F1 – Que pré-temporada!

sábado, 11 de março de 2017 às 13:42
Mercedes e Ferrari

Mercedes e Ferrari

Colaboração: Flávio de Matos Peres

A pré-temporada foi curta, porém, trouxe um gostinho de novidade e um indicativo que o domínio absoluto da equipe Mercedes de F1 terminou. Claro, as mudanças foram sensíveis, mas não tão grandes assim, de maneira que a Mercedes deve começar o campeonato na frente. O carro da Ferrari nasceu bem e vai incomodar durante o ano. Até mesmo o carro da Williams, que há muito não acontecia, também nasceu bem. O carro da Red Bull só falta um pouco de força no motor, mas vai chegar lá.

A Mercedes ainda colhe os louros de seus excelentes projetos nos últimos anos, e da gordura que acumulou. Não dormiu, mas a Ferrari já deve ter feito soar os alarmes. Me parece escondendo o ouro: há novidades que a equipe alemã não mostrou. No mínimo, fica a impressão de que se ela optar por usar a “barbatana”, o carro se tornará mais estável em curvas de alta. Hamilton chegou na pré-temporada com a tática mental da autoconfiança extrema, e terminou blefando e se fingindo de morto, ao alegar que a Ferrari está na frente pelo o que foi demonstrado nos testes. Pelo o que demonstrado nos testes… E o que a Mercedes não demonstrou nos testes? A Mercedes e Hamilton são favoritos para vencer o GP da Austrália. E, a partir da fase europeia, Bottas, adaptado à equipe e ao carro, irá incomodá-lo.

A Ferrari produziu uma bela obra de engenharia e aproveitou muito bem a interpretação do novo regulamento. Vettel tentou esconder o jogo, entretanto, Raikkonen nos mostrou o foguete que tem em mãos. E é impressionante o quanto o carro anda bem com os compostos macios (que me parecem os novos “médios”, no sentido de ser o composto que dá consistência às táticas de corrida). Vettel disputa o título. Vou dizer algo que somente é possível em minha posição de torcedor/colaborador, de um não profissional: não acredito que Raikkonen tenha se preparado fisicamente de maneira adequada, sua batida ontem (quinta-feira) e sua rodada hoje (sexta-feira) já me parecem expressão disso, e, sim, tenho medo que ele se machuque.

A Red Bull me parece ter um carro tão bom quanto a Mercedes, no que tange a chassi, estrutura e aerodinâmica. A Renault resolveu recomeçar com seu motor, e, este, tem mais potencial para ser desenvolvido e será. Estão no caminho certo, são seis carros para ajudar no desenvolvimento e a equipe oficial de fábrica demonstra um apetite muito mais interessante este ano. A Toro Rosso ajudará muito na logística da equipe matriz. A começar por entender características comuns com o carro da Mercedes, e, muito provavelmente, com a equipe menor experimentando imediatamente na primeira prova, novidades trazidas pela Ferrari. A Toro Rosso sofre na pré com a (re)adaptação ao motor Renault, todavia, não se enganem, está quase junta com a Williams e um pouquinho à frente da equipe Renault.

A Williams começa a grande luta contra a Toro Rosso e a Renault em vantagem, em grande parte por conta do motor Mercedes. E como é bom ver um carro da equipe de Grove nascer bem, depois de tanto tempo. Felipe Massa não poderia esperar um cenário de retorno à equipe inglesa melhor do que esse: carro com pneus largos, resistentes e aderentes, exatamente ao gosto de seu estilo; a equipe forrada de dinheiro (não tanto quanto às de fábrica, mas muito bem) e havendo contratado nomes muito especiais, que garantirão o desenvolvimento durante o ano; um companheiro de equipe que o respeita e que terá claramente um ano de aprendizado e desenvolvimento em 2017. Como a maré está favorável, quem sabe consegue bater o número de vitórias do argentino Carlos Reutemann…

Um campeonato com batalha na frente entre Mercedes, Ferrari e Red Bull; com outra forte batalha logo a seguir, que será entre Williams, Toro Rosso e Renault: isto já justifica esperar muito do Campeonato de 2017. Eu tenho um pouco de pena de ver a McLaren e a Honda na atual situação. A Honda precisa trazer gente de fora, para ajudar a desenvolver este motor. A situação de desenvolvimento do motor Renault é plenamente aceitável, mas a fábrica japonesa precisa se abrir. Em 1986, Nelson Piquet foi fundamental, trazendo informações do motor BMW, para que aquele motor Honda viesse a atingir o degrau mais alto de desenvolvimento a seguir (Piquet, o primeiro campeão de F1 com motor Honda, no ano seguinte, perdeu o título daquela temporada de 1986 por que três motores quebraram, não se enganem, lhe retirando pontos valiosíssimos). Com tantas disputas, o meu coração só não fica mesmo mais feliz por que Alonso e a Sauber fecharão as duas últimas filas do grid, durante todo o ano: pobrezinhos…

PS: leiam meu eBook, um romance (New Adult) contemporâneo, onde reuni duas histórias fortes e diferentes, que vi acontecer na minha cidade (Poços de Caldas) e no Rio Grande do Sul, na década de 80, fazendo o cruzamento das duas, de maneira fictícia. Já adianto que situações, nomes e fatos ali narrados (no que pese a inspiração real) são inventados, tratando-se de mera coincidência com pessoas e fatos reais. O link está AQUI

Flávio de Matos Peres
Poços de Caldas – MG

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