F1 – Três segundos de mistério

quinta-feira, 5 de março de 2015 às 17:00
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Alonso sendo resgatado após acidente em Barcelona

Apesar de várias empresas de comunicação, incluindo a Sky Italia e o jornal espanhol El Mundo ainda não estarem convencidas de que a teoria de choque elétrico está descartada, as primeiras informações da FIA negam que Alonso poderia ter sido eletrocutado pelas baterias de alta capacidade do carro.

Embora o El Mundo afirme que a unidade de potência da Honda tem apenas três mecanismos de segurança para salvaguardar seus sistemas elétricos – contra cinco dos concorrentes -, ainda assim todos os três teriam que falhar para Alonso para receber um choque elétrico. De acordo com a FIA isso não aconteceu, pois o indicador mostra todos os sistemas elétricos em operação até dez segundos após o carro ter parado completamente.

Imediatamente após o acidente, Sebastian Vettel, que estava dirigindo atrás de Alonso, havia informado que não parecia ter sido um acidente. A uma velocidade de cerca de 150 kph Alonso pareceu ter virado para a direita de repente. O alemão chamou a cena de “estranha”. Depois ele mudou de tom, alegando que ele não tinha estado perto o suficiente para ver o fim do acidente.

Uma análise dos dados até agora disponibilizados pela FIA e feita pela revista Auto Motor und Sport, no entanto, confirma a versão inicial de Vettel. A telemetria mostra que Alonso entra na curva Renault a uma velocidade de 215 kph, aplica força total no freio e reduz três marchas, desacelerando o carro para cerca de 135 kph, perto da velocidade que Vettel tinha estimado. As razões para a súbita desaceleração de Alonso não estão claras, mas sabe-se que uma manobra tão radical como essa não seria necessária por alguma interferência aerodinâmica causada pelo vento – ainda que estivesse forte – naquele momento.

A uma velocidade de 135 kph o carro muda drasticamente de direção para o interior da curva causado pelo movimento do piloto, que a partir desse ponto não está mais no controle do carro. Depois disso, o carro viaja em direção à parede por três segundo até bater a 105 kph.

Durante esses 3 segundos entre sair da linha normal de corrida e bater na parede, o piloto parece não tomar qualquer medida para evitar ou diminuir a gravidade do impacto, que se manifestou pela ausência de qualquer outro sinal de direção e ao fato de que o carro perde meros 30 kph da velocidade nesse meio tempo.

A McLaren insiste que não sabe dizer o que aconteceu nesses três segundos, e o homem que poderia esclarecer tudo não tem lembrança do evento. Ron Dennis admitiu que Alonso tinha perdido a consciência por um tempo curto, mas não especificou se isso foi antes ou depois do impacto.

Parece que a solução para o mistério está dentro desses três segundos entre a manobra para a direita e o impacto na parede, mas até agora ninguém é capaz de dizer o que aconteceu. Isso pode muito bem explicar a internação prolongada de Alonso e seu cancelamento na corrida inaugural de 2015 na Austrália.

Se o espanhol sofreu qualquer condição médica que lhe deixou inconsciente antes do impacto – que é o que os dados parecem sugerir, seria irresponsável deixá-lo voltar antes de descobrirem o que aconteceu.

AS - www.autoracing.com.br

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