rumores (das rivais) de que este não é o caso e que a Red Bull (novamente) procura ou excede os limites do regulamento. Na base, trata-se da altura de condução dos carros.

Outro lance de gênio de Adrian Newey ou simples quebra de regulamento?

O segredo do sucesso, obviamente reside na mecânica. Uma modificação na suspensão (olha aí, Mercedes) traseira tornou a plataforma aerodinâmica muito melhor.

Se a observação dos adversários da Red Bull estiver correta, a medida é bastante controversa. Normalmente a Red Bull teria dificuldades em pistas de alta velocidade. Não apenas pelo motor mais fraco, mas também pelo fato do carro ter muito “rake”, isto é, ser muito mais alto atrás do que na frente. Na verdade, isso faz do carro inteiro uma espécie de spoiler. Isso é bom para o downforce nas curvas, mas não para ganho de velocidade em linha reta, uma vez que gera bem mais arrasto. A menos que você consiga fazer a parte traseira descer na reta e ficar mais próxima do asfalto. No entanto, a FIA proibiu oficialmente os sistemas que causam isso.

Mas esse não tem sido o caso. Desde a Malásia, os carros da Red Bull estiveram muito bons em altas velocidades também.

Em Sepang eles estavam 7 km/h atrás da Mercedes e 3 km/h na Ferrari. Em Suzuka 5 km/h da Ferrari e 7 km/h da Mercedes. Em Austin, a Red Bull ficou novamente 7 km h atrás da Mercedes e 3 km/h atrás da Ferrari. O défice no México: 3 km/h para a Ferrari, 6 km/h para a Mercedes. Esses números são muito inferiores aos défices de cerca de 18  km/h que o carro da Red Bull tinha antes do GP da Malásia.

Isso nutre a suspeita de que a Red Bull encontrou um truque para baixar o carro nas retas. O tema suspensão e rake dos carros tem sido lembrados com certa regularidade aqui no Autoracing. No início da temporada ainda tínhamos a grande saga da Suspensão Interligada (FRIC). A FIA proibiu tudo isso (um pouco por insistência da Ferrari), que, de acordo com insiders, significava que a Red Bull e a Mercedes tinham um problema. Eles teriam projetado seus carros completamente em torno deste sistema.

A própria Red Bull negou que quando a suspensão FRIC foi banida, teve que fazer grandes ajustes no desenho do RB13. No entanto, com o conhecimento de agora, podemos fornecer algumas “provas indiretas” de que isso não era verdade. Tanto a Mercedes como a Red Bull Racing tiveram que lutar com seus carros desde o início da temporada. A suspensão da Red Bull não ficou boa e a Mercedes também teve várias corridas difíceis em virtude da suspensão. E a equipe alemã não conseguiu uma solução definitiva até hoje.

Talvez induzido pelo repentino sucesso da equipe de Milton Keynes, há a forte suspeita de que a Red Bull tenha encontrado um truque para variar a altura de condução do eixo traseiro. Certamente, de qualquer maneira, a FIA considerou necessário, no final de setembro, fornecer apenas uma Diretiva Técnica (TD / 029-17), que afirma que a variação da altura de condução para influenciar a aerodinâmica realmente não é permitida.

À medida que a questão continuou a circular entre as rivais, a FIA testou no último GP no México os carros das cinco equipes que usam atuadores hidráulicos em vez de molas convencionais e amortecedores nas rodas traseiras (incluindo a Red Bull), mas nada ilegal foi encontrado. Claro, isso não quer dizer que a Red Bull não fez nada, mas, por enquanto, a FIA não conseguiu encontrar o truque, e a equipe pode seguir seu caminho. Por enquanto, pelo menos, porque no próximo ano a regra será ainda mais rigorosa (10.2.3 Regulamento Técnico) e proibirá quaisquer alterações à afinação do chassis durante a condução, por isso mesmo ela diz que a suspensão não poderá ter “nenhum impacto” sobre a aerodinâmica.

AS - www.autoracing.com.br

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