F1 se prepara para iniciar pré-temporada repleta de incertezas

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014 às 16:25

Pré-Temporada da F1 em 2014 tem tudo para ser a mais desafiadora

A Lotus pode ter ganhado manchete ao anunciar que foi a primeira equipe a se ausentar dos testes da pré-temporada previstos para iniciarem daqui três semanas em Jerez, mas com certeza não será a única a enfrentar uma difícil preparação para a temporada de 2014.

Engenheiros, chefes de equipe e pilotos estão se preparando para o que pode ser um início totalmente complicado de simulações em pista com os novos carros equipados com motores turbos e novas regras aerodinâmicas. Os testes estão marcados para iniciarem em 28 de janeiro.

As equipes passaram meses – e até mesmo anos trabalhando em seus projetos de 2014 para tentar aproveitar ao máximo as oportunidades dadas pelos novos regulamentos técnicos adotados a partir deste ano.

Mas as mudanças de regras são tão extensas que, algumas equipes estão preocupadas sobre os desafios que vão enfrentar com relação a nova tecnologia dos motores turbos.

As equipes de F1 se acostumaram a completar centenas de quilômetros de simulações nos testes de abertura da pré-temporada e, em seguida, rapidamente eram capazes de corrigir qualquer tipo de problema que fosse detectado.

Mas com a chegada dos motores turbos, novos sistemas de recuperação de energia, novas regras aerodinâmicas e novos compostos de pneus, seria otimista demais imaginar que as equipes vão se ver tão livres de problemas neste ano.

O diretor técnico da Ferrari, James Allison afirmou: “Este ano provavelmente haverá mais ansiedade do que o normal, porque os carros são de uma certa maneira mais complexos”.

“Estamos trabalhando tanto voltados para o motor e para o chassi com as ferramentas que temos a nossa disposição na fábrica, para termos certeza de que quando finalmente chegar o primeiro dia de testes, estaremos prontos para colocar nosso carro na pista e, sermos capazes de ganhar muita quilometragem como fizemos nos anos anteriores”.

“Todos certamente vão ter isso como um objetivo. É claro que estamos meio incertos do que vai ocorrer, mas a cada novo ano, é incrível o que as equipes conseguem fazer e evoluir rapidamente, e eu suspeito que este ano não será diferente”.

“Haverá algumas pessoas que vão estar mais tensas do que as outras e, nós queremos ter certeza de que podemos ter uma pré-temporada muito produtiva, para sermos capazes de iniciar o campeonato da melhor maneira possível”.

Allison pode ter simplificado como estão as coisas na Ferrari, porém um outro chefe de equipe – que não quis ser identificado – previu que Jerez pode se revelar como “algo muito ruim e improdutivo” em termos de pouca ou nenhuma confiabilidade.

Alguns engenheiros já declararam em conversas privadas que estão enfrentando dificuldades até mesmo para completar voltas básicas de instalação nos simuladores, o que está sendo causado pelos novos designs dos carros.

O chefe da equipe McLaren, Martin Whitmarsh, já deixou claro que nenhum cenário – “bom ou ruim” – pode ser totalmente descartado.

Quando perguntado sobre a perspectiva de ‘algo muito ruim e improdutivo’ de um teste marcado por falta de confiabilidade, ele declarou ao site Autosport: “Pode ser que realmente isso ocorra, mas vejo isso como algo bom para a F1, pois muitas vezes não é assim. Então é bom que isso aconteça algumas vezes”.

Finalmente, depois de um campeonato, que se transformou em uma temporada de apenas um piloto (Sebastian Vettel) que obteve a incrível marca e recorde de nove vitórias consecutivas, a incerteza, a falta de confiabilidade e os demais problemas que as equipes podem enfrentar em Jerez, pode ser exatamente algo que a F1 precisa para ter uma temporada muito mais disputada e repleta de dúvidas.

E com isso, o Mundial de 2014 pode se tornar o melhor dos últimos tempos, pois a confiabilidade será o fator decisivo na luta pelo título mundial.

Whitmarsh acrescentou: “Não é que nos últimos anos as equipes não tinham problemas para resolver, é óbvio que tinham, porém a velocidade para se encontrar uma solução era muito mais rápida, devido ao regulamento não ter sido alterado desde 2009. Agora é tudo completamente diferente, pois a F1 não compete com motores turbos desde 1988, ou seja, será um desafio muito grande para todos”.

“A confiabilidade será a chave para o sucesso em 2014, então só nos resta fazer o nosso trabalho da melhor maneira possível e, torcer para que no final tudo saia como o esperado”, concluiu Whitmarsh

Tags
, , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.