F1 – Saiba como a Mercedes vai melhorando sua estabilidade traseira

Traseira W12 – Fonte site oficial da Fórmula 1

De acordo com matéria técnica do site oficial da Fórmula 1 – inclusive com as ilustrações de Giorgio Piola – , a equipe Mercedes parece ter melhorado a estabilidade traseira do seu W12 do Bahrain para Imola, mantendo seu tremendo esforço para recuperar o downforce perdido em virtude do assoalho e difusor menor de 2021 devido ao regulamento. Para competir com os Touros em Imola eles chegaram com um novo difusor para melhor trabalhar o espaço que foi criado pela suspensão traseira W12, que foi altamente revisada desde o W11 do ano passado.

A mudança mais óbvia no difusor é que o strake externo da seção central, que foi totalmente remodelado com um perfil inferior em rampa, em vez do arranjo de degraus anterior visto no Bahrain. Esses strakes – que foram encurtados em 50 mm como parte das mudanças de regulamento de 21 – canalizam o ar que vem através da rampa de expansão do difusor, ajudando a mantê-lo preso enquanto ele acelera o ar através da área de baixa pressão do assoalho à frente.

Quanto mais rápido e limpo for o fluxo de ar através dessa rampa de expansão, menor será a pressão do ar sob a superfície do piso e mais downforce será criado. Portanto, é crucial que esse fluxo seja o mais limpo e ininterrupto possível.

Os strakes mantêm o fluxo alinhado e evitam que ele se disperse lateralmente devido às diferentes pressões que atuam sobre ele ao longo da largura do difusor. Se o fluxo parar em uma parte do difusor, sem os strakes esse fluxo iria migrar e se espalhar. Verificou-se que a barra reformada é mais eficaz em manter esse fluxo alinhado nas várias alturas e velocidades de percurso que o carro faz.

Um detalhe adicional aparente no difusor de Imola foi a abertura no treino de sexta-feira de dois canais nos cantos inferiores de sua seção central. No Bahrain, eles estavam fechados durante todo o fim de semana, mas claramente ainda estavam lá. Em Imola, eles voltaram a ficar fechados a partir de sábado. Eles parecem estar canalizando o ar do chão ao redor da caixa de câmbio.

O fato de que esses orifícios de saída (e provavelmente também as entradas) podem ser bloqueados sugere que é apenas um pequeno dispositivo de ajuste, possivelmente mais útil nas curvas de alta velocidade de Imola, onde o volume de ar que passa por ali é maior e o carro fica com a suspensão traseira mais baixa do que seria típico em uma volta do Bahrain.

Nessas velocidades mais altas, o ângulo da rampa do difusor é efetivamente reduzido conforme o carro abaixa com o downforce que atua sobre ele e esses canais quando abertos podem aliviar parte da pressão em torno da parte externa do difusor e reduzir sua tendência a estolar, ou seja, perder sua função.

Tudo isso faz parte das tentativas da Mercedes de recuperar o máximo possível de downforce perdido pelo regulamento, assim como o layout revisado da suspensão. O W11 do ano passado já foi bastante radical em como o “osso da sorte”(braços da suspensão em forma de V) inferior foi colocado para trás para liberar mais espaço para o fluxo de ar ali.

Quanto mais rápido o ar puder ser induzido a fluir através deste perfil de garrafa de coca (seta azul na imagem abaixo), mais poderoso será seu efeito na eliminação do ar que flui através da rampa de saída do difusor quando os fluxos se encontram. Qualquer obstrução, como braços de suspensão, obviamente retarda esse fluxo crucial da seção da garrafa de coca. Daí porque eles voltaram para o W11 do ano passado.

Com o W12, os elos inferiores (em amarelo) agora estão separados e não são mais um braço da suspensão conjunto (o eixo de transmissão é mostrado em vermelho e o pivô em azul) e têm pontos de montagem separados na extremidade externa. Isso permitiu que o link traseiro fosse montado ainda mais para trás e um pouco mais alto, fora do caminho do fluxo de ar da garrafa de coca, uma vez que não está mais bloqueando o ar por compartilhar um ponto de montagem com o link frontal.