F1 Retorna à Europa: GP da Áustria no Red Bull Ring
sexta-feira, 27 de junho de 2025 às 8:30Depois de um breve intervalo no Canadá, a Fórmula 1 está de volta à Europa para uma sequência intensa. Serão, assim, quatro corridas em apenas seis semanas antes das tão esperadas férias de verão. Este período crucial começa então neste fim de semana, com o GP da Áustria, que será realizado no Red Bull Ring, a instalação que, naturalmente, pertence à renomada empresa austríaca de bebidas energéticas.
Formato da Corrida: Volta ao Padrão
É importante notar que, nos últimos três anos, este evento foi realizado no formato Sprint. Contudo, agora a competição retorna ao seu padrão tradicional. Isso significa que teremos três sessões de treinos livres – duas na sexta-feira e uma no sábado – seguidas por a classificação no sábado à noite e, finalmente, a corrida principal no domingo.
Os Compostos dos Pneus: Escolha Estratégica
A escolha dos compostos que as equipes podem utilizar é, aliás, a mesma do ano passado: o C3 será o pneu duro, o C4 o médio e o C5 o macio. A superfície da pista no Red Bull Ring é bastante antiga e, por isso, altamente abrasiva. No entanto, o desgaste não é um fator importante a ser considerado. Além disso, com pouquíssimas curvas, a pista não é muito severa em termos de forças laterais exercidas sobre os pneus. A degradação, em contrapartida, é principalmente de origem térmica. Isso se deve ao traçado da pista, que apresenta vários pontos de frenagem e aceleração fortes. Gerenciar o superaquecimento dos pneus, principalmente no eixo traseiro, é, portanto, um desafio significativo para as equipes. Para complicar, as temperaturas do ar e da pista podem ser bastante altas nesta época do ano.
O GP da Áustria em 2024: Estratégias e Destaques
A corrida do ano passado foi, em grande parte, muito linear, ao menos nos dois primeiros terços. Conforme o esperado, a estratégia mais eficaz revelou-se a de duas paradas. Aqueles que optaram por três ou mais – como Verstappen, Leclerc, Alonso e Sargeant – o fizeram por imprevistos, e não por uma escolha inicial de estratégia.
É interessante notar que todos os pilotos se alinharam no grid com pneus Médios. A única exceção foi Zhou, que, largando dos boxes, usou o pneu Duro. Os compostos C4 e C3 foram, sem dúvida, os protagonistas indiscutíveis desta corrida. O C5, por sua vez, apareceu apenas no final, utilizado por Verstappen nas últimas sete voltas após sua parada forçada, e por Alonso, que estava tentando fazer a volta mais rápida da corrida, algo que, de fato, conseguiu. Daniel Ricciardo fez o stint mais longo da prova, o terceiro e último, com impressionantes 34 voltas com o pneu Duro. O prêmio nos Médios foi para Pierre Gasly, que fez 29 voltas e, também nesse caso, o piloto francês da Alpine o fez em seu último stint.
A Pista: Red Bull Ring
Das pistas do calendário atual, o Red Bull Ring se destaca por ter o menor número de curvas, totalizando apenas dez. Consequentemente, também apresenta o menor tempo de volta, com 1min02s939, estabelecido por Valtteri Bottas em uma Mercedes em 2020. A pista está em segundo lugar geral, apenas atrás de Spa-Francorchamps, em termos de mudança de elevação, com uma diferença de 63,5 metros entre os pontos mais alto e mais baixo.
Os três setores são, aliás, muito diferentes um do outro. O primeiro é todo em subida, apresentando duas retas. O segundo, por outro lado, começa com uma forte frenagem na Curva 3, antes de descer até a entrada da Curva 7. A partir daí, a pista volta a subir levemente, seguida por outra descida até a reta mais longa e as duas últimas curvas de alta velocidade. Há, ainda, três zonas de DRS, o que faz dessa corrida uma das mais movimentadas do calendário.
O local é bastante utilizado, com corridas sobre quatro e duas rodas. Dessa forma, a pista apresenta bastante borracha desde as primeiras atividades. O início do verão pode trazer altas temperaturas. Porém, a localização nas montanhas da Estíria e as florestas ao redor costumam causar mudanças repentinas no clima, com nuvens de chuva se formando rapidamente.
Termo-Chave: Porosidade dos Pneus
Os pneus de Fórmula 1 desenvolvem porosidade na superfície como resultado do intenso esforço mecânico e térmico a que são submetidos. O pneu se deforma especialmente durante a aceleração e a frenagem, e mais ainda em superfícies ásperas. Isso, por sua vez, faz com que a energia e o calor se acumulem nos compostos.
Se as temperaturas excederem a janela de operação ideal, podem se formar microcavidades e irregularidades na superfície. Essa porosidade pode, infelizmente, levar à degradação prematura do pneu. As microcavidades também podem levar à formação e à expansão de bolhas de gás ou vapor entre a carcaça e a banda de rodagem. O excesso de calor pode separar parcialmente as camadas de borracha. Consequentemente, essas bolhas podem evoluir para crateras ou buracos na superfície da banda de rodagem. Isso é conhecido como blistering, e é geralmente visível como faixas escuras ou áreas danificadas na banda de rodagem. Esse fenômeno é mais comum em pistas com pouca borracha, com altas temperaturas na superfície e com um estilo de direção muito agressivo.
Estatísticas do GP da Áustria
A corrida deste ano é a 38ª edição do GP da Áustria, enquanto a Fórmula 1 comemora sua 40ª aparição na Estíria. A primeira corrida foi em 1964, numa pista que utilizava o campo de aviação militar de Zeltweg, a poucos passos da sede atual. A corrida foi transferida para Spielberg em 1970, quando a pista era conhecida como Österreichring, sua casa até 1987.
Depois de uma pausa de dez anos, o evento foi realizado por mais seis anos em uma pista mais curta, conhecida como A1-Ring. Posteriormente, em 2014, ela foi renomeada para Red Bull Ring. Em 2020 e 2021, a pista também sediou o GP da Estíria, em paralelo com a corrida austríaca, como parte dos calendários especiais nos anos da Covid.
Falando em pilotos, Max Verstappen é o mais bem-sucedido na Áustria, com quatro vitórias neste GP e uma no GP da Estíria de 2021. O holandês também lidera a tabela de pole positions, com cinco, e pódios, com oito. Vinte e seis pilotos venceram pelo menos uma vez na Áustria, e é notável que onze deles são campeões mundiais – incluindo o já mencionado Verstappen, Alain Prost, Alan Jones, Mika Hakkinen, Michael Schumacher, Nico Rosberg, Emerson Fittipaldi, Niki Lauda, Nigel Mansell, Jacques Villeneuve e Lewis Hamilton. O vencedor do ano passado foi George Russell.
Quanto às equipes, a Mercedes é a de maior sucesso na Áustria, com um total de sete vitórias. No entanto, no atual GP da Áustria, a marca com a estrela de três pontas compartilha o primeiro lugar com Ferrari e McLaren. O que faz a diferença é a vitória de Lewis Hamilton no GP da Estíria de 2020. A Ferrari, por sua vez, lidera o número de poles, com oito, e também tem o maior número de pódios, com 29.
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