F1 – Sainz conta o segredo da pole da Ferrari em Baku (vídeo onboard)

Carlos Sainz

Carlos Sainz, o “piloto-engenheiro” como ficou conhecido na McLaren, deu a letra de como a Ferrari conseguiu ser tão competitiva numa pista que joga contra a sua UP mais fraca que Mercedes e Honda.

Mônaco valorizou os pontos fortes da Ferrari, que é excelente em curvas de baixa velocidade e sua facilidade em passar por cima de zebras com muito mais suavidade que os outros carros, graças a sua ótima suspensão. E Mônaco não precisa de UP forte, uma vez que não há qualquer reta relevante, ou mesmo curvas de alta.

Baku também é um circuito de rua, então os pontos fortes da Ferrari ainda se aplicam, mas existe uma grande diferença, especificamente um trecho de 2,2 km da curva 15 até a curva 1 de pé cravado onde precisa muito da UP. Mesmo assim, a Ferrari fez funcionar.

Sainz ficou muito frustrado por ter seu Q3 comprometido ao colidir depois que Yuki Tsunoda bateu na parede na curva 3. Mesmo assim, ele teve um bom humor suficiente para explicar o que a Ferrari fez no acerto do carro para irem muito melhor do que se esperava.

Sainz disse que o nível de aderência mecânica do carro é tão bom, que isso lhes permitiu fazer um acerto de baixo downforce num circuito onde o compromisso aerodinâmico entre os setores 2 e 3 teoricamente precisa ser feito.

“Estamos gerando muita aderência mecânica em curvas de baixa velocidade, mecânica e aerodinâmica, e isso nos permitiu tirar angulação da asa traseira e portanto termos menos arrasto nas retas e ainda sermos decentes em curvas de baixa velocidade”, explicou Sainz quando questionado sobre como a Ferrari fez para mascarar suas fraquezas.

“Um dos nossos pontos fracos são as curvas de média e alta velocidade com raio longo, e aqui não há isso. Obviamente, estamos explorando bem o potencial do carro.”

“E é um carro muito bom de guiar, está me dando confiança. Estou gostando bastante de guiá-lo, então, obviamente, estou desapontado por não ter podido extrair um pouco mais dele considerando as circunstâncias.”

Os números do speep trap confirmam isso, com a Ferrari se mostrando fortemente em todos eles, embora os poderosos 344 kph de Sainz na linha de chegada só possam ter vindo de um vácuo bastante significativo. Leclerc também foi o segundo mais rápido no primeiro e segundo setores e, graças ao vácuo de Hamilton no retão, foi o terceiro mais rápido no setor final, mostrando que o carro funcionou bem na volta.

Sainz aceitou que “você pode pensar que estávamos mentindo sobre as nossas expectativas aqui em Baku, mas não foi o caso. Toda a equipe ficou genuinamente surpresa que esse acerto tenha funcionado tão bem.”

“É importante para nós confirmar nosso progresso e a equipe como um todo está em boa forma”, disse o chefe dos Vermelhos Mattia Binotto.

“Sabíamos que é uma pista diferente de Mônaco, sabemos que em Mônaco são todas as curvas de baixa velocidade e aqui você tem a parte da pista onde você tem curvas de baixa velocidade, mas você tem um trecho muito, muito longo em linha reta também, então não estávamos pensando em conseguir a pole.”

“Esperávamos que fosse mais difícil, mas na sexta-feira vimos que nosso carro estava se comportando bem com o pacote de baixo downforce também. Então, depois de ontem, sabíamos que tínhamos alguma chance.”

O ritmo de corrida, é claro, é diferente do ritmo de uma volta e rodar com a asa traseira de baixo downforce pode ter um preço no domingo em termos de quanto será exigido dos pneus. Mas na compensação, no ritmo de uma volta voadora, a Ferrari foi legitimamente – e inesperadamente – rápida em Baku.

Veja a pole onboard de Charles Leclerc hoje em Baku!